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ENTREGA IMPERIALISMO
Tecnologia e empregos da Embraer já começam a ser entregues à Boeing nos EUA
Alexandre Azhar

A multinacional imperialista, em processo de comprar o setor de aviação civil da Embraer agora planeja uma joint venture militar, para levar aos Estados Unidos a fabricação de modelos militares.

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Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, a empresa de aviação imperialista Boeing uma das maiores do setor privado do mundo, e atualmente em processo de compra da brasileira Embraer estaria planejando constituir uma joint venture, com a Embraer, para instalar nos Estados Unidos uma linha de montagem do novo cargueiro militar KC-390.

O novo modelo, muito elogiado no mundo todo, e com um valor unitário aproximado de US$ 100 milhões, seria montado nos EUA, em um local ainda não definido com as mesmas peças usadas na atual fábrica em Gavião Peixoto, no interior paulista. Porém, a fabricação americana, além de feita em parceria com uma empresa do país, permitirá que o avião seja vendido para uso do imperialismo norte americano, sendo usado nas milhares de missões militares dos EUA no mundo todo. Além de ser vendido para seus aliados, através do programa “Foreign Military Sales” (FMS) para países como Israel, Coreia do Sul, entre muitos outros.

Ainda segundo o Valor, “Relatório recente do Bank of America, assinado por Ronald Epstein, um dos mais respeitados analistas do setor aéreo, trazia a informação sobre o plano de levar o KC aos EUA. A EMBRAER não quis comentar. Mas o Valor apurou que, em conversas com analistas de ações fora do Brasil, os executivos da Embraer têm falado genericamente sobre essa negociação em curso.”

Junto com esse projeto, saem do Brasil mais oportunidades de emprego (em um cenário de desocupação em 23 milhões), pesquisa científica, além de soberania tecnológica, tudo em favor de enriquecer a imperialista Boeing e armar o exército norte americano para melhor aterrorizar todo o mundo. Não se sabe sequer se os trabalhadores da Embraer no Brasil todos terão seus empregos garantidos.

Isso se dá no marco da compra da Embraer pela Boeing, uma “privatização” de 80% da empresa que não arrecadou mais que alguns bilhões em troca dos principais pólos tecnológicos brasileiros no setor, e pondo em risco o futuro de milhares de trabalhadores, em um escancaro de entreguismo da burguesia nacional ao capital imperialista, que em meio a uma batalha judicial e grande rechaço, já parece concretizado. Junto com ele, são rifados os empregos de milhares de brasileiros, além da posição do Brasil como grande fabricante de aeronaves, e ponta de lança da tecnologia aeronáutica, agora totalmente monopolizada pelo imperialismo.

Em meio a essa entrega descarada do patrimônio nacional, o ex-prefeito de São Paulo e atual candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, que hoje se projeta no segundo lugar isolado da corrida ao Planalto já deixou claro que não fará nada para reverter a entrega, se eleito. Suas declarações de que “se houver possibilidade jurídica de revisão, com certeza nós faremos”, ao mesmo tempo que mantém que a compra (orquestrada pelo governo Temer, a serviço do capital imperialista e dos ataques aos trabalhadores, motivo de ter sido posto no governo) se trata de um “acordo jurídico perfeito”, que não abre brecha para contestação, e que respeitará a decisão escancara a visão do PT de respeito e submissão ao judiciário golpista, tão evidente quando em suas declarações de que, se eleito, seguiria fortalecendo a justiça e a direta, levando a um avanço ininterrupto do golpismo e do capital nacional sobre a entreguista burguesia nacional.

Essa disposição declarada de um possível governo Haddad de compactuar com os golpistas para reescrever o regime de 88 mais a direita submisso ao judiciário e a mais forte investida imperialista direta contra o país é clara, e deve servir de mostra aos trabalhadores de como será o próximo governo Petista: o desmantelamento da soberania tecnológica nacional pelo imperialismo, sob a égide do judiciário e setores cada vez mais politizados das forças armadas, com a complacência de Haddad para tentar costurar uma estabilidade no poder. Todo e qualquer governo desse tipo, será certamente uma piora para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras e de todo o povo, seguindo a agenda do “mercado” de descarregar a crise sob as nossas costas! Será o mesmo, ou pior que o golpe!

 
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