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DOENTE É O CAPITALISMO
Vai “pensar duas vezes”: Bolsonaro justifica LGBTfobia em nome dos lucros
Redação

Em entrevista dada à jornalistas durante café da manhã, Bolsonaro afirma que a decisão do STF em criminalizar a homofobia, equiparando-a com o crime de racismo, teria como consequência a maior dificuldade de LGBTs arrumarem emprego.

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Em entrevista dada à jornalistas durante café da manhã, Bolsonaro afirma que a decisão do STF em criminalizar a homofobia, equiparando-a com o crime de racismo, teria como consequência a maior dificuldade de LGBTs arrumarem emprego. Afinal, o patrão ficaria com medo de contratar alguma pessoa que foge à heteronormatividade, “vai pensar duas vezes”, pois teme ser acusado de homofobia caso demita este funcionário algum dia.

Mas não é só com os LGBTs que Bolsonaro segue essa “ideologização” de lamber as botas dos empresários, como se esses fossem os oprimidos, afinal, é muito dificil empreender no Brasil e os gigantescos lucros são afetados pelas minorias, pobres e trabalhadores que desejam explorar seus chefes. Em diferentes ocasiões, Bolsonaro defendeu posições similares em relação às mulheres, saindo em defesa desigualdade salarial entre os gêneros “porque mulheres engravidam e por isso o patrão fica receoso de contratar uma mulher”, absurda expressão “econômica” de todo o machismo que Bolsonaro representa.

“Pode escrever aí: quando o cara vai empregar, entre um homem e uma mulher jovem, o que que o empregador pensa? ‘Poxa, essa mulher aqui tá com aliança no dedo, não sei o quê, ela vai casar, é casada, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade, bonito para c*, para c*, “. Quem que vai pagar a conta? É o empregador (...) por isso que o cara paga menos para a mulher”. (em entrevista à Zero Hora, 2014).

Recentemente, Bolsonaro teve de pedir desculpas por imposição da lei à deputada Maria Rosário por dizer que ela “não merecia ser estuprada”. Bolsonaro representa o que têm de mais reacionário e hipócrita dos fiéis seguidores da “moral e bons costumes” e de “Deus e a família” - além da propriedade e do lucro, é claro. Um representante do patriarcado que, como podemos ver na declaração acima em relação aos LGBTs e às mulheres, não esconde as relações umbilicais entre esta a família patriarcal e o capitalismo.

Voltando à nova declaração em relação aos LGBTs, Bolsonaro chegou a afirmar, de sua maneira tosca e bizarra, que a decisão do STF - que nada têm de santo e progressista, participou do golpe institucional e está de olho na defesa de seus interesses e privilégios diante dos outros atores golpistas - gera uma “cisão de luta de classes”, como se já não houvesse um conflito muito bem marcado entre LGBTs e o patriarcado, inclusive alimentado pelo capitalismo e suas expressões políticas, como Bolsonaro.

“Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo”(trecho de entrevista dada à Playboy em 2011)

Voltando para os dias de hoje, Bolsonaro encerra sobre o assunto com uma pérola nefasta e, no mínimo, contraditória. Ao mesmo tempo que propõe um ministro evangélico no STF, para melhor representar os interesses de pastores mafiosos e perseguir religiões de matriz africana, que poderiam barrar o processo em base à trechos da bíblia, afirma que acha “equivocado o que o Supremo fez ontem, tem que ter equilíbrio lá dentro. Não é misturar política com Justiça e religião”.

Bolsonaro deseja fazer com que os trabalhadores, mulheres, LGBTs, negros e todos os setores populares paguem pela crise capitalista que foi criada por aqueles que ele tanto ama e representa, por isso defende o que há de mais reacionário em nome do lucro e manutenção das opressões, importantes engrenagens na exploração capitalista. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, sobra aos LGBTs os postos mais precários como os serviços e telemarketing; as mulheres continuam a receber um salário menor que os homens e ainda tendo que lidar com a dupla e terceira jornada; desigualdade salarial que também atingem os negros, cujos jovens são alvo número um da polícia.

É preciso unificar a juventude, que deu exemplo de luta no dia 15M e 30M em defesa da educação (apesar das burocracias estudantis que fizeram de tudo para travar a mobilização), com os trabalhadores, que neste 14J lutam em defesa da previdência e educação, e todos os oprimidos pelo sistema capitalista. Bolsonaro representa sua faceta mais retrógrada e, junto com o autoritarismo judiciário do STF e da Lava-Jato, que nessa semana foi duramente golpeada pela #VazaJato, e seus aliados ao centrão, desejam fazer a vida dos empresários um paraíso de exploração com a reforma da previdência. Por isso defendemos um plano de luta até derrotar os cortes e a reforma e que as centrais deixem de negociar nosso futuro com o centrão e Bolsonaro e convoquem assembleias e atos para unificar trabalhadores, juventude e todos os oprimidos pelo governo.

 
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