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MUSEU NACIONAL
Temer lamenta, mas agenda golpista é responsável pelo fim do Museu Nacional
Redação

Com suas lágrimas de crocodilo, tenta apagar a responsabilidade pelo dano irreparável à memória do país e da humanidade.

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O presidente golpista Michel Temer, em nota divulgada na noite deste domingo, 2, lamentou o incêndio que atinge o Museu Nacional, na zona norte do Rio, destacando o episódio como "incalculável" perda para o Brasil.

"Hoje é um dia trágico para a museologia de nosso País. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos os brasileiros", foram as palavras hipócritas do presidente.

Especializado em história natural e mais antigo centro de ciência do País, o Museu Nacional completou 200 anos em junho em meio a uma situação de abandono. O seu orçamento até abril de 2018 foi de R$ 54 mil, algo próximo ao que recebe um ministro do STF em um mês após o novo aumento para R$ 39 mil. Mais que isso, equivale a onze segundos de orçamento destinado ao pagamento da dívida pública.

O descaso com o Museu não começa com o golpe, que há anos vem requisitando verbas para a reestruturação do prédio, mas que tem necessitado de vaquinhas virtuais para conseguir recursos apenas para a manutenção. Nenhum ministro do governo foi a comemoração do bicentenário do arquivo e, desde a transferência da capital para Brasília, nenhum presidente visitou o espaço.

Porém, o fato de recursos estarem a níveis abissais este ano é fruto da política de ajustes no orçamento para "enfrentar a crise" (ou seja, pagar ainda mais da dívida fraudulenta com banqueiros). O teto dos gastos por 20 anos surrupiou ainda mais o orçamento do museu, que vinha sendo defasado desde o governo Dilma, mas chegou a ser reduzido a 10% do valor recebido em 2014. Há alguns anos ele tem restringido visitas e até fechado fruto do sucateamento.

O crime: perdemos Luzia, fosseis incomparáveis sobre o passado profundo da América Latina, documentos históricos acumulados de desde o Império, toda a coleção da Imperatriz Teresa Cristina, afrescos de Pompeia, trono do Rei de Maomé, acervos linguísticos, 20 milhões de itens, 200 anos de memória apagados pelas chamas. O culpado é o mesmo que vem queimando uma história de direitos conquistados pela luta dos trabalhadores, desde trabalhistas a direitos democráticos, assim como qualquer governo que seguir se ajoelhando aos sacrifícios impostos pelos donos da dívida pública.

 
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