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MUNDO OPERÁRIO
Rappi: trabalho precário causa mais uma morte em São Paulo
Redação

Thiago Dias morreu em decorrência de um mal súbito quando realizava uma entrega pelo aplicativo Rappi. A empresa não prestou qualquer apoio. Sua morte não é fatalidade, é fruto da exploração capitalista decorrente da "uberização" do trabalho.

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Dormir na rua e pedalar 12 horas por dia: essa é a rotina de muitos entregadores de aplicativos, como mostra reportagem da BBC de maio deste ano . A morte de Thiago de Jesus Dias, ocorrida no sábado, dia 5, não é um fato isolado. Em Barcelona, a morte de um entregador Glovo atingido por um caminhão gerou protestos no mês passado, que pleiteavam melhores salários e condições de trabalho.

A advogada Ana Luisa, que havia solicitado a entrega, relata em post do Facebook o incidente. Thiago chega passando mal a sua casa, logo desmaia. O SAMU é solicitado mas não chega. Ao ligar para a Rappi, para que alguma ajuda seja enviada, a empresa pediu apenas para que dessem baixa no pedido para que pudessem avisar os próximos clientes que o pedido não chegaria.

Segundo a Folha de S. Paulo, a Rappi diz estar apurando os fatos e orienta os clientes a acionarem autoridades competentes em situações relacionadas à saúde ou segurança de entregadores, como se saúde e segurança destes não fossem de sua responsabilidade. De acordo com a falta de vínculo empregatício desse tipo de emprego, as empresas conseguem toda brecha do mundo para realmente lavarem as mãos quanto a situações como esta.

Não por acaso a tal "uberização" do trabalho é a nova menina dos olhos dos empresários. Empresas que focam nos aplicativos de serviços surfam nesta onda da flexibilização do emprego. Ou melhor, constituem uma verdadeira vanguarda de uma tendência geral apontada por diversos intelectuais, da esquerda à direita, como abordamos aqui. Transformaram em realidade o sonho de muitos patrões ao redor do globo: esconder as relações de exploração entre patrão e empregado, buscando fazer com que os trabalhadores caiam no conto da carochinha do microempreendedorismo, do "eu sou meu próprio patrão".

Um estudo do Instituto Locomotiva, publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo em abril, apontou que quatro milhões de pessoas trabalham para essas plataformas no Brasil. A tendência é isso se agravar com a aprovação da reforma da previdência.

Isso porque os jovens trabalhadores terão que competir por postos de trabalho com os mais velhos, que terão que trabalhar até morrer para garantir sua sobrevivência. E quanto mais desemprego, mais aceitação em se colocar em postos precários com salários baixos.

Thiago tinha pouco mais de 30 anos e deixa uma filha pequena. Deixa também uma semente de ódio contra a precariedade e a falta de futuro que estão reservando para nossos jovens. A história cobrará, e é preciso lutar para que essa conta seja paga por cada um daqueles que colocam sua sede por lucro acima de nossas vidas.

 
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