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RIO DE JANEIRO
Que a Assembleia do SEPE seja para organizar a luta contra Bolsonaro, os golpistas e as reformas
Ronaldo Filho
Professor da rede estadual do RJ
Luiz Henrique
Professor da rede estadual em Resende, RJ

É preciso que a Assembleia Unificada do SEPE do dia 24/10 seja para que a categoria possa organizar a luta diretamente contra Bolsonaro, contra os golpistas e contra as reformas, a fim de converter este sentimento na construção de comitês de base, uma forma de luta que está além da tática puramente eleitoral.

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Nós do Esquerda Diário e do Movimento Nossa Classe – Educação, que estamos acompanhando com um voto crítico ao Haddad, todos aqueles que estão lutando contra Bolsonaro, sem com isso prestar apoio político ao PT, mas sim discutindo que é preciso ir além das eleições para derrotar a extrema direita e as reformas, estamos lado a lado com os profissionais da educação que sentem uma profunda repulsa contra o avanço da extrema direita de Bolsonaro e o brutal programa de ataques que ele representa.

Por isso, é preciso que a Assembleia Unificada do SEPE do dia 24/10 seja para que a categoria possa organizar a luta diretamente contra Bolsonaro, contra os golpistas e contra as reformas, a fim de converter este sentimento na construção de comitês de base, uma forma de luta que está além da tática puramente eleitoral. Não se trata apenas de lutar contra a reforma do E.M. e sua BNCC, como estava programado, pois este é um combate que não pode ser dado por fora da luta política maior da classe trabalhadora neste momento.

As eleições manipuladas que estão acontecendo no País marcam o avanço da extrema direita de Bolsonaro, que promete profundos ataques a classe trabalhadora. Ele já se declarou abertamente contra os trabalhadores, prometendo cortar direitos trabalhistas e realizar um governo aberto ao imperialismo norte-americano. Mais do que isso, sua campanha se alimenta de uma base proto-fascista e conservadora que defende abertamente o ódio aos pobres, as mulheres, aos negros, aos LGBTs, além de toda forma de pensamento progressista. O programa de governo defendido por ele e sua base, além de profundamente antidemocrático, só pode conduzir a um cenário de crise cada vez maior, onde os capitalistas irão lucrar cada vez mais sobre os trabalhadores. E por fim, é um candidato que se apresenta como representante direto do judiciário golpista e das forças armadas, setores que cada vez mais buscam tutelar o regime político.

É preciso lembrar que o candidato do PSL usou a pauta da educação como uma das primeiras táticas para se projetar além de sua base social original, militares e agentes de segurança proto-fascistas, com a homofóbica campanha contra a “ideologia de gênero” e o suposto “kit gay” nas escolas, ganhando apoio entre o eleitorado mais conservador. Essa mesma campanha está na raiz a uma das maiores aberrações na história da educação brasileira, o projeto “escola sem partido”, também conhecido como lei da mordaça, que em última análise visa retirar qualquer conteúdo crítico ao ensino e instalar uma política de policiamento ideológico nas salas de aulas. Bolsonaro e a bancada conservadora do PSL, que conta com figuras como a sub-celebridade Alexandre Frota, são hoje representantes diretos do escola sem partido.

Além disso, visando agradar o capital financeiro imperialista, Bolsonaro deu declarações abertas de que irá trabalhar diretamente para demolir qualquer resquício de uma educação crítica e progressista no país, dando declarações como:
"Com o ensino a distância você ajuda a combater o marxismo. E você pode começar a fazer o ensino a distância uma vez por semana. Você ajuda a baratear o ensino no Brasil."

’’Estou procurando alguém para ser ministro da Educação que tenha autoridade. Que expulse a filosofia de Paulo Freire. Que mude os currículos escolares.’’
Stravos Xanthopolos é um dos nomes cotados para assumir a pasta da educação em um eventual governo Bolsonaro, um empresário ligado ao “The Open Education Consortiun”, que já declarou abertamente apoiar, além do ensino a distância para o nível fundamental, a militarização do ensino e entrega da rede pública para os grandes grupos de ensino privado norte-americanos. Outro nome cotado é o de Aléssio Ribeiro Souto, militar da reserva e notório reacionário, que defende a censura de livros que falem sobre o golpe de 64. Este, além de defender a militarização e um modelo de educação coercitivo (a qual chama de “repressão pedagógica”), também advoga pelo ensino do criacionismo e revisão de todo o currículo – para expurgar a influência de ninguém menos que Paulo Freire.

Todas estas declarações deixam claro que a educação enfrenta um inimigo como nunca antes ouve, que ameaça diretamente tudo o que o SEPE RJ defende por princípio. É preciso ressaltar também que no Estado do Rio de Janeiro o segundo turno se dará entre dois candidatos que representam a direita golpista: Wilson Witzel e Eduardo Paes. Qualquer um dos dois que venha a ser o próximo governador, ira impor ataques a educação ainda maiores do que aqueles que vem acontecendo nos últimos anos, e isso se tornaria ainda mais grave em um eventual cenário da presidência ocupada pelo PSL. Portanto é imprescindível que haja uma campanha de mobilização da categoria.

Com todos estes elementos postos, está claro que não é mais possível conduzir a luta da educação de forma isolada da luta política maior, por isso também fazemos o chamado para que a CUT, a CTB e as demais centrais sindicais entrem em cena para fazer pesar a classe trabalhadora nesta luta que vai além das eleições, e fortalecer a construção de amplos comitês de base pelo país, dirigidos por princípios de uma democracia operária para acabar de vez com o avanço da extrema direita, dos capitalistas e que não precisem mais se submeter as políticas de conciliação de classe que o PT defende.

 
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