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"KIT-GAY" E FAKE NEWS
Quase 84% dos eleitores de Bolsonaro acreditaram na fake news do "kit gay", aponta pesquisa
Redação

Pesquisa realizada pelo IDEA mostra que 83,7% dos eleitores de Bolsonaro acreditaram no "kit-gay". Além disso, quase todos receberam conteúdos mentirosos por celular: 98,2% acessaram todo tipo de fake news em sua campanha.

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O IDEA Big Data/Avaaz realizou uma pesquisa sobre a mais famosa das fake news de Jair Bolsonaro: o "kit gay". A pesquisa revelou que 83,7% dos eleitores de Bolsonaro entrevistados acreditaram que o "kit gay" era verdadeiro. A informação espalhada principalmente via WhatsApp afirmava que Fernando Haddad (PT) teria distribuído no período em que foi ministro da Educação livros para crianças sobre gênero e sexualidade.

De todos os entrevistados, 98,2% foram expostos à diversas fake news durante a campanha de Jair Bolsonaro. O escândalo do caixa 2 de Bolsonaro tornou tudo ainda mais absurdo, uma vez que veio à tona que o candidato teria recebido cerca de R$12 milhões para espalhar este tipo de conteúdo atacando diretamente Haddad, através da compra de pacotes de disparo de mensagens via WhatsApp contendo esse tipo de conteúdo falso. Na contramão, o STF que preparou uma comissão para combater as fake news durante o período eleitoral não tomou medidas cabíveis para evitar que este tipo de conteúdo que manipulava as informações e o voto das pessoas fossem combatidos, nesse sentido, a pesquisa também revelou que no ápice das fake news, 40% afirmam terem decidido votar em Bolsonaro neste exato período.

A grande parte das fake news tocava no que há de mais atrasado no sentimento das pessoas: feminismo e comunidade LGBT. O que Bolsonaro chamava de "kit gay" na realidade é um livro francês produzido para crianças de 9 anos a 13 anos e traduzido para 10 línguas. Originalmente o livro se propõe a explicar o aparelho sexual de meninos e meninas de forma pedagógica sanando as dúvidas naturais das crianças a cerca de gênero e sexualidade. O livro, jamais teria sido distribuído pelo MEC, embora tenha sua versão em português.

O que chamam de "kit gay" e nas palavras de Bolsonaro um intenso combate à "erotização precoce de crianças", nada mais é do que educação sexual, que deve ser tomada por profissionais preparados para responder dúvidas e orientar crianças e adolescentes, para que conheçam seu corpo e possam ter domínio sobre ele. Este ano um caso exemplificou a importância da educação sexual no ambiente escolar, como forma dos jovens se protegerem e terem noção para diferenciar abusos e sexo consentido: uma menina de 12 anos relatou ter sido estuprada pelo padastro após palestra sobre violência sexual na escola.

O nome pejorativo pelo qual é chamado qualquer tipo de ação que busque debater gênero e sexualidade nas escolas mostra um verdadeiro atraso quando se trata de lidar com um assunto que ainda é tabu, e ignorar que, é aprendendo sobre seu corpo e sobre sexualidade que jovens podem se proteger de agressões, abusos e inclusive se prevenir de DSTs e gravidez indesejada.

O governo de Bolsonaro se propõe a ser ultra-reacionário, atacando qualquer medida democrática e progressista sobre o direito das mulheres, negros e LGBTs, além de um plano brutal de ajustes e reformas, tendo como carro-chefe a reforma da Previdência. É preciso que professores, alunos e toda a comunidade acadêmica se coloque em combate direto com os retrocessos que Bolsonaro quer impor, como o próprio "Escola Sem Partido", o projeto da direita que visa atacar o pensamento livre e crítico no ambiente escolar. É preciso que os professores retomem os sindicatos das mãos das burocracias, se organizando para enfrentar todos os ataques que Bolsonaro sabidamente já declarou em sua campanha contra a Educação, formando milhares de comitês de base capaz de colocar a força dos trabalhadores nas ruas.

 
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