Um grupo de merendeiras, reivindicando seus poucos direitos, fizeram uma paralisação na terça feira dia 19/03 e foram até à Secretaria da Educação, conversaram com o secretário Pedro Fernandes Neto, que se comprometeu em ajudá-las, tiraram foto sorridente. Mas no mesmo dia, várias delas foram simplesmente despedidas! Um absurdo e uma nítida retaliação à luta por condições e salários minimamente dignos.
As empresas responsáveis pela terceirização das merendeiras nas escolas estaduais do Rio de Janeiro, vem, desde o ano passado, diminuindo o quadro de funcionárias e, consequentemente, precarizando as condições de trabalho. Além de diminuir o pessoal durante a troca de empresas, recontrataram as merendeiras, que antes recebiam como cozinheiras, com os adicionais e salário compatível ao cargo, como auxiliares de cozinha, o que na prática, reduziu seus rendimentos líquidos a menos de um salário mínimo, considerando os descontos legais, quando, o trabalho a ser executado, continua o mesmo.
Com o número de funcionários já defasado, as merendeiras vêm sendo submetidas à sobrecarga de trabalho, tendo que se desdobrar e fazer as refeições para muitos alunos, três vezes ao dia.
Há relatos de que, em muitas escolas, a falta de profissionais vem gerando outro problema, o da distribuição de “merendas frias”, como biscoitos e refrescos de baixo valor nutricional. Dada a realidade social de várias crianças e adolescentes da escola pública, sabemos que muitos dependem e necessitam da merenda escolar, as vezes única refeição descente do dia deles, para conseguir estudar.
A terceirização é de um malefício sem tamanho para todos os setores, pois, além de precarizar ainda mais os trabalhadores, com baixos salários; atrasos nos pagamentos; e demissões sem justa causa, ainda prejudica no serviço oferecido. Em resposta a isso, o estado se exime da responsabilidade, como se já tivesse feito a sua parte ao repassar o dinheiro às empresas. Para que os alunos tenham comida de qualidade, é necessário que haja número adequado de merendeiras, remuneração com salário adequado à função exercida e estabilidade para que possam trabalhar com tranquilidade, pois sua função é fundamental para o funcionamento das escolas.
Por isso defendemos que todas sejam incorporadas ao quadro de funcionários do estado, como era a alguns anos atrás, sem a necessidade de concurso, acabando com a “dança das cadeiras” entre as empresas, que se revezam na prestação do serviços para o estado, onde a cada troca de empresa, seja pra funcionários da cozinha ou da limpeza, os salários sejam reduzidos ainda mais, além de muitas que saem do esquema deixarem para trás dívidas trabalhistas e salários atrasados, que o estado não assume, mostrando que não se preocupa com o bem-estar das trabalhadoras.
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