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JUVENTUDE
A juventude precisa assumir a luta contra a reforma da previdência
Odete Assis
Mestranda em Literatura Brasileira na UFMG
Isa Santos
Assistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

Já somos milhares de jovens em todo o país tomando as ruas em defesa da educação e contra os cortes de Bolsonaro nas universidades e institutos federais. Temos força para barrar este ataque, e para também impedir a aprovação da nefasta Reforma da Previdência que quer destruir nosso futuro. Enquanto a mídia tenta separar estas duas lutas, nós temos a tarefa de unir estas bandeiras: estudantes e trabalhadores, enfrentando os cortes, a reforma da previdência, o governo Bolsonaro e os planos do capital financeiro.

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Este 15 de Maio (15M) é a primeira grande manifestação contra o governo Bolsonaro. É a expressão de todo um descontentamento crescente dos jovens com os rumos que a educação vem sendo tomada nos últimos anos. Cortes atrás de cortes, precarizando cada vez mais a educação, enquanto por outro lado, fortalecem os tubarões do ensino, que nunca ganharam tanto desde o anúncio dos cortes para as universidades públicas.

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Já era claro que a educação era uma das grandes preocupações de Bolsonaro e da extrema direita. Não à toa, vieram há tempos de uma enorme campanha pela censura aos professores nas escolas com o projeto "Escola Sem Partido", e agora ataca as universidades que foram o centro de sua oposição durante as eleições presidenciais. É justamente por isso que o governo Bolsonaro precisa atacar os setores mais críticos da sociedade: para conseguir passar com a Reforma da Previdência exigida pelo mercado financeiro. O ataque à educação, neste momento, é também colocado como uma moeda de troca para garantir os interesses, manipulações e arbitrariedades do Judiciário para garantir a eleição de Bolsonaro.

Com a entrada do movimento estudantil em cena, a partir das dezenas de assembleias que reuniu milhares, temos as condições de estruturar a nossa mobilização através de uma coordenação nacional com delegados eleitos nas universidades, que permita também ajudar na organização dos trabalhadores para impedir que descarreguem a crise capitalista nas nossas costas. Somente através da nossa auto-organização é que podemos utilizar toda nossa energia revolucionária para atacar os capitalistas e manter os nossos direitos.

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Enfrentar a divisão de quem propõem a "unidade"

A mídia, a opinião pública, os políticos da velha casta política, os novos rostos para a mesma velha política burguesa, os capitalistas nacionais e os estrangeiros, à eles tudo o que interessa é garantir as reformas que exige o capital financeiro. Trata-se de responder aos interesses imperialistas, especialmente norte americanos.

Portanto, enfrentar a Reforma da Previdência trata-se de um combate anti-imperialista, em defesa dos trabalhadores e do povo pobre brasileiro. Para enfrentar a policia, o Congresso Nacional, Bolsonaro, seus ministros e o imperialismo precisamos da mais ampla unidade entre trabalhadores de variadas categorias e sob distintas filiações sindicais e dos jovens estudantes de universidades, escolas e sem estudar. É preciso uma verdadeira frente única operária para garantir com que a nossa enorme força se expresse e possa exigir e impor um programa para que os capitalistas paguem pela crise.

Infelizmente, a União Nacional dos Estudantes (UNE) junto com a UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) invés de batalhar pela sua unidade, oferecem sempre uma clara expressão da tentativa em separar o conjunto dos estudantes, e também de impedir qualquer aliança verdadeiramente para lutar ao lado dos trabalhadores. Duas expressões recentes foram: o adiamento do Congresso da UNE que diretamente impede a participação de jovens trabalhadores e passará longe da construção da greve geral chamada pelas centrais sindicais. O outro exemplo é justamente não desmascarar como o governo ataca a juventude visando barganhar a reforma da previdência.

O mesmo acontece com as centrais sindicais, como a CUT, CTB e a Força Sindical, que se preocupam muito mais com a MP que discute a contribuição sindical - como forma de garantir os privilégios e a existência material desta burocracia - do que se preocupam com o futuro da juventude e da classe trabalhadora. Por isso que separam os professores do conjunto das demais categorias, com medo deste setor ser a vanguarda da classe trabalhadora capaz de estimular um movimento mais convulsivo de revoltas contra os ataques deste governo.

Mas enquanto agem dessa forma, as entidades estudantis e sindicais dividem sua tarefa, onde cada um deve controlar sua base e impedir com que ambas confluam. Não podemos deixar que as direções estudantis (UNE) e as sindicais (CUT, CTB, Força Sindical) separem as nossas bandeiras, nos levando a um único caminho: o da derrota. Por isso é mais que urgente superar estas direções e construir um caminho de mobilização, que apresente um programa que unifique trabalhadores e a juventude estudante, e que seja democraticamente organizado a partir de comandos em todos os locais de trabalho e de estudo, para que possamos levantar uma greve geral massiva no dia 14 de junho, que derrube os cortes, a reforma da previdência e imponha o não pagamento da dívida pública.

 
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