Nesta sexta-feira começa a cúpula do G20 em Buenos Aires com os principais líderes do mundo, e no marco de uma cidade militarizada. Contra eles, haverá manifestações de repúdio nas ruas. Nos reproduzimos abaixo a declaração da Frente de Esquerda, que fará seu próprio ato e depois participará da marcha unitária:
"A Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT) repudia a cúpula do G20 na Argentina, que reunirá os chefes de Estado que executam a política de guerra, militarismo e agressão contra os explorados e exploradas de todo o mundo.
Os líderes que chegam à Argentina (Trump, Merkel, Macron, May, Putin, Erdogan e outros) são responsáveis pelos massacres e bombardeios contra os povos da Síria, Líbia, Iraque, Palestina, Iêmen, Curdos, entre outros.
Eles são aqueles que, como Trump, militarizam toda a fronteira dos Estados Unidos para reprimir as caravanas de milhares de hondurenhos e guatemaltecos que fogem da miséria causada pelo próprio imperialismo e seus representantes locais.
Ou como Macron, que na França reprime a luta popular dos "coletes amarelos" que está ocorrendo contra a ascensão dos combustíveis e a ruína a que o grande capital os levou.
Ou como o governo italiano de direita que estigmatiza e suprime a entrada de refugiados da África e da Síria.
Em Buenos Aires, colocarão sua agenda a serviço do capital internacional e a hipoteca da dívida externa.
As principais potências imperialistas do G20 são as que comandam o FMI e os saques em andamento para o povo argentino: pulverização do salário e aposentadorias, tarifaços, fechamentos e demissões, para pagar a dívida fraudulenta aos especuladores.
Mas o G20 também será palco de disputas acirradas pelo mercado mundial; entre os Estados Unidos de Trump e a burocracia restauracionista da China; Entre estes e a União Europeia de ajustes e perseguição de refugiados.
A América Latina e a Argentina, anfitriãs da Cúpula, serão outro grupo de disputas comerciais e até militares.
Denunciamos que, nos chamados encontros bilaterais, o eixo da colaboração militar continental com os Estados Unidos será reforçado, através da instalação de novas bases imperialistas. O direitista Bolsonaro já está discutindo essa possibilidade para a região do Amazonas.
Sob o pretexto do narcotráfico e do terrorismo, querem reforçar a presença repressiva do imperialismo, com vistas a reprimir a reação popular dos trabalhadores e dos oprimidos do subcontinente contra os ajustes.
Antecipando essa política de ajuste, o governo de Macri e sua ministra Bullrich montaram uma feroz repressão na cidade de Buenos Aires para a reunião do G20, com o claro objetivo de bloquear e atacar aqueles que vão se manifestar.
A Frente de Esquerda repudia essa operação repressiva e defende, com grande mobilização, o direito de lutar contra o imperialismo, seus governos e seus agentes políticos locais.
O governo Macri é um anfitrião do G20 feito sob medida para Trump, Macron e outros. Junto com a homenagem ao ajuste brutal do "déficit zero" para pagar a dívida com os especuladores, incluiu no debate da "cúpula" a "questão do trabalho", que nada mais é do que a promoção continental e mundial da liquidação de conquistas trabalhistas.
Ele quer usar o G20 para restabelecer a sanção da reforma trabalhista na Argentina, que não poderia ser resolvida depois do repúdio gigantesco da classe trabalhadora à reforma da previdência.
Denunciamos esta política reacionária, que o governo do Macrismo e seus cúmplices do PJ, no Congresso e nas províncias, aplicam todos os dias contra os trabalhadores argentinos, em nome do FMI e dos patrões.
A Frente de Esquerda denuncia também a política do Kirchnerismo e seus parceiros regionais - como Dilma Rousseff e Correa - que abriram o caminho para a direita no continente e, depois, como adversários, não lutaram contra seus ajustes, quando não estavam diretamente cúmplices deles.
Na Argentina, os porta-vozes do kirchnerismo prometem ao grande capital que, se voltarem a governar, respeitarão a dívida externa e o acordo colonial com o FMI. Quando os presidentes, Dilma e Cristina participaram de todas as reuniões do G20, assinando suas declarações e políticas reacionárias.
Ao mobilizar-se contra o G20, a Frente de Esquerda representa a frente unida da classe trabalhadora do país e do continente, contra o imperialismo, a guerra e todos os governos ajustadores.
Pela independência política dos trabalhadores, contra os governos de direita e o progressismo fracassado. Para a barbárie capitalista, nos opomos à luta pelos governos dos trabalhadores e pelo socialismo internacional.
- Abaixo o imperialismo. Abaixo o ajuste de Macri, o FMI e os governadores. Pela ruptura de todos os pactos com o FMI
- Pela retirada de todas as bases militares imperialistas na América Latina
- Não às reformas reacionárias trabalhistas e da segurança social
- Pelo não pagamento da dívida externa
- Pela unidade socialista da América Latina
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