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UNICAMP
5 propostas para o CACH ser ferramenta de luta contra os ataques de Bolsodoria e do judiciário
Chapa "Por Moas e Marielles" - CACH 2019

Nós, da chapa "Por Moas e Marielles" para o CACH-Unicamp 2019, elencamos aqui 5 propostas que queremos apostar que podem envolver todos aqueles que sentem a necessidade de se organizar para resistir aos ataques que Bolsodoria, promovendo espaços debates e de vivência que se enfrente com o proibicionismo da reitoria e do poder Judiciário.

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Propomos:

1) Encontros de professores da rede e estudantes contra o Escola sem Partido e a Reforma do Ensino Médio

Queremos promover encontros entre professores da rede pública com estudantes do IFCH que permitam um debate e ações comum sobre o Escola sem Partido, a Reforma do Ensino Médio, e a nova BNCC, uma aliança orgânica entre universidade e escolas públicas para enfrentar esses projetos que querem censurar o pensamento crítico, estreitando o abismo da Unicamp com a população de Campinas, junto com isso queremos impulsionar o “IFCH vai às escolas” para realizar debates sobre os diferentes temas da sociologia e da história com estudantes do ensino médio.

2) Encontro estadual dos estudantes de Ciências Humanas

Frente às ameaças de Bolsonaro e do próximo governador de São Paulo, João Dória, às pesquisas dos nossos cursos, que por eles nem devem existir, mas também às licenciaturas e aos futuros professores com o projeto Escola sem Partido, apostamos na necessidade do CACH estar a frente do chamado de um Encontro Estadual com estudantes de ciências sociais, história e outros cursos da USP, UNESP, incluindo as PUCs e outras universidades privadas.

Um encontro cujo objetivo deverá ser fazer debates amplos sobre a nossa formação, à luz da necessidade de avançarmos em um plano de ação comum,
contra a perseguição do Escola sem Partido, mas também contra a proposta do Bolsodoria de cobrar mensalidade nas universidades, e o ataque as nossas pesquisas, batalhando pela estadualização da nossa organização por medidas de permanência estudantil, bolsas pesquisa e de acesso. Não só devemos nos organizar para defender e ampliar a política de cotas étnico-raciais nessas universidades, que Bolsonaro é abertamente contra, mas avançarmos na perspectiva de lutar pelo fim do vestibular, enquanto principal filtro racial e social contra a juventude, contrariando o futuro ministro da educação que disse que “democratizar a universidade é bobagem”.

3) Retomar espaços de vivência e debates no IFCH contra o probicionismo da reitoria e do MPF

Não é de hoje que as reitorias tentam proibir festas e espaços de vivência organizados pelos estudantes. Seu sentido de existência é garantir uma universidade fechada à população, o rotineirismo torpe da produção academicista de conhecimento, hoje essencialmente voltado à produção de patentes e lucros para as empresas, mas principalmente minar os espaços auto-organizados pelo movimento estudantil. Porém, no segundo semestre desse ano, acompanhando as medidas arbitrárias do judiciário contra a mobilização nas universidades contra Bolsonaro, o mesmo MPF que quis punir o IFCH pelo curso sobre o golpe, impôs uma liminar prevendo multas contra a realização de festas nos campus da Unicamp. Uma medida dura que teremos que nos organizar para responder e garantir que as festas ocorram.

Queremos retomar os espaços de vivência no nosso instituto, que também servem para autofinanciar as atividades políticas que o CACH queira promover, ou mesmo a revitalização da nossa sede. Com festas, saraus, exibição de filmes e CACHação quinzenais (com debates da atualidade), como espaços subversivos e de enfrentamento contra a reitoria e o Judiciário. Diferentemente da majoritária do CACH desse ano, que hoje compõe a chapa “Mandacaru” que não propôs nenhum espaço de vivência durante o ano.

4) Ciclo de debates contra as Fake History

Contra as fake news que a extrema direita produz, revisionando a história a sua vontade, queremos promover ciclo de debates dos estudantes de história, para contribuir na articulação de como desmascarar as mentiras e toda sujeira ideológica que colocam nas redes sociais diariamente, produzindo seminários e materiais próprios, junto a promover uma Calourada integrada ao AEL, defendendo nossos acervos tão atacados pelos golpistas e conhecendo os diferentes fundos e coleções.

5) Congresso dos Estudantes da Unicamp para debater os entulhos da ditadura no estatuto da Unicamp. Podemos transformar a universidade!

