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PARALISAÇÃO NO 30M
Rumo ao 30M na UFMG: por assembleias de base contra os cortes e a reforma da previdência de Bolsonaro
Pão e Rosas - UFMG
Faísca - UFMG

Para que no dia 30 de maio derrotemos os cortes na educação precisamos construir a mobilização na UFMG com assembleias de base convocadas pelo DCE e demais entidades estudantis, e nos aliarmos aos trabalhadores exigindo da UNE que inclua a luta contra a reforma da previdência na ordem do dia e das centrais sindicais que adiantem a greve geral dos trabalhadores.

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Nós, estudantes, protagonizamos em BH, junto aos trabalhadores da educação, o maior ato do país no último dia 15. Os mais de cem mil em BH no dia de greve nacional da educação mostraram que há disposição para derrotar os cortes e a reforma da previdência. Protagonizamos também uma das maiores assembleias gerais do país nos últimos tempos, com mais de 1500 estudantes, fruto das construções de assembleias de base nos cursos durante toda a preparação do dia 15.

Essa disposição segue visível, e o dia 30 de maio, convocado pela UNE, imediatamente passou a circular dentre os estudantes da UFMG como um próximo dia de lutas contra o governo Bolsonaro. Rumo ao dia 30, nos apoiando na enorme vontade de luta dos estudantes, o DCE UFMG (e demais entidades de base) precisa desde já promover assembleias de curso e geral, como espaços de auto-organização dos estudantes, que garantam que desde a base tomemos esse dia em nossas mãos, ditando os rumos do movimento estudantil a partir de discussões e deliberações que garantam a expressão das diferentes opiniões e da vontade da maioria dos estudantes. Mas podemos nos contentar em lutar separados dos trabalhadores e sem ameaçar a aprovação da reforma da previdência, o centro dos ataques do governo Bolsonaro? Precisamos mostrar a toda a população que nossa luta vai além da defesa à educação; é por toda a juventude e todos os trabalhadores, contra um governo que quer colocar as universidades contra os trabalhadores. Inclusive porque, na UFMG, os primeiros atingidos pelos cortes já são trabalhadores terceirizados, a maioria mulheres negras, que já sofreram demissões ao menos na Fafich e na FaE, fruto da adaptação da burocracia acadêmica, gerindo a crise para que os trabalhadores e estudantes paguem-na, quando todos os trabalhadores terceirizados deveriam ser efetivados sem concurso público

Vimos que a juventude e os trabalhadores que estavam na rua dia 15 estão em luta não só contra os cortes na educação mas também contra a reforma da previdência, e querem se enfrentar com o governo de Bolsonaro e todos os seus absurdos ataques aos trabalhadores para fazer-nos pagar pela crise dos capitalistas. A despeito disso, a UNE segue a linha que adotou a mídia burguesa (que fez questão de esconder as posições contra a reforma da previdência na cobertura dos atos do dia 15 ) e convoca o dia 30 como um dia de mobilização

de estudantes em defesa da educação, sem um “a” sobre a aliança com os trabalhadores contra o centro de gravidade do governo, que fará toda a população amargar anos intermináveis de trabalho precário sem se aposentar. Essa separação também é levada a cabo pelas direções de trabalhadores, visto que a CUT e a CTB, que têm a mesma direção da UNE (PT e PCdoB), seguem a mesma divisão do movimento e de pautas, e ao invés de anteciparem a greve geral do dia 14 de junho para o dia 30 de maio, se somando à juventude em uma só luta contra o governo Bolsonaro, dividem o movimento para tirar peso do dia 30 com medo da aliança explosiva da juventude junto com os trabalhadores tomando as ruas e paralisando tudo.

