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DESIGUALDADE SALARIAL
Desiguldade salarial bate recorde no governo Bolsonaro
Redação

Dados divulgados pelo Valor Econômico mostram crescimento da desigualdade de renda no Brasil. É o 17° trimestre consecutivo de alta no índice, batendo valores recordes, em momento de crescente desemprego, e ofensiva do governo com a Reforma da Previdência.

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Foram divulgados hoje pelo Valor Econômico dados da última pesquisa da FGV sobre desigualdade salarial no Brasil. Os resultados mostram um crescimento do índice de Gini, que mede os rendimentos domiciliares per capta. No quarto trimestre do ano passado (Outubro, Novembro, Dezembro de 2018) os indicadores mostravam valores em 0,625, e bateram um crescimento, pulando para 0,675 no primeiro trimestre de 2019 (Janeiro, Fevereiro e Março). O índice de Gini mede a desigualdade numa escala de zero a um, sendo zero a desigualdade perfeita.

O crescimento atingiu valores recordes no país, e é o 17° trimestre consecutivo de alta nos dados de desigualdade de renda no país.

Os dados divulgados não surpreendem, após cinco meses de um Governo Bolsonaro que acumula novos dados de alta no desemprego no Brasil. Só neste ano, são mais de 770 mil vagas de trabalho a menos em relação aos últimos dados de 2018, e um aumento no desemprego, no sub-emprego, e também no desalento (pessoas que deixam de procurar emprego), efeitos da nefasta reforma trabalhista de Michel Temer, que precarizou e também acabou com diversos postos de trabalho no país.

Afinal, o desemprego num país como o Brasil tem rosto, gênero e cor bem visíveis. Em 2015 os dados indicavam que as trabalhadoras brasileiras ganhavam 26% a menos que os trabalhadores homens, proporção que já era ainda mais gritante se comparássemos as mulheres negras com os homens brancos: os dados indicam que a média salarial das mulheres negras era de 42% do total da média salarial de homens brancos. De acordo com dados mais recentes, divulgados pelo portal do G1, trabalhadores negros recebem em média 1.200 reais a menos que os brancos, valores gritantes por si só.

Em meio ao crescente desemprego, e a crescente desigualdade no Brasil, o Governo Bolsonaro, suas diversas alas, o autoritarismo Judiciário, e os diversos setores da burguesia, em suma os fatores reais de poder no regime brasileiro em disputa, tem um ponto e objetivo em comum: o carro-chefe dos ataques, que é a Reforma da Previdência. Um ataque brutal à classe trabalhadora e à juventude, que já sofrem com o desemprego, para nos fazer trabalhar até morrer. Valendo também lembrar que a proposta de Reforma, em diversas formas, vai acentuar essa crescente desigualdade brasileira, no que se trata de aposentadoria. Ignorando as duplas, e também as triplas jornadas de trabalho às quais o capitalismo sujeita as mulheres trabalhadoras, a Reforma quer definir em 62 a idade mínima para a aposentadoria, e igualando em 40 anos para homens e mulheres, o tempo mínimo de contribuição para obtenção do valor integral de aposentadoria.

Neste momento, em que a juventude das universidades entrou em cena, e tomou as ruas na última quarta-feira (15), com mais de 1 milhão de jovens (e também de trabalhadores) saindo às ruas contra os cortes de Bolsonaro e de Weitraub na Educação é urgente o chamado: temos de travar uma só luta, contra os cortes na educação e contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro! O presidente e o ministro fizeram (e ainda fazem) chantagem aos estudantes com a aprovação da reforma. Por isso mesmo os estudantes de todo o país, que se mobilizam desde suas universidades tem a tarefa história de tomar a linha de frente da luta contra a Reforma.

Não podemos dar de barato que a força do setor da educação, por si mesma, basta para derrotar o governo Bolsonaro. Não podemos cair no conto de que as composições e negociatas com Maia e com toda a escória parlamentar, vão ser decisivas para nosso triunfo. O que estes senhores nos derem com uma mão, vão tirar com a outra ao mesmo tempo. A Reforma da Previdência vai se revelar um ataque tão duro contra a educação quantos os cortes impostos agora. Tudo o que estão cortando e os ataques às aposentadorias servem para seguir pagando a dívida pública, que todos os governos anteriores pagaram também. As direções da UNE, da CUT e da CTB – PT e PCdoB – vão agora lutar para manter o movimento da educação dentro “do seu próprio quadrado”, lutando somente em defesa da educação, e levar a um embate parcial contra Bolsonaro, enquanto negociam pelas nossas costas com Maia os termos da Reforma da Previdência. Tanto PCdoB, aliado de Maia no Congresso, quanto os governadores do PT no Nordeste, que negociam pontos da Reforma com o governo, estão prontos para nos virar as costas e entregar nossos direitos. Nesse jogo o PSOL poderia cumprir um papel importante para o movimento, se mudasse sua política de separar as duas pautas, o que até agora não parece querer fazer.

A unidade do movimento estudantil, junto aos trabalhadores e a todo o povo pobre e oprimido que está fora das universidades, que pode de fato vencer Bolsonaro e seus ataques. Sem virar as costas para as entidades estudantis e de trabalhadores, exigindo que as centrais sindicais, da UNE e das entidades estudantis de cada universidade, que não nos façam esperar até dia 14/06 para uma greve geral, e unifiquem seu chamado com o chamado feito pela UNE para o dia 30/05. A luta em defesa da educação precisa ser articulada com bandeiras que defendam os interesses de toda a população. O primeiro passo, mais elementar, deveria ser transformar numa bandeira da juventude a luta contra a Reforma da Previdência e abrir um caminho de diálogo com as maiorias populares: quem vai pagar o custo da crise econômica? Que sejam eles, os ricos e as elites que comandam o país.

 
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