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QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?
Não foi crime de ódio, o assassinato de Marielle é um crime político e exigimos saber quem são os responsáveis
Redação

Em sua fala na coletiva de imprensa dada na manhã de hoje (12), o Delegado Giniton Lages, responsável pela investigação do brutal assassinato de Marielle Franco, classificou como “crime de ódio”, e que o acusado Ronnie Lessa teria uma "obsessão por personalidades que militam na esquerda política", sendo capaz de "resolver suas diferenças políticas com violência".

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As declarações do Delegado, bem como das promotoras do Ministério público posteriormente, ao insistir em classificar o crime como motivado "por repulsa às causas que Marielle defendia", tem como objetivo apresentar uma linha que distancie o assassinato das verdadeiras causas políticas que evidentemente o motivaram.

"Todos os autos de investigação nos autorizam hoje a afirmar e a colocar e a imputar aos dois denunciados a motivação torpe, decorrente de uma (...) repulsa, de uma reação de Ronnie Lessa à atuação política de Marielle na defesa de suas causas", disse Simone Sibílio, promotora de Justiça. Entre essas causas estariam a defesa de "minorias, mulheres negras, LGBTs, entre outras".

Mesmo que ao final das declarações, os agentes do Estado em suas distintas funções frente ao caso, tenham colocado que não há uma oposição entre "um crime de ódio" por motivação torpe e um possível mando, pagamento etc, fica claro o objetivo de dar ao crime um caráter cada vez menos político, imputando-o características pessoais.

Ainda que traçar um perfil psicológico de um assassino seja parte de uma investigação desse tipo e que possa ter havido vontade própria dos executores, Ronie Lessa, policial militar reformado (48 anos) e Élcio Vieira de Queiroz, ex policial expulso da PM depois de ser pego em investigações sobre a milícia (46 anos), não são figuras soltas, nem mesmo estão isolados no tabuleiro do crime e da política no Rio de Janeiro, muito pelo contrário.

Ronie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, são apontados pela própria polícia como milicianos e matadores profissionais conhecidos. Investigações recentes e a apreensão de armas na casa do que seria um amigo de infância de Lessa, geram suspeitas de que entre os diversos negócios criminosos do acusado está o tráfico de armas. Como se não houvesse evidencias suficientes de que se trata de um assassino contratado, Lessa chamou atenção da polícia depois de ter sido vítima de um atentado no dia 27 de abril do ano passado, um mês depois do assassinato de Marielle e Anderson, quando levou um tiro no pescoço, foi ao Hospital Municipal Lourenço Jorge e saiu sem dar explicações, o que indica, não coincidentemente, tentativa de queima de arquivo.

Mais que nunca é preciso exigir verdade e justiça para Marielle Franco. A polícia com seu envolvimento com a milícia e os negócios milionários de políticos fisiológicos do regime carioca, nunca darão uma resposta contundente, porque juntos são responsáveis tanto pela morte de Marielle como pela impunidade que se arrasta há quase um ano e continua sem apontar quem mandou matar Marielle.

Só é possível fazer justiça e chegar aos mandantes do assassinato com uma forte mobilização que imponha ao Estado uma investigação independente. Onde as instituições garantam a disponibilidade de materiais, arquivos para organismos de direitos humanos, peritos especialistas comprometidos com a causa, e que parlamentares do PSOL, representantes de organismos de direitos humanos, de sindicatos, de movimentos de favelas, etc, para que sejam parte da investigação.

 
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