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REFORMA TRABALHISTA
Unilever Vinhedo anuncia pacote de demissão e terceirização contra trabalhadores
Redação

A Unilever de Vinhedo anunciou nesta semana uma série de ataques, que inclui reestruturação do quadro de funcionários, demissões, avanço da terceirização e acúmulo de funções.

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A Unilever, umas das maiores empresas de produtos de consumo do mundo, dona de mais de 400 marcas e que segue tendo lucros bilionários mesmo em meio a uma crise internacional que já dura dez anos (o próprio CEO da empresa anunciou um aumento de 55% do lucro em 2018), anunciou nesta semana em sua planta de Vinhedo (cidade da Região Metropolitana de Campinas) uma série de ataques aos trabalhadores visando aumentar seus lucros e precarizar ainda mais as condições de trabalho nessa fábrica.

Os ataques envolvem demissão de 77 trabalhadores, terceirização de todo um setor e oficialização do acúmulo de funções. É parte de um projeto de reestruturação da planta que teve seu último conflito em 2017, quando a empresa anunciou a demissão (seguida da terceirização do setor) de 130 funcionários e teve como resposta uma fortíssima greve.

Desta vez, o plano da empresa para implementar esses ataques envolve um Plano de Demissão Incentivada (PDI) que oferece algumas concessões, com objetivo de terceirizar o setor, pagando muito menos e com condições de trabalho muito pior para os novos contratados, e oficializando o que é muito comum no chão de fábrica, trabalhadores com acúmulo de funções. Além disso, é parte do acordo de demissão que os trabalhadores que aceitarem essa proposta não possam processar a empresa após a demissão, ou seja, a empresa já se livra dos processos trabalhistas daqueles trabalhadores que tiveram seus corpos violentados pelas condições de trabalho e hoje carregam sequelas, muitas vezes pro resto da vida.

Isso nada mais é do que a reforma trabalhista, aprovada em 2017 pelo governo golpista de Temer, sendo implementada na prática logo após Bolsonaro ter sido eleito. Esse ataque da Unilever, junto com o anúncio das 28 medidas que a GM anunciou para as suas três plantas no Brasil, são os primeiros exemplos em 2019 da patronal buscando implementar a reforma trabalhista. O recuo da GM na planta de Gravataí/RS, logo após protestos dos operários, também mostra esses ataques não vão passar sem dificuldades.

Esses anúncios virem logo após Bolsonaro assumir, mostra a expectativa das empresas em ter um terreno mais fácil para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e aumentar seus lucros. Junto com a reforma da previdência (a grande batalha que toda a burguesia está a espera), a efetivação da reforma trabalhista e aumento da terceirização são as principais medidas pra isso.

Hoje, na Unilever de Vinhedo, mais da metade dos funcionários já são terceirizados. É necessário ter uma forte luta contra o avanço da terceirização, que divide os trabalhadores, retira direitos e precariza as condições de trabalho. Mas mais do que isso, é necessário estar ao lado dos trabalhadores terceirizados e lutar pra que todos sejam efetivados.

Pra barrar o avanço da terceirização, a implementação da reforma trabalhista e aprovação da reforma da previdência, é necessário uma ampla unidade de toda a classe trabalhadora, que através dos seus métodos históricos de luta, como greves, paralisações e manifestações, mostre aos patrões quem controla e produz tudo na sociedade. Hoje, grande parte dos sindicatos são dirigidos pela CUT, CTB e Força Sindical, que seguem numa passividade com o governo. É necessário que essas centrais rompam com a trégua ao governo, convoquem assembleias que discutam um plano de lutas que respondam a necessidade de luta, frente aos ataques impostos.

Chamamos a Conlutas e a Intersindical a organizarem um encontro de trabalhadores que debata e vote um plano de lutas e exija da CUT, CTB e Força Sindical a unificação das lutas, que saiam dessa passividade com o governo. Ao mesmo tempo, o Sindicato dos Químicos de Vinhedo (sindicato que representa os trabalhadores da Unilever e dirigido pela Intersindical) precisa organizar junto com os trabalhadores a luta contra esse ataque da patronal, organizando medidas de solidariedade do conjunto dos químicos da região pra fortalecer essa luta.

 
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