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TRABALHO ESCRAVO
Bolsonaro critica emenda que pune trabalho escravo: "pau neles!"
Redação
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Em mais um episódio de sua cruzada pública em defesa dos interesses dos capitalistas e contra os direitos dos trabalhadores, Bolsonaro questionou a emenda constitucional que permite punir com expropriação da propriedade quem for pego praticando o trabalho escravo. A interpelação foi direcionada ao reacionário Ministro Ives Gandra do TST foi dada hoje durante a cerimônia de revisão de 36 normas que tratam de proteção da saúde e da segurança dos trabalhadores. Pode se ver o vídeo aqui.

Bolsonaro começou sua fala dizendo que "ninguém é a favor de trabalho escravo", para completar com um "mas" e em seguida:

"Alguns colegas de vossa excelência entendem que o trabalho análogo à escravidão também é escravo. E pau neles".

Com isso, Bolsonaro questiona juízes que porventura venham defender os trabalhadores em algumas causas, enquanto ao mesmo tempo veio defender o direito da patronal de explorar os trabalhadores com a permissão para praticar condições miseráveis de trabalho. Este, aliás, é o objetivo de Bolsonaro com sua reforma trabalhista via Medida Provisória, que prevê, entre outras coisas, possibilidade de se eliminar a CIPA e tornando a segurança no trabalho um favor e não uma obrigação legal.

Bolsonaro continuou em sua defesa da possibilidade de se explorar o trabalho análogo à escravidão e sair ileso da justiça, coisa que aliás acontece recorrentemente no Brasil tendo em vista que fiscais do trabalho são tratados como inimigos pelo próprio governo:

"Quem sabe, parlamentares, uma definição clara até na própria Constituição do que é trabalho escravo? Botar na Constituição ou retirar e levar para lei complementar se faça necessário. Porque o Estado que estávamos construindo até há pouco tempo era o Estado totalitário, o Estado socialista e, pelas leis, nós estávamos cada vez mais nos aproximando do socialismo e do comunismo, onde o Estado mandava em tudo e em todos"

Junto com a retórica anti-operária, é lógico, mirabolantes teorias da conspiração, nas quais, segundo Bolsonaro, teríamos vivido qualquer coisa parecida com o socialismo. É que os capitalistas, tão queridos de Bolsonaro, querem fazer com que a maioria da população trabalhe até morrer, e por outro lado temem de pavor a organização dos trabalhadores para exigirem seus direitos - pois os lucros deles dependem unica e exclusivamente do suor do trabalho dos outros.

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Seguindo a tom de que, para Bolsonaro, é difícil ser investidor no Brasil, disse ainda que "Mas deixar com essa dúvida quem está empregando, se é análogo ou não é, você leva o terror para o produtor." Aqui uma confusão proposital: Bolsonaro faz parecer que o pequeno produtor que trabalha na sua própria terra poderia ser prejudicado por uma lei trabalhista que dificulta em algum nível a prática do trabalho escravo - quando o que é mais provável que se ocorra com os pequenos agricultores e que estes sejam alvo do poder econômico dos grandes latifundiários, verdadeiros praticantes do trabalho escravo que saem impunes de seus crimes sempre, motivo pelo qual tem grande apreço por Bolsonaro - por este não ter medo de defender abertamente seus interesses.

Mais uma declaração que mostra a face anti-trabalhador e anti-povo deste governo, e que mostra a urgência dos trabalhadores se organizarem para defender seus direitos. Bolsonaro quer, com a reforma da previdência, aprofundar cada vez mais um giro à direita para impor ataques aos trabalhadores. Só a organização dos trabalhadores pode fazer um contraponto, se organizando nos locais de trabalho e exigindo um plano de luta dos sindicatos contra a reforma da previdência e os ataques de Bolsonaro, com essa organização é possível pensar em alternativas em que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

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