Usando o meio de comunicação oficial do governo, o vlog, Jair Bolsonaro mais uma vez demonstrou todo seu preconceito e sua burrice. Em uma transmissão ao vivo no canal de YouTube do seu filho, Eduardo Bolsonaro, o presidente disse que o ministro da cidadania Osmar Terra “fez um levantamento de 3000 famílias que recebem Bolsa Família, pegou a garotada de 0 a 3 anos, e essa garotada foi acompanhada por algum tempo. Chegou-se à conclusão que o desenvolvimento intelectual dessa garotada, filhos de Bolsa Família, equivalia a um terço da média mundial”.

A fala começa aos 18:11 minutos do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=MNXpbXIe6Vk

Com essa fala estúpida, Jair Bolsonaro mostrou novamente o desprezo e o ódio que tem em relação aos pobres, atribuindo o menor “desenvolvimento intelectual” ao fato de receberem o auxílio governamental sem trabalhar por ele. O que ele ignora, porém, é que diversos fatores influenciam no desenvolvimento intelectual de uma criança. Fatores que são ausentes na maioria das famílias assistidas pelo programa, como estabilidade financeira e emocional, participação efetiva dos pais na criação dos filhos, condições dignas de saúde e moradia, entre muitos outros. São fatores que o valor miserável do Bolsa Família nem de longe supre.

O Brasil tem quase 24 milhões de desempregados e péssimos serviços públicos, e o presidente culpa a assistência do Bolsa Família pelo baixo desempenho escolar das crianças. Não era de se esperar outra coisa, visto que os Bolsonaro são uma família de políticos privilegiados e relacionados com as milícias. O ódio aos pobres é necessário para seu programa de governo anti-operário.

A desaprovação do Bolsa Família faz parte do grande leque de ataques aos trabalhadores que o governo Bolsonaro vem preparando e implantando. O maior deles será a Reforma da Previdência, que tem como único objetivo a retirada de direitos e fazer com que os trabalhadores, mais uma vez, paguem pela crise que os capitalistas criaram. Descumprindo sua promessa de acabar com a “velha política”, Bolsonaro já negocia a compra de votos para aprovar a reforma.