A faixa, que foi retirada a mando da reitoria da Unicamp, foi recuperada por alguns trabalhadores. Segundo a reitoria, a universidade não pode ter nenhum posicionamento político público no campus. O problema seria a palavra “Bolsonaro”. Além disso, a faixa se posicionava contundentemente em homenagem à Marielle e ao Mestre Moa, que foi assassinado por um seguidor de Bolsonaro. Também defendia comitês de base para derrotar a extrema direita e os golpistas.

É um absurdo que, no momento em que temos um avanço autoritário do judiciário no país, a reitoria se posicione dessa forma. A mesma reitoria que vem punindo estudantes que lutaram na greve de 2016, que é conivente com o judiciário golpista ao avançar na repressão contra as festas. Esse mesmo judiciário que está processando a Unicamp, questionando a legitimidade do curso "O Golpe de 2016".

Desde o primeiro dia de paralisação no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) os estudantes se posicionaram abertamente contra Bolsonaro. Não podemos aceitar nenhum avanço autoritário e nenhuma perseguição ao movimento estudantil por parte da reitoria.

Um caso diferente desse, mas também de censura e perseguição, aconteceu no Paraná, onde o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) proibiu estudantes da UFPR de fazerem uma reunião para discutir as eleições e o avanço da extrema direita. Mesma universidade onde um estudante foi agredido por usar um boné do MST.

Fazemos um chamado à todo o movimento estudantil, às entidades a repudiarem essa medida autoritária da reitoria. Nesse momento temos que multiplicar os comitês de base por toda a universidade e pelo país. Nossas entidades estudantis, como a UNE, tem que estar a serviço disso, por que só assim iremos derrotar a extrema direita, os golpistas e suas reformas.