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ESCOLA SEM PARTIDO
Audiência pública contra o projeto Escola sem Partido é realizada em SP
Redação

Por iniciativa do deputado estadual do PSOL Professor Carlos Gianazzi, reeleito na última eleição, aconteceu na noite dessa terça-feira (13) na Assembleia Legislativa de São Paulo uma Audiência Pública sobre o projeto Escola Sem Partido, com mais de 300 pessoas.

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A mesa foi composta por professores das redes públicas de São Paulo, professores da rede particular, professores universitários como Plínio de Arruda Sampaio Jr. da Unicamp e João Chaves da Unesp, membros do Ministério Público e da Defensoria Pública, parlamentares do PSOL e a ex candidata a governo de SP professora Lisete Arelaro, ativistas de sindicatos e movimentos sociais, além de outras entidades como representantes do Conselho Regional de Psicologia.

Antes da atividade da noite ser iniciada alguns membros de um pequeno grupo de apoiadores do projeto de censura nas escolas, que contava inclusive com futuros parlamentares recém-eleitos pelo PSL em São Paulo, como Douglas Garcia, e outros membros com camisetas do Bolsonaro e com dizeres ofensivos, tentaram inviabilizar a realização da atividade, como noticiamos aqui, mas logo a atividade foi iniciada.

As falas dos membros da mesa e convidados foram todas no sentindo de rechaçar o projeto Escola sem Partido, já que explicitamente o projeto visa censurar estudantes e docentes, limitando qualquer tipo de debate, pluralidade de ideias e reflexões dentro das escolas, e assim prejudicar a formação social, cultural, política e até mesmo cognitiva de crianças e jovens.

Diversos oradores da noite lembraram que o projeto pode acabar se tornando o projeto Escola de Partido Único, já que somente as ideias defendidas pelos próprios governantes podem acabar tendo respaldo para serem discutidas através de livros, cartilhas e projetos públicos.

No Congresso Nacional o Escola sem Partido segue tramitando e ainda pode ser aprovado, já em São Paulo o projeto segue arquivado por vitória da mobilização de professores e estudantes, mas com a posse do novo governo de Doria, que já avisou também querer censurar as escolas com o projeto, e com os novos parlamentares da extrema-direita e favoráveis aos ataques aos trabalhadores o projeto pode ser colocado mais uma vez em pauta.

Marcello Pablito, trabalhador da USP e ex candidato a deputado estadual do MRT, esteve presente e comentou: “Não querem que a juventude que pode ser um fator explosivo e que vem contestando esse sistema de exploração e opressão tome partido contra os ataques, contra as mortes por abortos clandestinos, contra a violência sofrida por jovens da periferia, contra a Reforma da Previdência. Esse é o objetivo”

Os professores do Nossa Classe Educação que também participaram da audiência pública, veja comentário da professora Marcella Campos, diretora da Apeoesp e do Nossa Classe:

“Foi uma importante iniciativa do deputado Carlos Gianazzi, que acabou demonstrando o quanto diversos setores da sociedade, especialistas de diversas áreas, além de grande parte da educação são contra o projeto Escola sem Partido, que na verdade é o projeto para a escola ter um partido único. A ideia é que ou você aceita os ataques aos trabalhadores e também as ideias racistas, machistas e homofobicas da extrema direita que vem avançando ou você será perseguido e assediado dentro das escolas. Na pratica isso já esta acontecendo em muitas escolas mesmo sem o projeto ter sido aprovado, por isso dizemos que o Escola sem Partido é sobretudo um movimento de assedio e censura nas escolas. Agora, é importante ressaltar que realizar audiências públicas ajudam, mas não podem ser a única saída, já que a extrema direita vem ganhando espaço como vimos nas eleições manipuladas pelo judiciário que acabou elegendo Bolsonaro, um grande defensor do Escola sem Partido e um grande herdeiro da ditadura militar. É preciso que a força que se expressou na audiência pública dessa noite se expresse também nas ruas, com estudantes e professores e sociedade mobilizadas para barrar o projeto, mas também os demais ataques como a reforma da previdência. Os sindicatos precisam se mexer, já passou da hora. Precisam chamar reuniões, assembleias, plenárias e comitês de mobilização para que a luta seja organizada e que vença. A juventude que esteve na audiência mostrou o caminho.”

Sem dúvida, os estudantes secundaristas foram o grande exemplo da noite, em grande número e com enorme clareza se posicionaram contra o Escola sem Partido, anunciando que lutarão até vencer.

 
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