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MARIELLE FRANCO
8 meses sem justiça para Marielle: investigação independente já!!
Redação

Neste dia 14 de novembro completaram-se 8 meses do brutal assassinato político da vereadora do PSOL, Marielle Franco. Um ato bárbaro que permanece impune e que ocorreu um mês após a intervenção federal militar na segurança pública do Rio de Janeiro, que não ocorria desde a Constituinte de 1988.

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Arte: Mariana Cheniaux Reprodução/ O Globo

Marielle foi assassinada para calar uma voz contra a violência policial, os golpistas e seus ataques. A morte da vereadora mostrou a farsa dessa democracia burguesa, onde matam impunemente uma parlamentar mulher, negra e de esquerda.

Lembramos que a resposta ao assassinato foi imediata, com dezenas de milhares indo às ruas gritar “Marielle presente!” e “Não à intervenção no Rio de Janeiro” um dia após seu assassinato e de seu motorista, Anderson.

Exigimos uma imediata investigação independente do caso, bem como o fim da intervenção federal no Rio de Janeiro e um basta à escalada de intervenções militares e repressão policial.

Neste breve artigo, fazemos uma retrospectiva de alguns dos principais fatos que envolveram a luta pelo fim da impunidade ao assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson.

Pode interessar Dossiê 6 meses sem justiça por Marielle.

Fernando Frazão/Agência Brasil

Atos de repúdio aos ataques da direita contra Marielle

Em 14 de outubro, noticiamos manifestação que reuniu mais de duas mil pessoas no lugar em que a placa com o nome da vereadora foi destruída por Rodrigo Amorim, candidato eleito como deputado estadual do partido de Bolsonaro. A rua havia sido renomeada pela população. É importante destacarmos que Marielle era contra a intervenção Federal no Rio de Janeiro e denunciava o estado com relação à situação nas favelas.
Dias antes, o Esquerda Diário noticiou que Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, no caminho do trabalho foi agredida por um grupo de defensores do Bolsonaro que estavam fantasiados com a camiseta do candidato de extrema direita. Estes dois exemplos mostraram a reação da extrema-direita para silenciar a luta por justiça por Marielle em meio às eleições manipuladas pelo Judiciário e tuteladas pelas Forças Armadas.

Impunidade: “autoridades brasileiras com as mãos sujas de sangue”

Em 18 de setembro, a viúva de Marielle, Monica Benício, e diversas Organizações não-governamentais estiveram em Genebra, na Suíça, para denunciar a falta de solução para o caso brutal de assassinato da qual foram vítimas a vereadora e seu motorista Anderson Gomes. Na ocasião noticiamos que Monica afirmou que: “Denunciei o descaso do governo brasileiro na ausência de justiça frente à execução política de Marielle. Também solicitei apoio internacional, para uma investigação imparcial, e sigo afirmando que as autoridades brasileiras estarão com as mãos sujas de sangue até que respondam quem matou e quem mandou matar minha companheira Marielle Franco”.
Semanas depois, durante no auge das eleições manipuladas pelo judiciário com tutela crescente das Forças Armadas, denunciamos como o caso brutal de assassinato da vereadora negra e de esquerda, Marielle, corre o risco de ficar sem resposta. Mais um caso de impunidade sobretudo após as suspeitas do envolvimento de agentes políticos do regime carioca.

Sem contarmos as declarações como as do general Secretário de Segurança que admitiu que 2018 pode terminar sem uma resolução do caso Marielle e de outras declarações reacionárias, dentre elas, as do governador eleito pelo estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) que afirmou: “A investigação desse caso (Marielle) será tratada exatamente como qualquer outro caso. Fui juiz criminal, tenho muita experiência para passar para os delegados”.

Tal reacionarismo expresso pelos generais e pelo governador eleito do Rio de Janeiro apontam em direção a um projeto de governo que pretende aumentar a violência policial, alinhado com o discurso mais reacionário que esteve presente durante a campanha à Presidência de Jair Bolsonaro (PSL). E se ligam ao recente anúncio da extinção do Ministério dos Direitos Humanos, mais um ataque frontal aos direitos da população que marcam só o início da investida de Bolsonaro e seu governo de extrema-direita e ultraneoliberal contra o povo. Como afirmamos aqui: “não pode passar em vão o desmonte contra os direitos democráticos mais básicos por parte de um governo que se prepara para atacar sem remorso o povo, roubando direitos trabalhistas e das minorias e agora limpa o caminho para reprimir a luta contra ele”.

A impunidade no caso Marielle é mais um sintoma dramático da impotência do Estado em suas investigações conduzidas por suas polícias ou Forças Armadas. Nenhuma investigação séria poderia ser feita pelos seus principais suspeitos.

Homenagens a Marielle

Lembramos ainda que o último mês de outubro também foi marcado por várias homenagens a Marielle, exigindo justiça e duras crítica ao reacionarismo de Bolsonaro. Dentre as homenagens destacamos as de Tom Morello, Roger Waters e da escola de samba carioca Mangueira.

Justiça por Marielle, PRESENTE! AGORA E SEMPRE!

Como mostramos aqui o caminho para obrigar a que o Estado realmente investigue e puna os culpados é a mobilização. No entanto, ao mesmo tempo que devemos seguir exigindo que investigação e punição ao Estado, não podemos deixar que somente estes Estado, que tem seus vínculos com o assassinato, controle os rumos das investigações.

É urgente exigirmos que o Estado garanta recursos e todas as condições para a realização de uma investigação independente, disponibilizando materiais, arquivos para organismos de direitos humanos, peritos especialistas comprometidos com a causa, e que parlamentares do PSOL, representantes de organismos de direitos humanos, de sindicatos, de movimentos de favelas, etc, que sejam parte da investigação.

Ademais, é fundamental que não nos intimidarmos diante do avanço desta extrema-direita saudosa da Ditadura militar burguesa e defensora da violência generalizada contra trabalhadores e setores oprimidos: é preciso se organizar e lutar, para combater o golpismo, o judiciário e o reacionarismo nas ruas.
Nenhum passo atrás na luta por justiça por Marielle e Anderson. Coloquemos novas energias nessa luta pelo fim da impunidade e por uma investigação independente já!

 
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