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AMAZÔNIA
Em entrevista, ministro do Meio Ambiente reafirma a política de destruição da Amazônia
Redação

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Ricardo Salles afirmou que a Amazônia não é um patrimônio da humanidade e que a melhor forma de preservá-la é permitir que garimpeiros e latifundiários continuem avançando sobre a floresta.

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O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles concedeu entrevista neste sábado, 24, ao jornal O Estado de São Paulo para falar sobre a catástrofe que está ocorrendo na Amazônia, sobre as críticas que o governo está sofrendo e sobre a imensa repercussão internacional que a recente devastação alcançou.

Não é surpresa que Salles tenha seguido a cartilha de Jair Bolsonaro e manteve as mesmas posições expressas pelo governo federal na última semana: desmentiu e desqualificou dados do Instituto Nacional de Pesquisas (INPE) sobre o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia; negou a relação entre o discurso de ódio de seu governo e o aumento da destruição da Amazônia; afirmou que a repercussão internacional é culpa de uma campanha de difamação das ONGs que atuam na Amazônia; e, como se não bastasse, fez demagogia com a pobreza da população da Amazônia para dizer que a melhor forma de proteger a floresta é legalizar e regularizar as terras roubadas pelos latifundiários e garimpeiros.

Ricardo Salles faz demagogia com a população pobre, imputando a ela a culpa do aumento do desmatamento para com isso poder defender os interesses dos latifundiários multimilionários e das empresas de mineração que são os verdadeiros responsáveis pelo aumento do desmatamento e devastação na maior floresta tropical do planeta.

Esses setores sociais ligados ao agronegócio mais brutal e explorador que existe sentem-se hoje tão a vontade com o governo de Bolsonaro que tiveram a ousadia de convocar publicamente um “dia do fogo” para incendiar o máximo de locais ao mesmo tempo e mostrar para Bolsonaro sua disposição de destruir a floresta o mais rápido possível. A confiança é tanta que chegaram a veicular a convocação em jornais locais do sul do Pará.

VEJA MAIS: Escândalo: reportagem revela a organização das queimadas criminosas na Amazônia

O governo Bolsonaro é diretamente responsável por esse avanço na devastação da Amazônia e vem trabalhando por isso incansavelmente desde a sua posse, propondo leis como oProjeto de Lei 3.715/19 para legalizar as armas dos capangas dos latifundiários; a PEC 187/16, que libera atividade agropecuária em terras indígenas; a PEC 343/17 que permite que a FUNAI se associe a mineradoras e ao agronegócio para exercer essa exploração eproibindo a FUNAI de apreender e destruir os equipamentos e veículos dos desmatadores.

Tudo isso sem contar todas as criminosas declarações de Bolsonaro incentivando o ataque aos povos indígenas, aos quilombolas e aos movimentos de reforma agrária, como o MST e as ONGs que defendem a preservação da Amazônia, grupos historicamente engajados na preservação e defesa da Amazônia e do meio ambiente em geral.

Tamanha catástrofe causou comoção no mundo inteiro e levou a atos em diversas cidades do planeta e a um amplo rechaço ao governo de Bolsonaro mas também serviu como oportunidade para os principais países imperialistas do mundo realizarem discursos demagógicos e cínicos acerca da preservação da Amazônia que visam apenas seus próprios interesses predatórios, como a disputa dentro da União Européia sobre o acordo Mecosul-UE ou um melhor posicionamento na guerra comercial entre EUA E China que cada vez ganha mais força.

Toda essa situação forçou Bolsonaro a fazer um discurso recuado para atender os interesses imperialistas e agora força o ministro do Meio Ambiente a fingir que se preocupa com a preservação dos recursos naturais e, mais irônico ainda, a se colocar de defensor do desenvolvimento social e econômico da Amazônia.

Contra essas disputas de interesses entre latifundiários nacionais e imperialistas estrangeiros é necessário são necessárias propostas anticapitalistas que defendam os interesses da classe trabalhadora e dos setores sociais oprimidos pela devastação irracional do capitalismo.

É necessário impor a imediata suspensão de todos repasses financeiros bilionários do plano Safra aos latifundiários e sua imediata aplicação em planos de combate ao incêndio, reflorestamento e gestão das florestas. Frente aos bilhões de dólares exportados anualmente em soja, milho e carne às custas de devastação ambiental e humana, é preciso levantar uma campanha pela estatização sem indenização de todas as traders e seus bilionários recursos financeiros, logísticos e tecnológicos.

A posse dessas empresas implicaria em um monopólio estatal do comércio da soja, permitindo que essas riquezas não sirvam apenas a um punhado de imperialistas e latifundiários. Uma empresa estatal, controlada pelos trabalhadores, permitiria o uso das mais modernas tecnologias, hoje empregadas para o lucro e a devastação, para o desenvolvimento humano e uma relação orgânica com a natureza e todos povos tradicionais e originários.

 
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