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LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Ato em BH reúne centenas pela legalização do aborto na Argentina e no Brasil
Redação Minas Gerais

Nesta quarta-feira (8), enquanto se concentravam cerca de metade da população de Buenos Aires em frente ao senado argentino, aconteciam atos em várias cidades do Brasil. Em BH o ato reuniu em torno de 500 pessoas na praça sete, seguindo até a Praça da Estação.

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Esse dia 8 foi marcado por um grito latino-americano pelo aborto legal, seguro e gratuito em vários países. No Brasil, as principais cidades tiveram atos nesse dia em que foi votada a legalização do aborto na Argentina – onde a luta de milhares nas ruas conquistou uma aprovação na câmara de deputados, mas, mesmo com uma maré verde inundando Buenos Aires, 38 senadores ficaram ao lado da igreja e dos patrões, votando contra esse direito elementar das mulheres à própria vida.

Em BH o ato se concentrou na Praça Sete, a partir das 17 horas, e saiu por algumas ruas da cidade até chegar à Praça da Estação. Com centenas de pessoas usando verde e roxo, as palavras de ordem, acompanhadas por uma bateria unificada, bradavam “como argentina eu vou lutar, pra no Brasil o aborto legalizar!”, “olê olê, olê olá, aborto livre e legal já! mulheres mortas não vamos aceitar!”, “nesse dia se escuta um só grito: aborto legal, seguro e gratuito!”, dentre outras.

Foto: Mídia Ninja

O grupo internacional de mulheres Pão e Rosas, que constrói o Esquerda Diário, preparou uma intervenção no ponto mais central da cidade, colocando um grande lenço verde – como os “pañuelos” das argentinas – no pirulito da Praça Sete.

Flávia Valle, militante do MRT e fundadora do Pão e Rosas Brasil, interviu sobre a importância da luta pela legalização do aborto: “No Brasil, quatro mulheres, sendo três negras, morrem por dia por abortos clandestinos. Minas Gerais é o Estado que, proporcionalmente, mais criminaliza as mulheres sobreviventes que recorreram a abortos induzidos. É preciso trazer a maré verde da Argentina para o Brasil, para varrer a misoginia da direita golpista que está no poder retirando os direitos dos trabalhadores e atacando os direitos democráticos das mulheres, por via da reforma trabalhista, da lei da terceirização, da tentativa de criminalizar o aborto inclusive nos casos de estupro. Para isso, devemos fazer uma luta massiva nas ruas, como fazem as Argentinas, sem ter nenhuma confiança no judiciário, que tem a cara da Lava Jato e impede a população de escolher em quem votar, prendendo arbitrariamente Lula. Tampouco podemos confiar em ’governos progressistas’ ou em ’mulheres no poder’, pois em 13 anos de governo do PT, sendo cinco encabeçados por uma mulher, as mais oprimidas e exploradas seguiram morrendo por abortos clandestinos. As argentinas são um exemplo, pois mostram que apenas com milhares nas ruas e muita mobilização nos locais de trabalho e estudo seremos capazes de conquistar esse direito no Brasil."

A campanha nacional do Pão e Rosas tomou alguns lugares de Belo Horizonte e Contagem às vésperas do ato, com panfletagens, colagem de cartazes e adesivos, e confecção de lenços para intervenções visuais, como o grande lenço pela legalização do aborto exposto no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.

Maria Eliza, estudante de biologia e militante do Pão e Rosas na UFMG, disse ao Esquerda Diário: 

“Lançamos a campanha nacional pelo aborto legal, seguro e gratuito, e estamos impulsionando essa campanha nos nossos locais de trabalho e estudo porque queremos trazer a maré verde para o Brasil. Mesmo que a legalização do aborto não tenha sido aprovada na Argentina, seguiremos lutando por esse direito, mesmo em época eleitoral, sem abaixar essa bandeira ou rebaixar nosso programa, como tem feito o PSOL com a ADPF 442, que visa discutir a descriminalização do aborto. Devemos ir por mais, sem nenhuma confiança no STF, tirando as lições da luta das Argentinas. E como parte disso, faremos um encontro nacional do Pão e Rosas em São Paulo, no dia 22 de setembro, com a companheira Myrian Bregman, parlamentar do PTS e militante do Pan Y Rosas na Argentina. Queremos levar uma forte delegação da UFMG e de MG, para discutir os próximos passos dessa luta em todos os locais onde estamos.”

 
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