www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
PRISÃO DE RENAN DA PENHA
Justiça racista: liberdade imediata para o DJ Renan da Penha
Redação
Ver online

A Justiça expediu o mandado de prisão para o Dj Renan da Penha, na última quarta-feira (20), o desembargador Antonio Carlos Nascimento Amado da Terceira Câmara Criminal, recorreu em 2ª instância, após Renan da Penha ter sido absolvida em 1ª instância, alegando que o dj cumpria função de "olheiro do tráfico". Renan da Penha mais 11 homens tiveram mandados de prisão expedidos pelo MP-RJ por participarem do "Baile da Gaiola", na Vila Cruzeiro (Complexo da Penha, Zona Norte do Rio).

Renan Santos da Silva, o Dj Renan da Penha, foi condenado por associação ao tráfico de drogas no auge de sua carreira, seu sucesso na internet é gigantesco, seus vídeos somam milhões de visualizações e a juventude carioca, especialmente, negra e de favela enxergam nele um referência no funk. Não era pra menos, como não gostar e admirar um menino pobre e favelado, cria do complexo da Penha que a partir da cultura funk pôde mostrar todo potencial criativo e inovador que todas e todos favelados e moradores de periferia tem? Renan da Penha inovou a cena do funk nacional, ao incorporar ao seu set um novo estilo de funk, o 150 bpm, junto a muitos outros artistas, como o dj Polyvox do baile da Nova Holanda (Complexo da Maré).Infelizmente, esse potencial é reprimido pela coerção policial, pela precarização das vidas, pela falta de assistência de um Estado que prefere dar uma vida de miséria e violência a esses jovens, ao invés de dar ouvidos a eles.

A Justiça baseia sua acusação em mensagens trocadas por Renan da Penha via Whatzapp as quais informa onde a polícia está no momento que subiu a favela para reprimir o baile funk, uma atitude muito comum, pra não dizer cotidiana, de moradores que alertam e avisam amigos, familiares, filhos. etc, onde a polícia está para evitar que no meio caminho de volta pra casa sejam assassinados pela polícia. De acordo com os advogados a pena estipulada é superior ao permitido para réus primários.

O mesmo Estado que assassinou Marielle Franco, prendeu Rafael Braga e concedeu liberdade aos assassinos de Amarildo, persegue o Dj Renan da Penha, tentando criminalizar o funk, numa atitude extremamente racista. Essa prática de criminalização da cultura negra é recorrente do Estado burguês, nos anos 2000 Mc Marx, Mc Tikão, Mc Smith, Mc Colibri, Menor do Chapa, entre vários outros, foram presos por "apologia ao tráfico de drogas". A prisão de dj’s e mc’s nada mais é que uma perseguição racista à cultura negra de periferia, todos sabem quem são os reais "apologistas do tráfico" ou "associados à facções criminosas", a Política Militar do Rio de Janeiro lucra milhões com dinheiro vindo do próprio tráfico e com a venda ilegal de armas, existem diversas denúncias nesse sentido, apontando a ligação entre o tráfico de drogas e PM-RJ. A escalada repressiva aos bailes funks e à cultura negra teve apoio fundamental das Unidades de Polícia Pacificadora (as UPP’s) que além de exterminar a juventude negra proibiu paulatinamente os bailes funks dentro de favelas. Apenas um programa que levante a legalização das drogas pode combater essa associação criminosa entre o tráfico e o Estado.

Não podemos deslocar a prisão do Dj Renan da Penha e a criminalização do funk a uma escalada repressiva e reacionária do governador racista Wilson Witzel que autoriza snipers a assassinarem trabalhadores em favelas e do presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro que chegou a dizer que negros quilombolas não servem nem pra procriar, é um defensor do "pacote anticrime" do ministro Sergio Moro que legitima o genocídio do povo negro sem ter punição aos assassinos - prática que já ocorre em favelas, mas que aumentará ainda mais. Esse governo que tem ministros como Damares Alves e Ricardo Vélez defensores intransigentes de valores reacionários, dão um combate cultural em torno dos costumes da sociedade brasileira, a criminalização do funk e a prisão do Dj Renan da Penha, certamente, fazem parte da perseguição racista à cultura negra carioca.

Repudiamos a criminalização do funk e exigimos a liberdade imediata ao Dj Renan da Penha, sua prisão ilegítima sustenta de maneira decisiva o traço mais racista da Justiça burguesa que persegue e criminaliza a cultura negra de periferia, em especial, o funk carioca!

No dia 28/03 às 17h será realizado um ato em defesa da liberdade do Dj Renan da Penha, em frente a Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
#deixaeudancar
https://www.facebook.com/events/1995515070755171/

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui