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GREVE SERVIDORES MUNICIPAIS SP
Contra reforma de Covas, professores mantém greve e lutam pra ter voz
Nossa Classe - Educação

Ontem, 13/02, foi aprovada a continuidade da greve em mais uma assembleia que contou com a participação de milhares de professores e servidores do município de São Paulo, que vêm enfrentando a intransigência do governo Bruno Covas da prefeitura de São Paulo. Os trabalhadores buscam defender a aposentadoria, o salário e a qualidade dos serviços públicos de saúde e educação, com o objetivo de atender a população da melhora maneira possível, ao contrário do sucateamento feito pelos governos. Tiveram que batalhar também para ter voz em sua própria assembleia.

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O governo municipal de Covas, alinhado com o governo estadual de Doria e federal de Bolsonaro, se mantém numa linha intransigente de manutenção do ataque à previdência, fingindo junto a mídia que a greve não existe, e agora atacando gravemente o direito de greve desses trabalhadores, o que abre um precedente para isso seja feito com outros trabalhadores no país, numa conjuntura reacionária onde estão colocados diversos ataques. Isso porque os governos, ao lado dos empresários, querem que os trabalhadores paguem pela crise que eles mesmo criaram. Esse ataque ao direito de greve a nível municipal passa pela contratação de maneira temporária de professores aprovados no concurso para que substituam os servidores em luta, ameaçando o corte de ponto e reprimindo brutalmente as manifestações, no Brasil do golpe institucional os direitos trabalhistas e constitucionais vêm sendo rasgados com o aval também do poder judiciário.

Mas o governo, o judiciário e a mídia, não são os único obstáculos dos professores e servidores, pois a própria direção do próprio sindicato, uma mesma burocracia há mais de 30 anos sem pisar numa sala de aula, não mede esforços para impedir que os professores possam tomar a greve em suas mãos, e não vem tendo uma política de massificação da greve que se encontra em um impasse.

Hoje iniciou a assembleia lendo a a proposta do governo de recuar com a greve, sem se posicionar frontalmente contra essa proposta absurda de se retirar da luta sem uma vitória. Vários professores presentes se revoltaram e perceberam através disso o quanto o sindicato está disposto a testar a categoria e negociar com a prefeitura nossa luta e nossos direitos.

Para nós, apenas com representantes eleitos em cada escola ou unidade levando propostas da base, com fortes comandos a frente dos rumos dessa luta, é que podemos organizar formas de sair do atual impasse que o conflito se encontra. Se há um importante setor da categoria que ainda não aderiu ao movimento, isso se dá justamente porque estes veem que o sindicato dirige a luta de maneira totalmente rotineira e que não inspira confiança de que vamos vencer para estes colegas se colocarem na luta.

Hoje, durante a assembleia, diversos professores de diferentes comandos e regiões da cidade, com as mulheres à frente, se reuniram para juntos batalhar para que a base pudesse se expressar, defendendo que pudessem falar no carro de som, e só depois de muita insistência, pressão e conflito conseguiram poder colocar duas representantes, professoras negras, para falar em sua própria assembleia. Fato que deveria ser comum, não se via desde o início do conflito ano passado, pois o SINPEEM vem permitindo apenas que sua direção como Claudio Fonseca possam defender suas políticas. Ainda assim, a direção do sindicato continuou com suas distorções e manipulações para que essas propostas vindas da base não fossem corretamente encaminhadas.

Acreditamos que só com os professores e servidores podendo se colocar como sujeitos nessa luta, com comandos de greve tendo voz e fortalecidos, com representantes de cada unidade de trabalho, que a direção do sindicato vem tentando controlar marcando os atos por cima o que não podemos deixar, será possível romper com o cerco que a mídia faz e, com muita criatividade e combatividade, para que a luta saia do isolamento e se ligue com a população (que utiliza e depende dos serviços públicos) além de massificar o movimento inspirando confiança nos setores que ainda não aderiram.

A direção do SINPEEM defendeu contra a proposta de que a categoria se unificasse com o "dia de mobilização" chamado pelas centrais sindicais, o que deixa muito claro que o sindicato não vê a necessidade de dar visibilidade a greve e unificar as distintas categorias de trabalhadores para poder tirar a greve do isolamento e assim poder ser vitoriosa. Sua política caminha para deixar a greve cada vez mais isolada e a vanguarda desgastada.

O fato também evidencia que esse "dia de mobilização" chamado pela centrais sindicais não é para organizar nenhuma resistência séria contra a reforma da previdência de Bolsonaro. Afinal, por que impedem que a principal luta em curso se expresse no "dia nacional de luta" em defesa da previdência de 20 de fevereiro? Os limites que as centrais tem colocado nesse dia, sem organização uma luta séria, são os mesmos que levam a direção do sindicato não querer aderir a uma luta conjunta: trata-se de uma política consciente da burocracia sindical, tanto de Claudio no SINPEEM como da CUT nacionalmente, com o objetivo de não perder o controle e restringir a luta a uma “oposição propositiva” ao governo reacionário de Bolsonaro, “dialogando” com o governo versões alternativas de reforma ao invés de impor sua derrota com a luta unificada.

A força das mulheres, que já são linha de frente do enfrentamento com Covas e sua repressão policial, é capaz de junto aos servidores e a população impor uma derrota à prefeitura, que se transforme no início de uma grande luta, junto ao 8 de Março que se aproxima, e se eleve a nível nacional para frear a reforma da previdência e o conjunto dos ataques que estão em curso.

Chamamos todas e todos professores e servidores, juntos a comunidade escolar, a fazerem parte do ato manifestação que será as 15h horas na Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, na próxima sexta feira, 15. Assim como que cada unidade escolar e de serviço municipal envie um representante com as propostas de seus colegas para o Comando Unificado que vai ocorrer na mesma sexta feira, após o ato. A próxima assembleia ficou indicada para o dia 19 , terça-feira, às 14h em frente a Prefeitura.

Veja também:
Por uma forte campanha contra o ataque de Covas ao direito de greve dos servidores de SP

 
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