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CONUNE
CEB UFMG pautará hoje o Conune. Por que essa pauta ainda não foi discutida com a base dos estudantes?
Maré
Professora designada na rede estadual de MG
Elisa Campos
Filosofia - UFMG

Hoje (02/05) haverá um Conselho de Entidades de Base da UFMG que pautará, dentre outros assuntos, o 57° Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune), mas essa discussão tão importante já deveria ter sido feita com a base dos estudantes como parte de preparar uma forte oposição aos ataques de Bolsonaro.

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Ao calor dos últimos ataques de Bolsonaro às universidades, acontecerá um Conselho das Entidades de Base (CEB) da UFMG, uma reunião que conta com representantes de CAs e DAs além do DCE, onde qualquer estudante tem voz e apenas as entidades têm voto. Dentre as pautas estão o 57º Conune e o dia 15 de maio, quando haverá paralisação nacional da educação que deve ser construída fortemente na UFMG e que o CEB deve se colocar a serviço dessa tarefa, convocando uma assembleia geral e assembleias em todos os cursos/prédios.

Mas faltaram discussões dessas pautas com a base dos estudantes, o que não permite à maioria dos estudantes que participe das decisões do movimento estudantil. Como nós, da juventude Faísca e do grupo de mulheres Pão e Rosas, desenvolvemos aqui, o próximo Conune será um evento importantíssimo para o movimento estudantil e para a luta contra o governo Bolsonaro, que, menos de uma semana depois de anunciar um ataque ideológico e econômico aos cursos de filosofia e sociologia, declarou guerra ao movimento estudantil anunciando um corte de verbas de três universidades como forma de punição por “balbúrdia”, horas depois “corrigindo” a notícia: todas as universidades sofrerão um corte de 30% no orçamento.

Mas a direção da UNE tem mostrado sua enorme debilidade enquanto direção dos estudantes de todo o país, que poderiam usar a entidade, partindo por defendê-la de qualquer ataque da direita, como um instrumento de luta para barrar esses ataques às universidades e lutar contra a Reforma da Previdência. A maior prova é que o Conune foi adiado para uma data que impede a participação de grande parte da juventude, especialmente a trabalhadora, o que certamente esvaziará um congresso que deveria ser histórico no primeiro ano do bolsonarismo. Isso porque as correntes que dirigem a UNE (UJS, o Levante Popular da Juventude e o Kizomba) não se dispõem a organizar os estudantes desde a base em nenhuma entidade que dirigem.

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Na UFMG, viemos discutindo sobre a necessidade de uma conduta completamente distinta do que fazem essas correntes, em oposição a métodos burocráticos em todo o processo de construção do Conune. Levantamos a urgência e a importância de que, para começar, houvesse um espaço aberto e amplamente convocado para que os estudantes pudessem discutir o Conune e tomar frente das decisões sobre o processo de eleição de delegados na UFMG, que deve ser regulamentado por um edital. A proposta de um Congresso dos estudantes, por exemplo, apesar das promessas, nunca foi organizado, mas certamente a UFMG estaria mais preparada agora para lutar contra os ataques de Bolsonaro e fazer uma preparação do Conune que condiza com esse desafio. Vimos em outras universidades, como na UFRN, cujo DCE é dirigido pelas mesmas correntes que dirigem a UNE, que esse processo às vezes é feito de forma profundamente burocrática, com decisões tomadas por uma ínfima minoria do movimento estudantil.

É imprescindível que o DCE UFMG, dirigido por correntes da Oposição de Esquerda da UNE - Afronte/PSOL, Correnteza/UP/PCR, UJC/MUP/PCB e outras – garanta a mais democrática construção do Conune na UFMG, ao contrário de como foi na UFRN ou mesmo na UFABC onde o DCE dirigido pelo PCR promoveu uma eleição de delegados “às escondidas”. Algumas universidades já divulgaram seus editais e algumas tiveram reuniões prévias, como na Unicamp, onde nós da Faísca batalhamos junto a independentes por pontos do edital que permitissem a participação de todos os estudantes que queiram ir como delegados para este congresso, e, como resultado, o edital não definiu um número mínimo de membros por chapa, o que deveria ser feito cada todo DCE em cada universidade.

Após o CEB, anteriormente marcado para antes de ontem (30), não ter sido convocado, foi chamada uma reunião do Conselho para hoje, pós feriado, sem a possibilidade de uma preparação anterior pelas entidades, ou seja, sem reuniões e assembleias em cada curso e prédio, organizadas desde a base, que pudessem definir a vontade dos estudantes a ser levada para o Conselho por seus DAs e CAs.

Por isso, às vésperas deste conselho, reforçamos a exigência de que o Conune seja construído na UFMG de forma que permita a ampla participação dos estudantes, correspondendo ao tamanho do desafio colocado para a juventude frente aos inúmeros ataques do governo Bolsonaro e à clara ofensiva imperialista na América Latina. O edital que vai regularizar a eleição de delegados do Congresso, que até então o DCE não tem mostrado nenhuma pretensão de que seja feita com abrangentes divulgação e participação da base dos estudantes, precisa garantir as formas de que todos os estudantes que quiserem possam participar como sujeitos políticos do Conune, sem número mínimo de integrantes por chapa, com uma divulgação ampla e feita a tempo de que todos possam inscrever suas chapas, com uma votação democrática e segura. Além disso, exigimos da Reitoria da UFMG que disponibilize ônibus para todos os estudantes que quiserem ir ao Conune, estando inscritos ou não.

 
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