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TRABALHADORES USP
Trabalhadores da USP respondem ao Ministro da Educação: a Universidade não deve ser para uma elite!
Redação

Reproduzimos a publicação do SINTUSP que diz respeito a uma resposta dos trabalhadores da USP ao Ministro da Educação obscurantista, Ricardo Vélez: "A universidade não deve ser para uma elite!! Por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre!!"

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Em entrevista ao jornal Valor Econômico no dia 28/01, o Ministro da Educação de Bolsonaro demonstrou mais uma vez a concepção elitista, excludente, racista e antidemocrática desse governo, e em especial no que se refere à democratização do ensino superior no país. Ricardo Vélez Rodrigues disse que “A ideia de uma universidade para todos não existe”, e que estas devem “ficar reservadas para uma elite intelectual”.

O que Vélez e Bolsonaro defendem é a continuidade, a manutenção e o aprofundamento da secular exclusão educacional no Brasil. Segundo o Censo da Educação Superior de 2017, apenas 18,1% dos jovens entre 18 a 24 anos no país estão em universidades e faculdades. Destes, 75% estão nas universidades privadas, tendo que pagar absurdas mensalidades aos empresários bilionários do ensino por aquilo que deveria ser um direito gratuito e universal. Enquanto o ensino presencial está estagnado, cresceu 27% o Ensino à Distância (EaD) entre 2016 e 2017, mostrando que a precarização do ensino anda de mãos dadas com a privatização.

Isso não é o suficiente para o governo de Bolsonaro, que quer tornar a universidade ainda mais excludente. Ele diz que é um “desperdício” que tanta gente entre nas universidades, e, dando um exemplo de um motorista de Uber que tenha estudado direito, afirmou: "nada contra o Uber, mas esse cidadão poderia ter evitado perder seis anos estudando legislação".

Com a reforma trabalhista arrancaram nossos direitos, com a da previdência querem destruir nossas aposentadorias, e na educação querem reforçar que os trabalhadores não tenham acesso à educação.

A educação é um direito democrático elementar, e por isso nos colocamos junto à juventude pobre e negra, junto aos filhos da classe trabalhadora e todos os que têm seu direito a cursar o Ensino Superior negado, e em oposição a Vélez. É por isso que nós nunca lutamos apenas em defesa de nossas pautas salariais e corporativas, mas historicamente batalhamos pela extinção do filtro social que é o vestibular e defendemos as cotas raciais para negros e indígenas. Um filtro, que, aliás, o governo Bolsonaro quer também transformar ainda mais em ideológico, colocando à frente do INEP, órgão responsável pelo ENEM, mais um reacionário que, junto a Vélez, defende as absurdas ideias de Olavo de Carvalho. Quer mudar a prova para que passe a cobrar dos alunos um conteúdo ideológico de extrema-direita, que não só nega o direito à educação sexual e de gênero, reforçando a opressão a mulheres e LGBTs, mas também contesta teorias científicas elementares, como a da teoria da evolução de Darwin ou a do aquecimento global.

Para completar, Vélez, Bolsonaro e Olavo de Carvalho querem acabar com o pouco de democracia que existe na gestão das universidades, fazendo um mapeamento ideológico dos reitores das universidades federais e querendo mudar sua forma de eleição, para que sejam apontadores interventores diretamente pelo governo federal. Nós, pelo contrário, defendemos uma gestão radicalmente democrática, feita não por um punhado de burocratas, mas pelo conjunto dos trabalhadores, docentes, estudantes e ao lado da população. Esta luta passa pela dissolução dos Conselhos Universitários e por uma Estatuinte Livre e Soberana para que sejam os estudantes, trabalhadores e professores que decidam democraticamente os rumos das universidades.

Contra as posições de Vélez e Bolsonaro, que visam manter a universidade como um reduto para elites não apenas no acesso, mas também no conteúdo de sua produção, seus currículos e suas pesquisas, nós defendemos uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, para que o conhecimento aqui seja produzido esteja a serviço das necessidades do povo, e não dos grandes empresários. Um conhecimento que coloque entre suas prioridades, por exemplo, evitar tragédias como a de Brumadinho, um verdadeiro crime dos capitalistas contra os trabalhadores e o meio ambiente.

Além de lutarmos pela estatização do sistema privado de ensino e pelo fim do vestibular, também nos colocamos ao lado da luta de professores e alunos contra o projeto do Escola Sem Partido, e dos professores municipais de São Paulo que hoje lutam contra o SampaPrev. Queremos uma escola livre, democrática, com liberdade de ensino e de crítica.

Também lutamos pela ampliação de verbas para as universidades e para o ensino público em geral, ligando esse combate para que essas verbas sejam geridas pela população junto com os trabalhadores, docentes e estudantes, e não pela casta de burocratas acadêmicos com seus supersalários, e pelos governos que defendem esse modelo elitista de universidade e o sucateamento das escolas públicas. No caso do governo Bolsonaro, o objetivo é tornar a universidade ainda mais excludente e subserviente aos capitalistas, em especial ao imperialismo. Não permitiremos!

Fazemos um chamado a todos os estudantes, professores e trabalhadores da USP, Unesp e Unicamp a somarmos forças com os professores da rede do ensino básico, médio e técnico, assim como a toda a juventude que vem tendo seu futuro ameaçado pelo governo e pelos capitalistas a lutarmos juntos nessa perspectiva e derrotar o projeto de educação elitista e racista de Ricardo Velez, Bolsonaro e Dória em São Paulo.

Queremos uma universidade aberta ao povo negros, aos indígenas, LGBTs e a todos os filhos da classe trabalhadora. Por uma escola e uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, contra qualquer forma de exclusão ou de censura. Pelo acesso universal e por uma educação voltada aos interesses da grande maioria, e não de um punhado de parasitas.

Diretoria Colegiada Plena do Sindicato dos Trabalhadores da USP

 
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