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Solidariedade
Trabalhadoras da USP elaboram carta de apoio às professoras municipais em luta contra Covas e o Sampaprev

Nesta segunda-feira, dia 11 de fevereiro, a Secretaria de Mulheres do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) publicou uma carta, direcionada às professoras e servidores municipais, que estão em greve desde o dia 4 de fevereiro contra o Sampaprev (a reforma da previdência municipal) e os ataques de Bruno Covas (PSDB) e que na última quinta-feira (07/02) foram brutalmente agredidas pela PM de João Doria (PSDB).

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Foto: Sintusp - Conselho diretor de Base reunido em 8 de fevereiro DE 2019

CARTA ÀS PROFESSORAS MUNICIPAIS EM LUTA CONTRA O SAMPAPREV E OS ATAQUES DE COVAS

Caras companheiras e companheiros,

Nos dirigimos às companheiras professoras, que é uma categoria formada majoritariamente por mulheres.

Vimos o vídeo onde uma professora é brutalmente agredida pela PM machista e anti-operária de João Dória, velho inimigo das mulheres trabalhadoras. Mas, vimos também, a forte reação das mulheres contra tamanha agressão e injustiça.

Conhecemos bem o tratamento que os governos e os patrões dão às mulheres trabalhadoras em luta por seus direitos. Na USP já sentimos na pele a ardência do gás de pimenta e a dureza dos golpes e balas de borracha desferidos pela polícia quando lutamos em 2017, às vésperas do 8 de março, contra a aprovação de ataques à universidade pública e também pela reabertura das nossas creches da USP. Vimos nossa companheira de trabalho, professora da creche, ser brutalmente agredida e algemada, pelo crime de filmar uma agressão policial a um outro companheiro de luta.

Sabemos que tanto os reitores, quanto os prefeitos, não tardam em recorrer à violência contra nós, porque sabem que somos uma força incansável na luta pelos nossos direitos.

Nesse momento de profundos ataques à classe trabalhadora em seu conjunto, com o projeto de reforma da previdência que não apenas aumenta o tempo de contribuição, mas iguala a idade mínima de homens e mulheres, nos apoiamos na força e decisão das professoras para lutar contra Bolsonaro, Dória e Covas.

Sobre nós mulheres recai a dupla, às vezes tripla jornada. O trabalho doméstico, que é indispensável para garantir que possamos estar prontos para o trabalho, recai sobretudo sobre as mulheres, nos fazendo trabalhar muito antes dos 16 anos e até o final da vida. Em média são 20 horas de trabalho que realizamos sem receber nada por isso, mas que para os patrões é extremamente vantajoso. A opressão às mulheres é bastante material. Sentimos nos nossos corpos, nas horas de sono que nos falta, no desgaste do trabalho precário, nos salários menores. As mulheres ganham cerca de 30% a menos que os homens. As mulheres negras chegam a ganhar 60% a menos. A direita tenta diminuir a nossa luta, tentando reduzir a importância das nossas demandas. E agora, com essa reforma de Bolsonaro, querem que trabalhemos ainda mais para pagar a crise que eles criaram.

O Sampaprev se insere no contexto de profundos ataques aos trabalhadores. O aumento da alíquota parte da mesma lógica de descontar nas nossas costas os custos dessa crise que os capitalistas e os imperialistas criaram. Querem que trabalhemos até morrer, recebendo menores salários, sob condições precárias, com duplas ou até triplas jornadas, tudo para saciar a sede de lucro dos patrões e do imperialismo. E para conseguirem isso, precisam derrotar os trabalhadores em todas suas lutas. E para derrotar a nossa classe, querem derrotar a nós mulheres trabalhadoras.

Somos quase metade da classe trabalhadora brasileira. Somos a maioria em categorias como a de professores. Sob a consigna do #EleNão, milhões de mulheres tentaram expressar o rechaço ao machismo que Bolsonaro expressa de forma escancarada. A potencialidade dessa revolta deve ser o combustível para lutar contra a precarização da vida das mulheres e da classe trabalhadora, que tem sob suas cabeças um alvo colocado por esse governo aliado ao imperialismo de Trump para nos explorar cada vez mais.

A força das mulheres se expressa em todas as lutas. E dessas lutas dependem o destino da classe trabalhadora. Por isso depositamos todo nosso apoio à greve dos servidores municipais e nos irmanamos às professoras em luta, que são a linha de frente dessa batalha contra o Sampaprev e o governo Covas.

Todo apoio à luta das professoras, não tem arrego!

Secretaria de Mulheres do Sintusp - 11 de fevereiro de 2019

 
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