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ELEIÇÕES 2018
MRT lança candidatura de Flavia Valle a deputada federal em Minas Gerais

O Movimento Revolucionário de Trabalhadores aprovou o lançamento da candidatura de Flavia Valle a deputada federal em Minas Gerais, uma voz anticapitalista da classe trabalhadora. Em breve serão anunciados os lançamentos em Contagem e Belo Horizonte, além das atividades da campanha.

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Frente ao caráter antidemocrático do regime eleitoral, que impõe restrições para que novas organizações de trabalhadores e jovens como o MRT possam ter candidatos, o PSOL concedeu sua legenda para que o MRT possa lançar candidatos defendendo suas próprias ideias, sem que isso implique em qualquer compromisso com o programa defendido pelo PSOL. Além de Flavia Valle, o MRT já apresentou suas candidaturas no estado de São Paulo, com Diana Assunção para deputada federal e Maíra Machado e Marcello Pablito para deputados estaduais.

Flavia Valle é professora da rede estadual de ensino em Minas Gerais e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas. Foi a candidata a vereadora mais votada do PSOL em 2016 na cidade de Contagem/MG, e hoje é candidata a deputada federal. Ela conversou com o Esquerda Diário sobre os objetivos e perspectivas de sua candidatura. Leia a seguir.

“Em primeiro lugar, eu queria agradecer o PSOL por ceder sua legenda. Essas eleições estão marcadas pela prisão arbitrária do Lula e o impedimento de sua candidatura, que faz com essa não seja uma eleição normal, já que conta com esse escandaloso veto antidemocrático. Trata-se de uma nova etapa dentro do golpe institucional inaugurado em 2016 com o impeachment de Dilma Rousseff. Aqui estão uma vez mais todos juntos: os partidos, empresários, meios de comunicação, e multinacionais imperialistas que se beneficiaram com a Lava Jato, com o governo golpista de Temer e agora com o impedimento da candidatura de Lula. Essa foi a política levada adiante por Alckmin, Bolsonaro, Marina Silva e diversos outros candidatos golpistas pelo país.

O impedimento da candidatura do político melhor posicionado nas pesquisas de opinião está a serviço de escolher a dedo um presidente que continue o golpismo e a entrega ainda mais intensa de nossas riquezas naturais, descarregando nas costas dos trabalhadores e do povo os efeitos da crise, ainda mais fortemente do que o PT vinha fazendo. Com mais desemprego, mais trabalho precário, mais retiradas de direitos socais, mais privatização, além da preparação da implementação da Reforma da Previdência para acabar com a nossa aposentadoria. Por isso, apesar de não apoiarmos o voto em nenhuma candidatura do PT, somos incondicionalmente contra a prisão arbitrária de Lula e somos intransigentes na defesa do direito do povo votar em quem quiser. Todos os partidos que se dizem de esquerda deveriam ter esse como um dos seus eixos políticos na campanha eleitoral, como forma de denunciar o veto antidemocrático que existe nessas eleições e se colocar contra o golpe institucional.

Em Minas Gerais temos uma chapa nessas eleições que é a cara do golpe, que são as candidaturas do PSDB e dos partidos coligados com este, que tem à frente Antônio Anastasia, que foi nada mais nada menos que o relator do impeachment no Senado. Enquanto Moro e a Lava Jato deixam mais cartas na manga para perseguir candidaturas petistas em Minas Gerais, com a recente delação premiada de Mônica Moura (ex-marqueteira do PT), divulgada em rede nacional pela golpista Rede Globo, Zezé Perrella segue com seus direitos políticos e Aécio Neves segue solto e ainda por cima é candidato a deputado federal nessas eleições. Nas eleições também tenta se apresentar Márcio Lacerda, que já mostrou seu histórico de enfrentamento com a juventude para garantir os interesses dos empresários, como os do transporte.

O PT, assim como no resto do país, não lutou seriamente contra o golpe e contra as reformas e privatizações de Temer, cancelando greves gerais e travando as lutas por meio da direção da CUT, que dirige os principais sindicatos de MG.

O governo petista de Fernando Pimentel, que também foi atacado pela direita, pela mídia e pelo judiciário, apostou em continuar a conciliação com a direita e com os capitalistas, se mantendo com o MDB de Temer na composição do governo e fazendo um ajuste fiscal contra os trabalhadores a serviço dos empresários, com atraso e parcelamento de salários de professores e de aposentados. Para isso, Pimentel reprimiu com a violência da PM a greve da educação. Centenas de milhares de famílias se endividam e passam necessidades, enquanto os grandes empresários seguem enriquecendo e tendo isenções fiscais no estado.

O governo petista ainda foi conivente com a impunidade do crime da Samarco, Vale e BHP em Mariana, cumprindo um papel determinante para conter a enorme crise e continuar garantindo os lucros dos capitalistas da mineração.

No Brasil, 1 trilhão de reais por ano são transferidos aos bolsos dos banqueiros e empresários milionários através do pagamento da dívida pública, que é ilegítima, ilegal e fraudulenta. Esse dinheiro é equivalente a manutenção de 513 universidades como a UFMG, 1.500 Hospitais Universitários ou a construção de 5 milhões de moradias populares. Esse mecanismo de sangria, em sua maior parte destinada aos especuladores estrangeiros, tem que acabar. É por isso que nossas candidaturas vieram para instalar uma grande campanha pelo não pagamento da dívida pública. Uma ideia que hoje é minoritária porque nem os partidos golpistas, nem o PT e nem mesmo o PSOL defendem.

Ao longo de seus 13 anos no poder, o PT não foi capaz de avançar em direitos democráticos elementares como a legalização do direito ao aborto, que foi deixada de lado por seus representantes do poder, inclusive pela primeira mulher presidenta da história do país. Por não termos nenhuma ilusão que nossos direitos serão dados por uma no poder, pelo Congresso misógino ou pelo judiciário golpista, temos que ser milhares nas ruas. Para trazer a maré verde da Argentina para o Brasil, lutamos junto com as mulheres do Pão e Rosas e em Minas Gerais estivemos a frente na construção do ato do dia 08 e já fizemos dezenas de panfletagens pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito, programa pelo qual também lançamos minha candidatura.

Nessa campanha também é um de nossos objetivos fundamentais avançar com o alcance do Esquerda Diário. É uma conquista muito importante ter o principal diário digital à esquerda do PT, com mais de meio milhão de acessos mensais, espalhados por todo o país. É o único diário digital que pode desmascarar as grandes mídias golpistas e competir de igual para igual com os sites petistas, diariamente dando um ponto de vista anti-imperialista e de independência de classe para os principais fatos políticos internacionais e nacionais.

Não é uma plataforma que só se pode usar a cada dois anos, como são as eleições, mas sim uma ferramenta que está aí para ser usada diariamente. Nessa campanha eleitoral nós queremos que o Esquerda Diário seja apropriado por todos os trabalhadores, trabalhadoras e jovens que querem enfrentar os ataques da direita golpista, mas não se conformam com o PT e aspiram construir uma nova organização política que tire conclusões revolucionárias do que foi a experiência do projeto de conciliação de classes do PT.

Por esses motivos lançamos a minha candidatura a deputada federal em Minas Gerais e convidamos todas e todos que concordarem com essas ideias a serem uma voz anticapitalista da classe trabalhadora nessas eleições junto com a gente. Participem dos lançamentos que faremos em Contagem e BH, das atividades da campanha e debatam conosco.”

 
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