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VISITA OFICIAL DE BOLSONARO A TRUMP
Trump e Bolsonaro: tirano imperialista e seu capataz contra os povos latino-americanos
Redação

Na noite de ontem, Bolsonaro teve um jantar na casa do embaixador brasileiro nos EUA, junto a ministros brasileiros, seu filho, o deputado ultra direitista Eduardo Bolsonaro, e figurões da política americana como Steve Bannon. Os objetivos: pavimentar o caminho da conversa com Trump para avançar nos laços e na submissão brasileira à política estadunidense para a América Latina.

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Bolsonaro e Trump irão se reunir para uma conversa nessa terça-feira (19). É a primeira visita oficial do ultra direitista Jair Bolsonaro ao mandatário estadunidense, e a sede por acordos comerciais com os EUA é grande por parte do governo. A disposição de Bolsonaro é clara não só em ceder todo o pais à Trump, mas também com ser um ponto de apoio ao avanço do imperialismo norte-americano em sua disputa por seu “pátio traseiro”, a América Latina, com seu principal adversário geopolítico, a China.

O clã do presidente e seus filhos já deixou declarado inúmeras vezes o seu alinhamento com a política trompista. E o faz na prática, mostrando serviço com as promessas de venda da base aérea de Alcântara a Trump, permitindo que os EUA lancem satélites, foguetes e mísseis a partir do Centro de Lançamentos no Maranhão, como parte de um acordo de salvaguardas tecnológicas (AST). O mesmo Bolsonaro que também seguiu a risca as ordens de Washington na política internacional. Para a ofensiva imperialista contra o povo venezuelano, tentando aplicar um golpe de estado no país, pelo caminho de quebrar as Forças Armadas da Venezuela e colocar um fantoche de Trump como presidente autodeclarado, Juan Guaidó. Auxiliou em tudo que pôde as provocações de Trump feitas junto à Colombia, do ultradireitista Duque. Recebeu Guaidó no Brasil, na cruzada do fantoche de Washington para a transferência dos ativos do petróleo venezuelano para seu poder.

No entanto, a fiel submissão do bolsonarismo à Trump e Washington tem suas contradições. A principal e mais importante delas reside nas relações econômicas do Brasil com a China. Afinal, a cruzada americana desde que Trump relocalizou sua política internacional para a disputa com o país asiático, o seu pátio traseiro sul americano, se tornou centro das disputas econômicas entre os dois países. O avanço na Venezuela carrega em si claramente a expressão dessa disputa dos EUA por retomar a fortaleza comercial baseada na submissão de toda a América Latina, apoiado fortemente nos governos de extrema direita como o próprio Bolsonaro, Duque na Colômbia, e Maurício Macri na Argentina.

A América Latina, e nesse sentido, com bastante força, Brasil, Venezuela e México, foram parte do espaço econômico conquistado pela China em seus anos de crescimento acelerado, apoiada no ciclo econômico anterior à crise de 2008, criando fortes raízes nas economias do continente. Venezuela e Brasil tem na China seu principal parceiro econômico. A primeira, apoiada nas exportações de petróleo, que são à base da economia do país, e no segundo caso, apoiado principalmente no agronegócio, responsável por mais de 25% do PIB brasileiro.

As disputas com a China travadas desde Washington foram bastante sentidas, e podem ser ainda mais, pela economia brasileira, a depender do desenrolar dos acordos. As taxações ao aço feitas por Trump em 2018, como ataque aos chinenes, da mesma forma que o acordo que diminuiu a compra da China de produtos do agronegócio brasileiro, em detrimento da compra de produtos dos EUA, são fatores mais sensíveis. Inclusive neste tópico, a ala mais ideológica do governo, com Ernesto Araújo entre os componentes, já foi forçada a recuar em declarações sobre a China, por setores do agronegócio que tem laços mais estreitos com os asiáticos. Fato é que o agronegócio pode vir a ser um dos setores mais prejudicados pelas medidas dos EUA, e que mais se apoia no fato de a China ser a principal parceira econômica do Brasil, residindo ai, uma importante contradição para a economia brasileira.

Bolsonaro em jantar na noite de ontem (domingo, 17) com ministros e figurões da direita americana falou contra as “tiranias” na América do Sul. Mas é ele próprio, Bolsonaro, que nessa terça feira se sentara com o mandatário dos verdadeiros tiranos dos povos da América Latina. A disputa de Trump, em guerra comercial com a China, pretende passar por cima de tudo e de todos para conseguir as condições de sua hegemonia nos países da América Latina, baseado numa ofensiva imperialista profunda no continente, para conseguir a aprovação de ajustes brutais para destruir as condições de vida dos trabalhadores, e garantir assim melhores condições para a entrada do capital imperialista e seus empresários na economia latina. Seja isso com apoio declarado às “necessárias” reformas cobradas pelo imperialismo, com o avanço de organizações financeiras como o FMI cobrando ajustes neoliberais, como se dá na Argentina de Macri, ou com o pagamento da completamente ilegal, ilegítima, fraudulenta e trilionária dívida pública, como é no Brasil, parte da base que sustenta os pacotes de reformas e privatições de Paulo Guedes e dos ministros. Seja também , com apoio de governos mais alinhados com o trumpismo, enfileirados para ajudar avançar em uma ofensiva para um golpe de estado, como na Venezuela. A submissão da América Latina à tirania dos EUA é ponto central para as disputas da potencia imperialista contra as aspirações imperialistas da China.

Hoje, para enfrentarmos os ataques neoliberais de Bolsonaro, Paulo Guedes e companhia, e enfrentarmos essa extrema-direita que quer atacar todos os direitos das mulheres, dos negros e LGBTs, temos de nos enfrentar com a política de submissão destes governos ao imperialismo, e por consequência, nos enfrentar com o próprio imperialismo.

Para isso, é parte fundamental o rechaço total à ingerência do imperialismo na Venezuela e a tentativa de golpe de estado, sem depositar nenhum tipo de apoio à Maduro - cuja política é incapaz de frear a ingerência dos EUA - contra da intentona dos EUA para aprovar ajustes ainda mais duros, como quer Guaidó com o “Plan País”, e impedir os EUA de avançarem posições no continente em prol de seus ataques.

A luta contra os ajustes, a reforma e os ataques da extrema-direita e os golpistas no Brasil, apoiados no papel reacionário e autoritário que a Lava Jato cumpriu nos últimos cinco anos, passa não só por se enfrentar com estas forças reacionárias no Brasil, mas também com aqueles aos quais tanto Bolsonaro e a direita, e o Judiciário golpista querem render nossa submissão completa em nome dos lucros dos capitalistas: o imperialismo de Trump e companhia.

 
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