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ELEIÇÕES 2018
Ciro Gomes diz que aceitaria apoio de Alckmin e Marina ainda no primeiro turno da eleição
Rafael Barros

Nessa quarta, o candidato a presidência Ciro Gomes, do PDT, declarou que “caso fosse procurado”, aceitaria o apoio de dois golpistas também candidatos ao Planalto: Marina Silva, da REDE, e Geraldo Alckmin, do PSDB.

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A declaração de Ciro pode ser vista como parte de um reflexo após as últimas pesquisas, que mostraram Haddad estagnado, com Ciro ainda “vivo” na disputa. E claro, a busca de Ciro para tentar crescer seus números para chegar a um eventual segundo turno é dialogar com setores da direita golpista.

Por baixo de um discurso contra a polarização política no país, e de seu programa “desenvolvimentista”, Ciro Gomes e sua vice Katia Abreu (liderança dos latifundiários), Ciro tenta acenar quase que desesperadamente que seria um governo “moderado”, ou melhor, um governo capaz de aplicar os ataques e ajustes para garantir os lucros dos patrões e capitalistas, se dispondo inclusive a incorporar elementos do programa dos seus adversários, Marina e Alckmin. Nas palavras de Ciro “A Marina é uma pessoa que trabalhou para o Brasil a vida inteira. Do Alckmin, posso adotar algumas coisas”.

Ciro Gomes ainda aparece para um setor de jovens e trabalhadores como uma alternativa contra a extrema direita. Entretanto, o candidato do PDT, que tem como vice a perseguidora de indígenas e inimiga das mulheres, Kátia Abreu, adota cada vez mais um discurso semelhante ao do reacionário tucano Geraldo Alckmin, que apela a uma falsa "paz social" enquanto os golpistas aplicam ajustes, os capitalistas implementam a reforma trabalhista e negam o direito ao aborto para as mulheres. Ciro Gomes é outro que quer desviar nosso ódio contra Bolsonaro para seu palanque eleitoral, que promete atender aos interesses do mercado, assim como também pretende o PT.

Seu discurso de “centro-esquerda” foi rapidamente caindo por terra nas últimas semanas, em que o PDTista passou a disputar votos do espectro mais “anti-petista”, e entrando numa forte competição com o PT para arrecadar apoio de setores da burguesia contra Bolsonaro.

Ciro, que se embandeirou tanto de ser o candidato “anti-golpe”, agora mostra sua outra faceta, de quem está disposto a ficar lado a lado com os mesmos golpistas que ele criticou, em nome de se fortalecer como alternativa contra Bolsonaro, mostrando que assim como o PT, está disposto a atender os interesses desses golpistas e do mercado, e por consequência atacar os trabalhadores.

Não será por um “mal menor” e com conciliação com os capitalistas, com a direita e os empresários, que se combaterá o golpismo e a extrema-direita. Esse combate não passa por se aliar com os próprios golpistas, e nem em carregar um programa com uma reforma trabalhista, apoiado num agressivo “ajuste fiscal” e na Lei de Responsabilidade Fiscal, muito menos em carregar na chapa uma vice representante do agronegócio.

Frente a brutalidade da extrema-direita, e de candidatos que buscam por meio da conciliação com os capitalistas se tornar uma alternativa de “mal menor”, num cenário com 28 milhões de desempregados no país, é necessário levantar um plano de emergência que coloque a população trabalhadora para debater os grandes temas estruturais do país: uma Assembleia Constituinte.

Uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que possa votar livremente pelo não pagamento da dívida pública; pela reestatização sob gestão dos trabalhadores e controle popular de todas grandes empresas estratégicas como a Petrobras, a Eletrobras, os serviços de água e transporte, que passem a ter licitações públicas transparentes e controladas pela população; pela anulação de todas as leis reacionárias votadas pelos governos anteriores e a aprovação do aborto legal, seguro e gratuito; pela eleição por voto direto de todos os juízes e políticos, que passem a ganhar como uma professora e sejam revogáveis se traírem o mandato popular. Que todos os casos de corrupção sejam julgados por júri popular, assim como a abolição do Senado e a unificação em Câmara Única do Legislativo e do Executivo.

 
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