Enquanto o MEC anuncia corte de 30% do orçamento das universidades federais pelo país e o governo Bolsonaro planeja, junto a todos os empresários e políticos, a destruição da nossa aposentadoria, os dirigentes das grandes centrais sindicais do país, junto a políticos que se dizem de “esquerda” ou “centro esquerda” se colocam abertamente dispostos a negociar o futuro dos trabalhadores e da juventude. Veja abaixo quem são eles.
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Paulinho da Força, presidente da central Força Sindical, deputado federal pelo Solidariedade, é o traidor mais icônico do momento. Golpista que em pleno 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores,teve a capacidade de subir no caminhão de som, em manifestação concentrada na Praça da Sé, para defender a favor da reforma da previdência, declarando em alto e bom som que vai negociar com o governo Bolsonaro o nosso futuro.
Ricardo Patah, presidente da UGT, é outro que não teve sombra de escrúpulos e afirmou, também em pleno 1º de Maio, que é contra a possibilidade de uma greve geral contra a reforma da previdência e, por isso, aposta nas negociações com o governo Bolsonaro pelas costas da população. Dessa forma, já fica clara a maneira como irá atuar os sindicatos ligados à UGT no dia 14 de junho, data em que acontecerá a primeira greve geral no governo Bolsonaro.
PDT engrossa bloco de apoio à reforma da previdência
Figuras que têm apoio da esquerda, mas de esquerda não tem nada, como Tábata Amaral (PDT), se coloca também abertamente favorável a pontos da reforma e recentemente se reuniu com Doria em SP para debater a nova previdência. Seu partido tem 10 deputados que já se posicionaram à favor da reforma..
Por cima, o PT se diz contra. Na prática, busca uma proposta consensual com o governo
A CUT, maior central sindical do país, dirigida pelo PT, assiste as demais centrais sindicais anunciando a negociação sobre nosso futuro e se cala. Foi o caso concreto de Vagner Freitas, presidente da CUT, no 1º de maio.
Enquanto atua a partir da aparição midiática e discursos relativamente afrontosos no parlamento, a prática mostra que o PT não somente não atua para derrubar a reforma da previdência como diretamente compactua com Bolsonaro por uma reforma “mais branda”.
É o caso dos governadores petistas no Nordeste. Wellington Dias (PE), Camilo Santana (CE), Fátima Bezerra (RN) e Rui Costa (BA) já se colocaram totalmente à disposição do governo Bolsonaro para negociar uma reforma da previdência, mediante ajuda financeira da União à situação fiscal desses Estados e sob a remoção de alguns pontos particulares da proposta da reforma.
Se por um lado Lula, em recente entrevista dada à Folha de S.Paulo se inflama com o discurso de que a reforma é “destruidora do futuro dos nossos velhinhos”, na prática, o PT abraça o programa neoliberal de Paulo Guedes de descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores e da população mais pobre, que será obrigada a entregar suas vidas em nome do pagamento da ilegal e fraudulenta dívida pública para os capitalistas nacionais e estrangeiros que lucram com a sangria de recursos do país. Essa postura petista mostra que não há qualquer interesse em derrotar a reforma, apenas minimizar seus impactos.
PCdoB, o partido que abraça Rodrigo Maia
O PCdoB, além de ser o partido que convida Rodrigo Maia para ser convidado de honra em seu congresso partidário, também é aquele que apoiou entusiasmado a reeleição de Rodrigo à presidência da Câmara. Rodrigo é justamente quem tem apertado o sapato de Bolsonaro para se concentrar e garantir a reforma que vai acabar com a aposentadoria dos trabalhadores. O PCdoB também é o partido que dirige a CTB, importante central sindical que atua como freio à luta dos trabalhadores. Dirige nacionalmente a juventude da UJS, verdadeira burocracia nas entidades universitárias e estudantis que impede a massificação das lutas e faz de tudo para separar a batalha contra os cortes na educação da luta contra a reforma da previdência.
Nosso futuro não se negocia!
Essa reforma e os cortes do governo têm um objetivo claro: tirar de nós para oferecer aos banqueiros e empresários nacionais e estrangeiros através do religioso pagamento da dívida pública. É por isso que levantamos a urgência do não pagamento da dívida pública, como parte de romper com os capitalistas e imperialistas e impulsionar uma mobilização no Brasil e na América Latina que impeça essa barbárie que essa extrema direita quer nos impor. Nessa crise, somos nós ou eles. Nosso futuro não se negocia!
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