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FEMINICÍDIO
O crescimento da taxa de feminicídios no Brasil e a política machista de Bolsonaro
Redação

A cada dois segundos, uma mulher é agredida no Brasil; no primeiro trimestre do ano a taxa desse tipo de crime cresceu 76%; e estudos mostram que essa taxa cresce ainda mais contra as mulheres negras.

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Foto: Pixabay

Segue o aumento de casos de feminicídio no Brasil. Estatísticas do Observatório da Violência (OBVIO), divulgadas no mês de julho de 2019, mostraram que, só no Rio Grande do Norte, 53 mulheres foram assassinadas desde o começo desse ano até o dia 24 de julho, sendo desse total, 16 feminicídios, ou seja, homicídios resultantes de violência doméstica ou discriminação de gênero. Desses 16 assassinatos, 15 foram cometidos pelos parceiros atuais das vítimas.

Em junho deste ano, o aumento de casos de feminicídio levou a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) a se reunirem em uma audiência pública para debater sobre o assunto. No debate, foram destacadas algumas outras estatísticas levantadas. Uma delas, elaborada pela própria Secretária da CDH, comprovou que 76% dos casos de feminicídio são realizados pelo atual ou ex-companheiro das vítimas. Outra, concluiu que a cada dois segundos, uma mulher é agredida no Brasil.

A Secretaria de Segurança Pública divulgou esse ano que, no 1° trimestre de 2019, houve um aumento de 76% de casos em comparação ao mesmo período de 2018. Foram 37 crimes classificados como feminicídio, onde 30 destes foram cometidos dentro da casa das vítimas.

Em 2017, um estudo escandaloso, elaborado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à ONU, divulgou que de cada dez feminicídios que ocorreram na região da qual compete à Comissão, quatro ocorreram no Brasil. Assim, do total de feminicídios na região, quase metade aconteceram no Brasil.

Não é de grande surpresa que esteja ocorrendo esse aumento de casos, já que desde o começo do ano o país está sendo governado por uma extrema-direita machista e conservadora. Jair Bolsonaro (PSL), presidente do país, sempre fez questão de deixar bem claro os seus principais alvos de ataque: as mulheres, os negros, os LGBTs e a população pobre. Este ano, o mesmo, flexibilizou o porte de armas, sendo as mulheres grandes vítimas de armas de fogo dentro de casa. Ainda, nomeou para encabeçar o Ministério da Família, Damares Alves, uma verdadeira inimiga das mulheres, que coleciona falas extremamente machistas, defende a submissão das mulheres no lar, coloca a culpa nas mulheres quando são abusadas, e defende ideias das mais reacionárias contra todos os direitos das mulheres. Obviamente, essa política tem como interesse o crescimento da hostilização e violência a setores da sociedade, com o intuito de separar ainda mais as fileiras da classe trabalhadora. Isso facilita e muito para governo poder aplicar todos os ataques que tem provocado contra a classe trabalhadora, como por exemplo, a nefasta Reforma da Previdência.

Veja também: Reacionária Damares diz que meninas são abusadas porque não usam calcinha

Inclusive, também porque, o machismo possui relação direta com o racismo, outro fator ideológico usado para dividir a classe trabalhadora. Como demostrado em dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), juntamente com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a média nacional na década de 1996 à 2016, foi de 4,5 assassinatos a cada 100 mil mulheres. Dessa média, quando considerado somente as mulheres negras, a média passa para 5,3; mas cai para 3,1 quando se considera somente as mulheres não negras. E ainda, concluiu-se que, dentro desse período, cresceu 15,4% a taxa de feminicídios das mulheres negras.

Por isso, a luta pela vida das mulheres não se limita na luta contra o machismo, mas sim contra o capitalismo, que constrói, mantém e se utiliza da ideologia racista e patriarcal para manter as mulheres reféns em suas vidas e se afastarem de qualquer luta verdadeira pela emancipação da humanidade.

Leia mais sobre a luta contra a opressão das mulheres no Ideias de Esquerda.

 
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