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ELEIÇÕES 2018
O cinismo golpista de Rosa Weber e Dias Toffoli defendem esse processo eleitoral manipulado
Isabel Inês
São Paulo
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“Com certeza vamos ter um grande sucesso no sentido de a democracia mais uma vez se afirmar e se reafirmar”, afirma o presidente do STF, Dias Toffoli. A presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber, reafirmou a confiança nas urnas eletrônicas. O esforço cínico dos representantes de uma das principais instituições golpistas no país em elogiar a democracia, tem o objetivo justamente de buscar passar a ideia de uma eleição exitosa, a “festa da democracia” para garantir a vitória do projeto mais reacionário do golpe.

As declarações de Toffoli e Weber confluiu com a cobertura da grande mídia – como a rede globo - que busca fazer uma campanha da “festa da democracia”, após um período eleitoral polarizado, realizado fruto do golpe institucional de 2016, essa “campanha” quer remoralizar as instituições do regime e garantir uma retórica de êxito democrático. Ironicamente, Toffoli em recente atividade na faculdade de direito da USP relativizou o golpe militar, o chamando de “movimento”, mostra claramente as reais opiniões do suposto “guardião da democracia”.

Esse processo eleitoral sofreu todo tipo de manobras golpistas realizadas pelo judiciário para impedir qualquer resquício de soberania popular, dando continuidade ao golpe, impediram a candidatura do Lula a partir de um processo jurídico arbitrário. Tentar moralizar esse processo, garantir uma eleição tranquila, sem que a polarização social gerasse conflitos nas ruas, é fundamental para dar uma aparência democrática aos objetivos do golpe.

Parte dessa campanha legitimatória do processo eleitoral e para aparentar o andamento “tranqüilo da democracia” são afirmações como do presidente do STF que frisou a grande quantidade de pessoas idosas nas seções de votação. “Elas não precisariam mais votar”, comentou. Mesmo assim, compareceram e expressaram seu desejo de “o que querem para o País.” A presidente do TSE, Rosa Weber, enfatizou a segurança das urnas eletrônicas no mesmo sentido de não haver contestações as eleições.

Essa “campanha da festa da democracia” se realiza para buscar ganhar nova legitimidade das instituições do regime, mas também pelo fato de Bolsonaro estar bem nas pesquisas sendo o mais cotado para conseguir ganhar a presidência. Nas ultimas semanas a mídia, diversos empresários, setores latifundiários e outros embarcaram no apoio ao Bolsonaro como candidato mais cotado a passar a agenda golpistas. Como a reforma da previdência e as privatizações.

Para o futuro governo conseguir passar suas reformas e ataques aos direitos trabalhistas e populares, é fundamental que o regime busque garantir uma aparência de estabilidade, unidade golpista e transmitir uma mensagem que esta “tudo bem com a democracia burguesa”, que agora é hora de despolarizar, de acabar com o ódio, e buscar um novo pacto nacional ainda mais a direita, num governo Bolsonaro.

Contudo ainda com esse esforço da pacificação golpista, a polarização social que aflorou nas eleições não vai sumir. Porque essa polarização não é só pelos candidatos eleitorais, mas sim representam forças sociais com interesses que se chocam. O próximo governo terá que enfrentar um país polarizado e com a tarefa de passar as reformas reacionárias, o projeto privatista e entreguista ao imperialismo, podendo despertar lutas ainda mais fortes que a greve de abril de 2017.

Junto a “festa da democracia”, nas últimas semanas também Toffoli, Michel Temer, Alexandre de Moraes, o jornal Globo e outros soltaram declarações e matérias contrários a ideia de uma constituinte, pois caso se consolidasse, em um país polarizado e politizado, um processo constituinte poderia dar força de decisão a população, que porventura “ousaria” desafiar os privilégios judiciários e parlamentares, o roubo da dívida pública, e os constantes cortes sociais e privatizações. E dessa forma fazer se chocar os interesses de classes opostos. É preciso dizer que aquilo que os unifica é o ódio aos poderes constituintes das massas contra os poderes já constituídos da burguesia.

Para isso é tão fundamental garantir que o novo governo eleito aplique os ajustes em cima de um processo eleitoral aparentemente exitoso, democrático e pacifico. Ou seja, tudo que esse processo não é.

VEJA TAMBÉM -Por que Toffoli, empresários e a Globo tanto temem a idéia de uma assembléia constituinte?

 
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