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ATAQUE À EDUCAÇÃO
Governo de SP e fundações exoneram dirigentes de ensino para mais privatização e assédio
Nossa Classe - Educação

A lógica empresarial pautada em metas, resultados e objetivos avança na rede Pública Estadual de ensino do Estado de São Paulo, com 26 dirigentes de ensino exonerados na manhã desta terça-feira.

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Dos 91 dirigentes de ensino do Estado, 34 não preencheram os requisitos para continuarem ocupando os cargos, segundo o governador. O mesmo acontecerá com supervisores de ensino e diretores de escola não concursados. Os cargos serão preenchidos a partir de processo seletivo elaborado pelo Estado em parceria com a Rede Aliança.

A parceria concluída em março de 2019 entre João Dória, governador do Estado de São Paulo, com a Rede Aliança formada pelas Fundações – Fundação Brava, Fundação Lemann, Instituto Humanize e Instituto República-, começou no mês de junho a colocar seus objetivos em prática. O objetivo desta parceria consiste na privatização do ensino público, não com a venda das escolas ou com a terceirização do quadro de professores, mas sim na adaptação da concepção educativa à lógica empresarial.

A lógica defendida pelas Fundações participantes, inclusive pela Tabata Amaral, tem como objetivo alinhar a escola pública às necessidades produtivas do mercado atual, ou seja, criar mão de obra superexplorada a fim de atender a necessidade da indústria, denominada pelos capitalistas como 4.0. A reestruturação produtiva, denominada 4.0, está sendo marcada pela ascensão da Inteligência Artificial, Machine Learning, Blockchain entre outros. Sendo assim, a pauta da vez na agenda da Educação é a privatização da concepção educativa.

Traçar, atingir e observar constantemente as metas impostas de forma rígida por uma equipe hierárquica burocrático-administrativa tem se tornado uma constante na vida de inúmeros professores da rede estadual do Estado de São Paulo. Seguir gráficos, serem constantemente cobrados a alcançar objetivos e metas determinadas, muitas vezes por quem nunca pisou em sala de aula, tem se tornado cada vez mais presente no cotidiano dos docentes.

Para avançar com esse projeto, cercear a liberdade dos professores e ter um controle ainda maior com perseguições e assédio moral, o secretário da Educação, Rossieli Soares, no governo de João Dória está coordenando este planejamento de reestruturação chamado de “Líderes Públicos”. Segundo a entrevista do jornal Folha de São Paulo “o programa de avaliação baseado em critérios objetivos está sendo implementado pelo governo João Doria (PSDB), que tem como discurso o foco em gestão no setor público aos moldes das empresas privadas.” Cabe salientar, que Rossieli foi um dos organizadores a comandar a desregulamentação do ensino médio, no ano de 2017, e, também, ajudou intensamente para a construção e aprovação da BNCC.

A lógica empresarial não é uma exclusividade da Rede Pública Estadual, no ano de 2017 a vereadora Janaina Lima apresentou um projeto de lei 62/2017, o qual insere a lógica empresarial na Rede Municipal de Ensino da Cidade de São Paulo. Em seu projeto de Lei, Janaina Lima no artigo 4º abre caminho para que essas mesmas Fundações atuem sobre a educação “Art. 4º - O Poder Executivo Municipal é autorizado a celebrar convênio com órgãos públicos estadual ou federal, entidades de classe ou privadas sem fins lucrativo, para o desenvolvimento de atividades e projetos na rede municipal de ensino e para a capacitação do corpo discente.”

A Fundação Lemann, fundada pelo segundo homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev, e que muito se interessa pelas reformas na educação, em seu relatório de 2018 defende que "Queremos contribuir com pautas sobre atração e seleção para cargos de liderança, assim como desenvolvimento, desempenho e engajamento desses profissionais. Com critérios claros, um processo transparente e profissionalismo, é possível ter as pessoas mais bem preparadas para os desafios de posições decisivas".

Os objetivos estão claramente alinhados com as fundações que representam os seus respectivos fundadores, assim como a reforma do ensino médio e a perseguição desenfreada aos professores iniciada pelo Escola sem Partido e que vem tomando cada vez mais corpo no governo de Doria e Bolsonaro.

Além disso, professores da rede estadual já começaram a relatar o "terrorismo" que suas direções de escola estão fazendo dizendo que se os professores não se adequarem a lógica do novo governo chegará também aos docentes o processo de seleção e escolha por perfil, punindo caso não sigam a "cartilha" privatizante e do esvaziamento total do conteúdo social da escola.

Serão os professores e alunos os mais atingidos pelas reformulações que o governo de Doria tem feito desde o início de ano, com a mudança das férias escolares, a introdução de novas disciplinas na grade, além de mudanças nas avaliações e no currículo, mais alinhados com os objetivos privatizantes citados.

 
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