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ELEIÇÕES NA ARGENTINA
“Del Caño versus Espert”: assim vê o jornal Clarín a luta pelo voto “antissistema”
Redação

Numa extensa publicação, o periodista Nahuel Mercado Díaz analisa as propostas políticas com as declarações de ambos os dirigentes políticos. “Espert é Macri e Menem juntos”, disse Del Caño. Entretanto, Espert afirmou que “nossa primeira medida de governo é a assinatura de um tratado de livre comércio com os EUA”. Diferenças claras.

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Nessa terça (30), o jornal Clarín publicou uma longa reportagem chamada “A divisão ideológica: José Luis Espert e Nicolás Del Caño lutam pelo voto antissistema”, em que fica mais que claras as diferenças políticas entre os candidatos a presidentes Nicolás Del Caño (FIT-U) e José Luis Espert (Despertar). Segundo o colunista Nahuel Mercado Díaz, ambos dirigentes são “candidatos radicalmente opostos que lutam pelo voto antissistema” nas Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (as PASO) do próximo dia 11 de agosto.

A reportagem começa ressaltando que os dois “pertencem a duas gerações diferentes, com uma formação acadêmica distinta, e que representam setores totalmente opostos do eleitorado nacional e com muita entrada no eleitor mais jovem, ainda que um alinhado à esquerda trotskista com uma visão utópica; e o outro, da direita liberal com um discurso contra o “sistema”. Porém, marca-se uma coincidência entre eles: “criticar a polarização entre o macrismo e o kirchnerismo”.

O colunista pediu a cada um dos dois que dessem suas opiniões sobre o outro. Enquanto Espert escolhe não fazer referências concretas a nenhuma das propostas da esquerda, afirma de maneira depreciativa que “se você é marxista é porque não tem a cabeça em ordem”; Del Caño, por sua vez, foi taxativo. Espert é Macri e Menem reforçados contra os direitos da classe trabalhadora, das mulheres e da juventude. Não é um candidato “antissistema, e sim quem expressa mais brutalmente o pensamento dos donos do sistema”, disse o candidato à presidência pela FIT-U (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores – Unidade).

Em relação às propostas, as diferenças são abismais.

Mercado Díaz conta que Espert “viajou em fevereiro a Washington para se reunir na sede do FMI” com diretores desse organismo e de outros bancos e fundos de investimento. “Até lá ele levou seu plano econômico baseado no livre comércio, na redução do déficit público e de impostos, e na aprovação da reforma trabalhista”. E ele ainda explica quais são alguns dos pontos mais importantes de sua plataforma política: “eliminar as tarifas de importação, baixar o gasto público despedindo milhares de funcionários públicos e terminar com a previdência e pensões que não se sustentam”.

Por outro lado, sobre Del Caño, o colunista assinala que “não somente não viajou aos Estados Unidos, mas que promete romper com o FMI. Ainda mais, num programa de 20 pontos propõe: anular os tarifazos (subida abrupta dos preços das contas de água e energia) e as privatizações, e pôr estas empresas sob o controle e gestão dos trabalhadores”, além de um “aumento de emergência para os salários e as pensões, que os funcionários públicos recebam como uma professora, eliminar o imposto dos produtos da cesta básica e pôr fim à megamineração (modelo de exploração do solo altamente contaminador) e ao uso de agrotóxicos na exploração agrária”.

O direito ao aborto.

O colunista assinala que ambos os dirigentes estão a favor desse direito elementar para milhões de mulheres argentinas. Nahuel Mercado Díaz diz que “Espert está a favor do aborto não punível”, e que ainda reivindica a união entre os panos azuis (contrários ao aborto) e os verdes (apoiadores do direito ao aborto), mas de fato na sua chapa há Luis Rosales, uma reconhecida figura antiaborto. “O que mais me preocupa são os meninos vivos que morrem de fome por causa de droga ou pela insegurança”, disse Espert. E o que ele disse sobre os milhares de mulheres que morrem em abortos clandestinos? Nada.

Del Caño, por sua vez, explica que “para terminar com as mortes de mulheres por abortos em péssimas condições sanitárias é necessário avançar com o aborto legal, seguro e gratuito, garantido pelos hospitais públicos”. O colunista ainda apontou que Del Caño “em 2018 votou a favor do projeto, depois da histórica sessão que deu meia sanção à iniciativa dos deputados”.

Finalizando a reportagem, Mercado Díaz faz um perfil de ambos os candidatos. De Del Caño, ele indica que “tem 39 anos, nasceu em Córdoba e é torcedor do Belgrano. Em 2013, foi eleito pela primeira vez deputado nacional pelo PTS – Frente de Esquerda. Dois anos mais tarde, venceu nas internas o histórico dirigente do Partido Obrero, Jorge Altamira, e se apresentou às presidenciais superando os votos de Margarita Stolbizer e Rodríguez Saá em 2015. Voltou a ser eleito como deputado nacional em 2017. Este ano volta a encabeçar a chapa eleitoral da FIT-U junto a Romina Del Plá, do Partido Obrero. Acaba de publicar seu livro “Rebelde ou precária”, que trata sobre a vida e o futuro da juventude em tempos de FMI, dos anos noventa até Macri”.

Sobre Espert, o colunista escreve que “tem 58 anos, nasceu em Pergamino, província de Buenos Aires”. Desde “2016 intensificou sua participação em programas jornalísticos e como youtuber em seu canal com um perfil provocador. É autor de “A Argentina Devorada”, livro onde diagnostica as causas da decadência argentina e propõe mudanças para sair dela”.

 
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