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PIB
Previsão do PIB tem baixa pela 13° vez, escancarando contradições do governo Bolsonaro
Redação

Publicação do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, mantém a maioria das previsões de índices econômicos, mas rebaixa de novo a previsão de aumento do PIB, confirmando tendência de que a economia siga patinando.

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Desde abril de 2018, a previsão de crescimento do PIB já foi rebaixada 13 vezes. Originalmente prevendo crescimento de 3% o relatório publicado pelo Banco Central, que reúne a análise de mais de cem instituições do mercado financeiro, segue a tendência de rebaixamento da previsão, que agora atinge a minguada taxa de crescimento de 1,23% no próximo ano.

O fraco desempenho da economia é confirmado pelos outros índices, como inflação (prevista para 4% segundo a meta do governo) e a cotação do dólar (prevista para continuar por volta de R$ 3,80), que seguem inalterados.

Índices como esses - somados à taxa de desemprego, que segue alta e crescente em todo o país – pintam, um cenário difícil para o governo Bolsonaro. Buscando estabelecer hegemonia dentro das fileiras de seu próprio gabinete, e com uma relação conflituosa com o parlamento, especialmente com seus antigos congêneres do Centrão, unificados sob a figura de Rodrigo Maia, Bolsonaro encontra limitações graves frente, mesmo, a setores burgueses importantes pela estagnação insistente da economia, que privam o governo de qualquer base material na qual sustentar seus projetos.

Leia também: Crise de Bolsonaro: “bonapartismo imperial” ou “bonapartismo institucional”?

O mercado segue, com suas previsões, a tendência de não depositar amplas esperanças no governo Bolsonaro cegamente. Antes, todos os analistas burgueses, especialmente nos grandes meios de comunicação, seguem a risca a linha de que “para haver crescimento econômico, precisamos aprovar a reforma da previdência”. Esse grande condicionante, a chamada “mãe de todas as reformas”, é a grande aposta da burguesia, brasileira e internacional, para aumentar a exploração dos trabalhadores (e, subsequentemente sua taxa de lucro), nos fazendo trabalhar até morrer, para compensar a desaceleração e estagnação da economia a nível mundial (já referido por especialistas, mesmo burgueses, como “estancamento secular”). A aprovação da Reforma é um dos únicos projetos econômicos de Bolsonaro, ao lado das privatizações e destruição das proteções trabalhistas, pautas pelas quais foi posto no governo, em uma aposta da burguesia nas eleições mais manipuladas da história recente do país.

Junto com a alta taxa de desemprego, os índices apontados na Focus, que assombram a estabilidade do aventureirismo de Bolsonaro e sua relação com os fatores reais de poder, essa crise também é exibida pelos analistas como suposta evidência da “necessidade” da Reforma da Previdência. Essa falácia de que não há dinheiro, e que a economia do país “só se recupera” com a reforma da previdência (ou mesmo que a reforma poderia fazê-la se recuperar) é repetida por todas as vias burguesas para esconder como, em meio à crise, a burguesia, especialmente o capital financeiro, segue com lucros cada vez maiores. Para esconder, ainda, que mais de um trilhão de reais são entregues todos os anos aos especuladores financeiros por meio de pagamento e amortização da dívida pública, que todos os governos brasileiros pagaram religiosamente, e que toda a mídia faz questão de “esquecer” que é para onde vai mais da metade do orçamento do país.

Frente a um cenário econômico opaco, que culmina com um ataque coordenado de todos os setores burgueses, por meio do “braço forte” do governo Bolsonaro, com a reforma da previdência, a saída fundamental da crise para a maioria da população deve ser, necessariamente, a saída da classe trabalhadora. Por isso é necessário o não pagamento imediato da dívida pública, para que do suor do trabalho não saia nem mais um centavo para os banqueiros e especuladores! Passa também pela repartição imediata de todo o trabalho por todas as mãos disponíveis, sem redução de salário! E um plano de obras públicas - financiadas pelo não pagamento da dívida e pelo monopólio estatal do comércio exterior, com estatização de todos os bancos sob controle dos trabalhadores, para gerar não só emprego - mas também condições dignas de vida para os que amargam com as condições de vida da crise capitalista.

 
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