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CULTURA
Bolsonaro ameaça extinguir a Agência Nacional de Cinema (Ancine)
Redação

O presidente assinou decreto que transferiu o Conselho Superior do Cinema para a Casa Civil e disparou: "Não somos contra essa ou aquela opção, mas o ativismo não podemos permitir em respeito às famílias. É uma coisa que mudou com a chegada do governo".

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Bolsonaro agora dispara contra a Ancine (Agência Nacional de Cinema).Insatisfeito, criticou o patrocínio federal a produções audiovisuais que, segundo ele, fazem "ativismo". Disse ainda que não pode admitir que dinheiro público seja destinado a filmes como o da Bruna Surfistinha, em referência à produção do diretor Marcus Baldini. Reforçou o tom, completando: "Não somos contra essa ou aquela opção, mas o ativismo não podemos permitir em respeito às famílias. É uma coisa que mudou com a chegada do governo"

Nesta quinta-feira (18), o presidente assinou decreto que transferiu o Conselho Superior do Cinema, responsável pela formulação da política nacional de audiovisual, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. Bolsonaro está insatisfeito com a política de fomento ao cinema e fará alterações na atual estrutura.

Não satisfeito em mais uma vez, vomitar suas atrocidades sem fundamento, Bolsonaro ameaçou diluir as funções da agência por meio de uma medida provisória. Osmar Terra, ministro da Cidadanias, negou tal medida, afirmando que a Ancine continuará no atual formato, mas agora debaixo dos olhos atentos do conservadorismo, sediada na capital federal. Assim, podem censurar a vontade.

Trata-se de mais uma investida ideológica da extrema direita contra o que, de forma rasa e absurda, definem como ativismo, ideologia de esquerda e marxismo cultural. Assim como as recentesdeclarações acerca da Funarte, com a possível nomeação do reacionário de carteirinha Roberto Alvim, agora com a Agência Nacional de cinema se pretende o mesmo: a velha política de balcão de negócios, fazendo de órgãos nacionais aparatos do pensamento abjeto da extrema direita.

Veja também: Trabalhadores da Funarte divulgam carta de repúdio à indicação do Roberto Alvim

No caso da Ancine, há outro aspecto de suma importância a ser explicitado: Com as alterações propostas, segundo dados da Revista Fórum, o estimado é que 300 mil pessoas sejam afetadas com o fechamento da agência e/ou com as alterações, cortes e censura que se avizinham. Estamos falando não somente de artistas e produtores, mas de uma gama de trabalhadores que fazem parte dos projetos. Em um dos seus últimos editais foram habilitados 91 projetos, de 21 distribuidoras e de 66 produtoras.

E não é de hoje que vemos a extrema direita colocar suas manguinhas ultra conservadoras de fora. As medidas adotadas agora, tratam-se de um aprofundamento de ataques visando empurrar goela abaixo dos setores que ainda se levantam contra o governo e suas atrocidades machistas, homofóbicas e racistas, silenciamento e precarização. Foram vários os ataques à exposição Queermuseu, por exemplo, censura à peças e artistas.

Sucateamento e extinção de diversos programas de incentivo, tais quais o congelamento da lei de fomento ao teatro, iniciativas estas que historicamente, fizeram parte de um processo de lutas de diversos setores da cultura.

Bolsonaro sempre se mostrou contra os artistas e a produção cultural, e um dos pontos que mais insistiu em vomitar sua fétida demagogia foi com a"denúncia" da "mamata" da Lei Rouanet.

sempre utilizando de suas clássicas mentiras e sob uma leitura imbecil acerca do que de fato significa a lei e suas diversas contradições.

Para quem ainda tinha ou tem dúvidas sobre o quanto a arte em suas mais diversas manifestações pode incomodar e ser ferramenta ideológica potente de luta contra o capitalismo e todas as formas de opressão e exploração, fica evidente agora que não é ao acaso que Bolsonaro insiste em silenciar os artistas que não se alinham à sua ideologia, inviabilizar iniciativas e produções que batam de frente à sua política e, como a cereja do bolo, arquitetar planos de cooptação de artistas e trabalhadores que se disponham a ganhar financiamento estatal para fazer propaganda de extrema-direita, vide Roberto Alvim, exemplo número um de quão asqueroso e hipócrita é o projeto de Bolsonaro e sua corja para a cultura de nosso país.

É mais um ataque que não pode ficar sem resposta. Não se trata exclusivamente de alterar o funcionamento da Agência nem de cortes de orçamento e retirada de programas e editais. É mais uma investida ideológica contra quem se coloca contra as ideias conservadoras. É mais um degrau que a extrema direita sobe rumo a propagação desenfreada de sua ideologia, usando órgãos que deveriam ser livres para difundir e fomentar a cultura, o pensamento crítico, as manifestações e linguagens artísticas livremente. Não podemos aceitar que a cultura seja um souvenir na prateleira empoeirada dos conservadores!

 
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