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INTERNACIONAL
México: López Obrador convoca jovens para fazer parte da militarização
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O presidente mexicano convocou aos jovens para se juntarem a uma nova força repressiva, que espera reunir até 50 mil novos agentes.

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Entrevista coletiva de impressa matutina, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), nesta quarta-feira pediu aos jovens para se juntarem à Guarda Nacional, a nova força repressiva que também será integrada por militares e policiais responsáveis por centenas de milhares de desaparecimentos forçados, execuções, e torturas.

Em sua primeira conferência de imprensa de 2019, acompanhado pelos secretários de Segurança, Alfonso Durazo; da Defesa, Crescencio Sandoval, e da Marinha, José Rafael Ojeda, o presidente López Obrador anunciou o recrutamento de jovens para formar parte da Guarda Nacional.

Ele destacou que “aqueles que pertencem a Guarda Nacional terão a missão de cuidar do cidadãos, de todos, e dar segurança”.

Para justificar a manutenção da militarização, que rechaçou durante sua campanha, o presidente disse que o México, comparado com outros países, "tem poucos policiais para atender ao problema da insegurança, por isso é necessário recrutar 50 mil elementos, num período de três ou quatro anos aproximadamente”.

Alinhado com sua postura conciliatória com os chamados "poderes factuais“, aqueles que prometeu combater durante sua campanha, ele enfatizou que "é um trabalho honrado, digno de dimensão social e uma contribuição à nação”. Por sua vez, prometeu aos jovens que se inscreverem "um emprego remunerado, com previdência social, além disso, que se pode converter em uma forma de vida, de satisfação e orgulho trabalhar nas Forças Armadas do México”.

Se trata de um discurso feito sob medida para legitimar o Exército e a Marinha, profundamente questionados durante o governo de Peña Nieto, após o desaparecimento forçado dos 43 estudantes normalistas de Ayotzinapa - e as ligações de policiais, militares e altos funcionários com o crime organizado - e massacres como os de Tlatlaya, Tanhuato, Apatzingán, a brutal repressão e violência sexual em Atenco em 2016.

López Obrador busca seduzir aos jovens com menos recursos e oportunidades - a maioria dos quais só tem acesso a trabalhos precários informais, com salários muito baixos -, que se combina com a "oferta" de trabalho de aprendizes por 3600 pesos mensais e as bolsas de 2400 para estudantes de licenciatura.

É a juventude que tem sofrido inúmeras violências dessas Forças Armadas que López Obrador quer recompor e fortalecer para garantir a estabilidade dos negócios capitalistas (o que ele chama de "paz republicana").

São incontáveis os casos de jovens desaparecidos e torturados pelas mãos das forças de segurança em todos os estados, e é conhecida a impunidade com que seguem atuando as distintas policiais e os militares frente a estes lamentáveis feitos. Por isso é justa a reivindicação da população e familiares que pedem “Nenhum perdão, nem esquecimento!”

Nem aprendizes de carrascos das Forças Armadas, nem jovens precarizados: todas e todos os jovens devem ter acesso a educação e a trabalhos com salários equivalentes ao custo da cesta básica, ajustados pela inflação.

 
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