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BRUMADINHO
Presidente da Vale fala em “acidente” e desonra as vítimas de Brumadinho
Redação

Em audiência pública da Comissão Externa Desastre de Brumadinho, na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira, 14 de fevereiro, o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, afirmou que: “a Vale é uma joia brasileira que não pode ser condenada por um acidente que aconteceu em uma de suas barragens, por maior que tenha sido a sua tragédia.”

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Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados

Essa declaração do presidente da Vale aconteceu durante uma audiência na comissão externa da Câmara sobre a tragédia capitalista em Brumadinho, que cobriu com lama tóxica imensas áreas e soterrou mais de 300 pessoas, dentre elas centenas de trabalhadores da empresa. Não foi um acidente, a Vale já havia realizado estudos que previam os possíveis prejuízos financeiros com uma eventual quebra da Barragem, além de terem demitido e precarizado o trabalho dos trabalhadores dessa e de outras barragens.

Neste mesmo evento, o presidente da Vale teve a postura de manter-se sentado durante o minuto de silêncio dedicado às vítimas. Uma desonra das vidas que ele mesmo tem responsabilidade de terem sido perdidas, ainda mais quando insiste que a empresa não tem responsabilidade sobre o que ocorreu.

Na sequência, propôs que a Vale poderá ajudasse a elaborar um novo código de mineração e que, no momento, a preocupação da empresa vem sendo a ajuda humanitária. Uma tremenda hipocrisia por parte de uma empresa favorecida por distintos governos, desde FHC, passando por Lula e Dilma, aos governos estaduais como o de Fernando Pimentel. Agora Zema, novo governador de Minas Gerais, reproduz esse odioso discurso do presidente da Vale para blinda-la. Uma empresa que, mesmo depois da primeira tragédia, em Mariana, lucrou bilhões com a extração de minérios.

Veja o vídeo completo do evento:

O rompimento da barragem no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), aconteceu no último 25 de janeiro e deixou, até o momento, 166 mortos e ainda 150 desaparecidos, além de todo o prejuízo ambiental.

Flávio Schavartsman diz que não sabia sobre o possível rompimento, e que os documentos já divulgados pela agência de notícia Reuters, sobre um relatório interno da empresa, de 2017, com o risco de rompimento, por estar com o dobro da capacidade permitida internacionalmente, eram apenas estudos, sem comprovação efetiva.

Brumadinho não foi um acidente, como afirma seu presidente, e sim um crime de responsabilidade da empresa, de modo que seus empresários devem ser responsabilizados criminalmente pelo ocorrido.

O depoimento desse senhor só mostra o quanto o capitalismo não se preocupa com a vida das pessoas, especialmente se essas forem da classe trabalhadora. A Vale é sim uma joia brasileira, que precisa, urgentemente, ser re-estatizada, sob gestão dos trabalhadores e controle popular, além da necessidade de se fomentar estudos que procurem uma transição para o tipo de extração predatória realizada pelas grandes mineradoras

 
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