A direção dessa mobilização nacional, que tem tomado proporções preocupantes para o governo, precisa ser feita por um comando nacional formado por delegados eleitos em assembleias de base em todos os locais em luta, pois essa é a única forma de garantir que nossa força não seja desviada para negociações do nosso futuro, enquanto a maioria dos estudantes busca derrotar os cortes e a reforma da previdência em uma só luta. Mas as decisões são tomadas pelas direções burocráticas do movimento estudantil e de trabalhadores que dirigem as mobilizações segundo seus próprios interesses e são representadas, por exemplo, por Paulinho da Força, que assumiu preferir negociar e não derrotar a reforma da previdência; ou a direção da UNE, as mesmas da CUT e CTB, formada pelos partidos do PT (que têm governadores no nordeste assinando cartas de negociação em relação à reforma ou se mostrando a favor da cobrança de mensalidade nas universidades, como Rui Braga da Bahia, fazendo coro com a direita na destruição do ensino público) e do PCdoB (que apoia e negocia com Rodrigo Maia, o principal articulador na câmara da reforma, o maior ataque aos trabalhadores neste governo).

O DCE UFMG (dirigido por Afronte/PSOL, Correnteza/UP, UJC/PCB e outros) “luta às cegas” e carrega o movimento estudantil da maior universidade federal do estado para o mesmo caminho, pois além de não denunciar todas as manobras promovidas pela burocracia estudantil e sindical, manobras que só reservam mais derrotas e desmoralizações, evitou abrir espaço para essas discussões, por exemplo, na última e histórica assembleia geral da UFMG, e dirige um fórum do movimento estudantil como o Conune (Congresso Nacional da UNE) de forma burocrática pelas costas dos estudantes.

É preciso que o DCE não apenas comece a construir o dia 30 desde a base dos estudantes, mas exija da UNE que inclua a reforma da previdência na ordem do dia e das centrais sindicais que antecipem a greve geral de todas as categorias de trabalhadores do dia 14/6 para o dia 30/5. Em assembleia geral, os estudantes da USP mostraram sua clareza em relação à necessidade de unificar as lutas e já saíram com um chamado às centrais por essa unidade

Exigimos da UNE o que o DCE UFMG também deveria exigir e ser um fator para a concretização: que promova um Comando Nacional, com delegados eleitos em assembleias de base em todos os locais em luta, para coordenar, massificar e dirigir a luta em curso nacionalmente, exigência que já foi aprovada em assembleias de base de algumas universidades do país. Não podemos dar tempo para Bolsonaro e todas as distintas alas de seu governo contornarem a ingovernável luta de classes, seja com seus conchavos, seja com uma tentativa de sensibilização da população a respeito dos supostos inimigos que o presidente enfrenta.

Para saber mais: Mensagem de Bolsonaro: criação de inimigos internos e a ingovernável luta de classes

Certamente haveriam melhores condições de superar os obstáculos que hoje diminuem a expressão de nossa força se toda a oposição de esquerda rompesse com a diplomacia que mantém com a majoritária da UNE, e com os desvios da CUT e CTB. O PSOL deveria usar os mandatos de seus parlamentares, os sindicatos e entidades estudantis que dirigem e toda sua projeção com figuras como Guilherme Boulos para ser um fator na mudança dos rumos da primeira grande luta no governo Bolsonaro, se juntando às exigências que fazemos às direções tradicionais desde o Esquerda Diário, pois não podemos mais aceitar a miséria da negociação, que nos arranca direitos e serve apenas à lógica do lucro no sistema capitalista. Pois, enquanto o governo Bolsonaro quer aprofundar ataques à classe trabalhadora por um suposto déficit fiscal no orçamento, a dívida pública segue sendo paga aos bancos e instituições financeiras religiosamente. Em 2015, a dívida pública representou um rombo de 1,3 trilhões aos cofres públicos, o mesmo valor que Paulo Guedes quer economizar em 10 anos com a reforma da previdência.

Leia também: Não precisamos de reforma da previdência, é necessário abolir a dívida pública

Chamamos a todas e todos estudantes da UFMG a se unificarem nesta batalha com a juventude Faísca e o Grupo de Mulheres Pão & Rosas em todos os espaços do movimento estudantil, nas próximas assembleias e reuniões, no processo de preparação do Congresso da UNE (Conune) e no ato do dia 30 em Belo Horizonte.

Nossa luta é uma só: contra os cortes na educação e a reforma da previdência de Bolsonaro! Pelo não pagamento da dívida pública: que os capitalistas paguem pela crise! É preciso batalhar que sejamos nós, estudantes aliados aos trabalhadores, que definamos a saída para a crise.

 
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