Defendemos junto à chapa “Katendê” para o DCE da Unicamp a necessidade de tornar carne o debate sobre o estatuto herdeiro da ditadura em nossa universidade, assim como medidas em que os estudantes, junto aos funcionários e professores, possam reescrever o estatuto da universidade e transformar radicalmente a sua estrutura de poder. Não dá mais para a reitoria e os burocratas do CONSU, nos seus gabinetes, decidirem os rumos da universidade.

Provaram que sua gestão está em benefício da apropriação privada da produção de conhecimento dentro da universidade, de ataques à permanência estudantil, aos direitos trabalhistas dos funcionários e o congelamento da contratação de docentes. Estão fazendo uso desse estatuto para punir estudantes que lutaram na greve de 2016 e arrancaram as cotas, brigaram por permanência em meio ao turbilhão golpista que tomou conta do país. Desde às eleições presidenciais começaram a censurar faixas com conteúdo político contra Bolsonaro e os golpistas dentro da universidade.

Por isso nossa chapa acredita que o IFCH pode ser um centro de debates sobre o estatuto na Unicamp, reunindo funcionários e professores para estudar cada entulho da ditatura presente nesse estatuto e encaminhe um dossiê que paute os debates na Unicamp sobre esse tema. Um dossiê que o CACH pode cumprir o papel de fazer chegar aos outros centros acadêmicos combinado ao chamado de um Congresso dos Estudantes da Unicamp, que desde 2015 não ocorre, com delegados eleitos nos cursos para avançar na redação de um novo estatuto para a universidade.

É papel do movimento estudantil transformar a universidade, essa proposta da nossa chapa é uma medida que concretizaria essa tarefa. Em meio a um governo Bolsonaro, certamente que essa movimentação atrairia os olhos de todo o país para a Unicamp. Nesse novo estatuto podemos levar até o final a discussão sobre a necessidade de acabar com o CONSU como ele é hoje e colocar no lugar um novo conselho, que represente os estudantes, funcionários e professores, conforme o peso de cada categoria na universidade. Só assim teremos uma Unicamp controlada desde o chão, por aqueles que a fazem existir no seu dia a dia, demolindo os gabinetes e varrendo os empresários e industriais da FIESP que compõe o atual conselho.

Essas são algumas das nossas propostas, que acreditamos que só pode virar realidade se cada estudante querer ser parte ativa da sua construção, se enfrentando contra a perseguição de professores e estudantes nas escolas e universidades, a partir da nossa mobilização desde a base, aliada aos trabalhadores. Em entrevista dessa semana, Haddad deixou claro que a proposta de “resistência democrática” do PT significa confiar que o STF possa barrar o Escola sem Partido. O mesmo STF que foi o principal covil dos golpistas dos tribunais para manipular as eleições que favoreceram a vitória de Bolsonaro, que prendeu Lula e depois vetou sua candidatura, cujo presidente, Dias Toffoli, quer estreitar cada vez mais relações com os militares, incluindo generais no seu gabinete, enquanto articula um pacto pela Reforma da Previdência. É a mesma estratégia falida que deixou a via livre para a extrema-direta crescer sem oposição nas lutas.

Uma estratégia que o PSOL também está apostando, preferindo o recursos ao mesmo STF do que usar a sua bancada estendida nessas eleições, a figura de Guilherme Boulos, para exigir que o PT nos sindicatos de professores e entidades estudantis, como Apeoesp e a UNE, rompa com seu imobilismo e promova um plano de lutas contra o Escola sem Partido, que pode ser aprovado ainda esse ano. E é esse debate que também fazemos com a chapa “Mandacaru” (composta por integrantes do PSOL+ independentes), já que não vai ser acreditando na justiça golpista que vamos nos defender dos ataques e arrancar nossas pautas, mas construindo a mobilização da juventude e dos trabalhadores, exigindo que as direções da UNE, CUT, também chamem espaços de autorganização.

Acreditamos que é a serviço de promover essas propostas e a organização da luta dos estudantes, aliada aos trabalhadores colocando a luta por cada demanda nossa em enfrentamento aos ataques de Bolsonaro e do autoritarismo judiciário, que o CACH deve se colocar ano que vem. Por isso, chamamos todos a conhecer e votar na chapa “Por Moas e Marielles” que quer levar essas ideias a frente.

 
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