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ABSURDO
Governadores do PT apoiarão reforma da previdência por dinheiro da privatização do pré-sal
Redação

Quando um crime contra os interesses dos trabalhadores é pouco, oferecem logo dois. Os governadores do PT ofereceram a Davi Alcolumbre, presidente do Senado, o apoio à sanguinária reforma da previdência em troca de receberem dinheiro da privatização do pré-sal.

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Ontem ocorreu reunião do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) com seis governadores da região nordeste, a maioria deles do PT. A reunião contou com a presença de Belivaldo Chagas (Sergipe), João Azevedo (Paraíba), Renan Filho (Alagoas), Rui Costa (Bahia), Wellington Dias (Piauí) e Camilo Santana (Ceará), os três últimos do PT.

Na reunião, segundo consta em matéria oficial do Senado foi negociado que os governadores darão apoio à reforma que sequestra o valor da aposentadoria dos futuros aposentados (alterando regra de cálculo) e impõe à idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres desde que obtenham recursos da privatização do pré-sal.

Ou seja, negociam direitos dos trabalhadores desde que consigam dinheiro da subtração das riquezas nacionais quando for realizado o leilão do pré-sal da área da “cessão onerosa”.

A expectativa do acordo é bastante grande e Alcolumbre saiu da reuniu declarando que agora conta com o "apoio ativo" dos governadores para conseguir muitos votos na Câmara e no Senado. Essa ajuda, somada aos 23 milhões que Bolsonaro dará a cada parlamentar que votar a reforma ajudam a azeitar com recursos públicos e recursos da nação (pré-sal) a retirada de direitos. A fraude e a corrupção criminosa (ou não criminosa), são a moeda corrente de que como a burguesia opera para montar suas bases parlamentares e conseguir impor seus desejos.

Contam nesse mercado de negociatas com a ajuda petista, especialmente dos governadores.

Bolsonaro e a Bovespa ganharam um combo com o entreguismo petista. Pediram uma ajuda e receberam duas, desde que uma módica quantia seja adicionada.
Não somente apoiam a retirada de direitos como apoiam a entrega do pré-sal no leilão.

A reforma em negociação não é nenhuma vitória. Não interessa aos trabalhadores nenhuma reforma para engordar os lucros dos donos da dívida. Seja essa a reforma a inicial de Guedes e Bolsonaro ou sua versão alterada mas essencialmente idêntica de Maia e Alcolumbre.

A postura dos governadores do PT (e também de seus aliados do PCdoB e PSB) escancara como nunca o PT quis efetivamente derrotar a reforma da previdência. Comemoram as alterações feitas por Maia e Alcolumbre, que mexeram na capitalização, desconstitucionalização e no BPC, mas mantiveram a essência da reforma. Esse absurdo era a princípio contraditório com os discursos dos parlamentares do PT, mas crescentemente estes passaram a tratar esse ataque como vitória. Isso chegou ao cúmulo do senador petista Paim elogiar a reforma em discurso no plenário.

A postura dos governadores do PT bem como de lideranças parlamentares como é o caso de Paim ilumina a atitude das centrais sindicais que não construíram a paralisação nacional do dia 14 de junho como parte de um plano de luta para a derrotar a reforma. Muito pelo contrário, enquanto a UGT diretamente boicotou a paralisação, a Força Sindical não fez nada para que ela ocorresse, e a CUT e CTB realizaram paralisações controladas que tinham como objetivo meramente mostrar oposição para promover essa negociatas dos governadores e retirar a pressão dos trabalhadores que exigem luta contra à reforma.

Agora, passadas duas semanas daquela paralisação e às vésperas da votação da Reforma da Previdência na Comissão Especial não há absolutamente nenhuma ação agendada. Burocraticamente as centrais agendam um “dia de manifestações nos estados” no dia 12 de junho. Colocam algo no calendário para dizer que algo foi feito, quando o jogo verdadeiro é o das negociatas de seus governadores.

É preciso tirar lições dessa posição dos governadores do PT e das direções sindicais para que os trabalhadores possam desenvolver a luta contra a reforma e cada corte que segue em curso, como os da educação. Para se enfrentar com Bolsonaro é preciso também se enfrentar com a reforma essencialmente idêntica promovida por Maia e Alcolumbre, e para isso é preciso que os trabalhadores tomem em suas mãos os rumos da mobilização, impondo aos sindicatos e centrais sindicais verdadeiros planos de luta.

 
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