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UFRJ
Globo usa destruição do Museu Nacional para vender a privatização da UFRJ como saída
Jean Barroso
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foto: MARCELLO DIAS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADAO CONTEUDO

Em matéria, a Rede Globo espalhou a falsidade sobre o orçamento da UFRJ, tentando passar a culpa sobre a tragédia da destruição do Museu Nacional, que é dos governos federais que cortaram a verba das universidades (de Dilma a Temer), para a administração da Universidade. Na matéria intitulada "Repasses ao Museu Nacional diminuíram, mas verbas à UFRJ aumentaram", os jornalistas da Globo falam de um orçamento fictício, porque os dados referidos são os previstos e não o que realmente foi executado. Além disso, ignoram o fato de que algumas despesas como por exemplo as contas de luz aumentaram, além de que a UFRJ teve dois incêndios nos últimos anos. Se seus jornalistas estivessem preocupados com a verdade, ao invés de espalhar fake news, pesquisariam e descobririam que:

"até hoje os R$ 70 milhões que a universidade deixou de receber em 2014 ainda têm impacto nas contas, já que nunca houve reposição. O valor cobre mais de dois meses de despesas da universidade. Os contingenciamentos de orçamento começaram há quatro anos, o que levou a UFRJ a operar em déficit durante o período. É que diversos contratos já firmados foram sofrendo atualizações, ao contrário do orçamento da universidade que, além de sofrer cortes, não foi atualizado de acordo com a inflação. Em 2015 e 2016, por exemplo, a universidade deixou de receber R$ 87,5 milhões do previsto. Recursos que deveriam ser aplicados em grandes obras de expansão, restaurantes e residências estudantis, trabalhos de campo e diversas atividades de ensino, pesquisa e extensão dos quase 70 mil estudantes de graduação e pós." Fonte: https://ufrj.br/noticia/2017/12/14/conselho-universitario-analisa-proposta-orcamentaria-para-2018

Em tempos de questionamento das misérias sociais e culturais impostas por governos capitalistas, como a destruição do Museu Nacional que revoltou toda a população, alguns representantes dos capitalistas como Bolsonaro adotam um discurso aberto em defesa de aprofundar esta miséria. O caso da Rede Globo é um pouco diferente, seus jornalistas são lobos vestidos na pele de cordeiro. Fingem simpatizar com o sofrimento de todos aqueles que amavam o museu, a ciência, a cultura e o estudo da nossa história, mas só fazem isso com o único objetivo de confundir a população através de suas páginas, com o objetivo de atacar esta mesma ciência, a educação, a cultura e a Universidade Pública, defendendo a mesma coisa que Kim Kataguiri e Bolsonaro.

Apesar de sequer noticiar a manifestação que ocorreu ontem por causa desta tragédia, o Globo chega até há dizer, em jornal publicado hoje, que estaria há 20 anos alertando sobre o descaso com o Museu. Porém, esta mesma emissora é aquela que gastou muita tinta de Lauro Jardim e saliva de William Bonner defendendo a Emenda Constitucional 95 que congela os gastos públicos em 20 anos à partir de 2019.

A solidariedade da Globo é a mesma que a de Temer, que agora afirma que fará financiamento de R$ 10 milhões para reconstruir o prédio do Museu, depois da catástrofe e tentando se livrar da culpa que lhe cabe.

Enquanto a UFRJ teve seis incêndios em apenas 7 anos, a agenda da Globo foi e segue sendo durante todos estes anos, o ataque aos trabalhadores e aos serviços públicos, dentre eles, o ataque às universidades públicas, sem as quais não há produção de ciência, educação, cultura; sem a qual não dá sequer para pensar em qualquer projeto de país.

Em outra matéria, a mesma Rede Globo sugere que há 20 anos atrás, o Museu Nacional deveria ter sido entregue ao Banco Mundial, transformado em uma Fundação de direito privado. Ou seja, uma emissora de abutres que está pelo menos há vinte anos (com certeza mais) querendo privatizar as Universidades Públicas, a ciência e a tecnologia toda entregue para o capital estrangeiro. Estágios, mestrado, pós graduação no Museu Nacional, etc, tudo isso teria sido impossível há 20 anos atrás se tivéssemos ido pelas ideias da Globo.

A UFRJ, assim como todas universidades públicas, estão na mira da Globo e dos golpistas. Eles querem acabar com nosso futuro e são responsáveis por queimar nossa memória. A destruição do Museu Nacional é de responsabilidade de Temer e seus defensores do teto de gastos. Mas também é de responsabilidade de Dilma, que em seu governo cortou bilhões da educação e não aplicou R$ 20 milhões destinados ao Museu para tentar agradar sua base do PMDB e tentar não sofrer o impeachment (parece que não deu certo).

A Universidades Públicas brasileiras expandiram com o REUNI e com as cotas, mas enquanto estes golpistas querem privatizar e sucateá-las todas, entregando nossa ciência e tecnologia, história e cultura para os estrangeiros, o PT tampouco foi alternativa à este projeto já que foi com Lula e Dilma que a imensa maioria o orçamento da educação era transferido para as faculdades privadas, para monstros como o conglomerado Kroton-Anhanguera.

Leia mais: Onze segundos pagando a dívida pública é equivalente a orçamento anual do Museu Nacional

É preciso tirar lições da conciliação de classes feita com o PT, que abriu caminho para direita e também realizou ataques contra o nosso futuro. O Museu Nacional é o exemplo do projeto de país controlado pelo judiciário que hoje, escolhe em que poderemos votar. Este mesmo judiciário aonde cada juiz recebe mais em um mês do que recebeu o Museu Nacional este ano.

O teto de gastos e os ataques vem para garantir o pagamento da dívida pública, transferir a verba dos nossos impostos, que deveria ser investida na UFRJ e na expansão do ensino público superior para todos com o fim do vestibular para que possam entrar a imensa maioria dos negros e pobres que ficam de fora da Universidade, vai para o bolso dos banqueiros e especuladores que ganham com toda esta miséria.

Leia mais: Cada deputado custa anualmente 4 vezes ou mais que o Museu Nacional

Temer e os golpistas são culpados! Pela revogação do teto de gastos e pelo não pagamento da dívida pública para financiar educação e serviços públicos para a população! Pelo direito do povo poder decidir em quem votar e que todo juiz e político receba o mesmo salário de uma professora, seja eleito por voto direto, seja revogável e receba o salário de uma professora!

 
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