Com apenas três dias de governo de Bolsonaro, um novo ataque de ódio foi registrado, desta vez com uma bomba de efeito moral contra uma idosa de 62 anos e seu neto de apenas 7. A avó e a criança estavam em um ponto de ônibus na cidade de Vinhedo, na região metropolitana de Campinas, quando viram se aproximar um carro com três homens em baixa velocidade. Segundo o relato da senhora, do carro um dos homens gritou “Aí dona, presente do Bolsonaro”, enquanto acendia e arremessava a bomba contra os dois. A filha da idosa e mãe do garoto denunciou o caso em seu perfil do Facebook como um ato racista, inclusive com relato de outras situações em que o filho foi discriminado.
Ainda em meio ao processo eleitoral uma onda de ataques feitos por apoiadores de Bolsonaro levou a assassinatos e agressões de ódio contra negros, LGBTs, mulheres e militantes de esquerda. Entre as vítimas fatais destes ataques bolsonaristas estão o mestre capoeirista baiano Moa do Katendê, a travesti paulista Laysa e o jovem militante também nordestino Charlione.
Estes ataques foram estimulados pelo discurso de ódio de Bolsonaro feito contra os setores oprimidos, os ativistas políticos e os trabalhadores, assim como encontram respaldo em suas promessas políticas. Um exemplo é o reacionário projeto Escola Sem Partido, que quer retirar a discussão de gênero e sexualidade num país recordista de violência contra mulheres e LGBTs, além de amordaçar os professores e estudantes que podem ser a vanguarda da resistência e combate ao novo governo, fruto do golpe institucional e eleito nas eleições mais manipuladas da história recente do país pelo judiciário que teve como recompensa a localização de Moro como um dos superministros do Congresso.
As primeiras medidas de Bolsonaro e sua equipe após 3 dias de posse revelam também as bases materiais destes atos de ódio, pois foram contra os trabalhadores ao reduzir o aumento do salário mínimo e seguir buscando vias de impor a Reforma da Previdência, além de ser contra as pessoas LGBTs ao retirá-las das diretrizes de Direitos Humanos e indicar para este ministério a pastora evangélica Damares Alves, que destila boçalidade e preconceitos contra os setores oprimidos, também ataca os indígenas e quilombolas ao entregar a decisão sobre suas terras nas mãos da bancada ruralista que os persegue e assassina.
É repudiável cada ato de ódio bolsonarista, e para combatê-los os jovens, negros, LGBTs, mulheres e comunidades indígenas deverão se aliar aos trabalhadores, com seus próprios métodos de luta, enfrentando a paralisia das direções sindicais e dos grandes movimentos, assim como a fracassada e traidora tentativa dos que, como o PT, querem deixar Bolsonaro agir enquanto esperam a próxima eleição de 2022.
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