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USP
Fim da paralisação dos funcionários da STI- FFLCH: Unidade e força para vencer
Patricia Galvão
Diretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil

Os trabalhadores do Serviço de Informática e Audiovisual (STI) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) protagonizaram nas últimas semanas uma forte batalha contra as perseguições políticas e o assédio moral. Essa mobilização é exemplar para a luta dos trabalhadores da USP.

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Os trabalhadores em sua história tiveram que arrancar, até mesmo com sangue, seus direitos. O direito de organização e o direito de greve é uma conquista que frequentemente é atacado pelos governos e patrões. No entanto, é a força dos trabalhadores que pode combater esses ataques.

Veja aqui: Trabalhadores da FFLCH-USP paralisam contra perseguições políticas e assédio moral

Foram quase 3 semanas de intensa mobilização. O primeiro passo foi não aceitar nenhuma punição aos lutadores. Os trabalhadores da USP haviam acabado de encerrar uma greve da categoria contra o arrocho salarial e o desmonte da Universidade. Menos de 10 dias após ao final dessa greve a direção da FFLCH passou a perseguir os lutadores da STI, afastando uma chefia de seu cargo e ameaçando transferir pra outra unidade outros dois funcionários. A resposta veio imediatamente.

Desde o primeiro momento os trabalhadores da STI-FFLCH se mobilizaram para barrar as punições. Se organizaram buscando construir uma forte unidade num setor com mais de 20 funcionários. A ampla maioria aderiu ao movimento convencidos de que não era possível aceitar nenhuma punição e perseguição. A STI é um dos maiores setores da unidade e é composto por trabalhadores com personalidades e experiências de vida distintas. Mas todos se uniram num mesmo objetivo: nenhuma perseguição política contra um trabalhador deve passar. Assim, para responder aos ataques, foram em todas as seções dos prédios que compõe a FFLCH, são cerca de 300 funcionários divididos em 6 prédios, conversar e buscar o apoio dos colegas. A justeza da pauta conquistou o apoio da ampla maioria.

Os funcionários da FFLCH votaram o apoio irrestrito aos seus companheiros da STI e uma paralisação de toda a FFLCH pela abertura das negociações. A forte paralisação contra os ataques foi o que garantiu a abertura de negociações no mesmo dia.

Depois de uma intensa batalha garantiu-se o afastamento do Assistente da Direção acusado de assédio moral e um processo administrativo para se apurar as denúncias foi aberto. Ainda que os processos administrativos sejam controlados pela direção, o afastamento da chefia assediadora e a apuração do caso é uma enorme vitória para os trabalhadores da STI e um enorme exemplo de luta contra o assédio moral na universidade.

Mas, faltava ainda restituir o cargo de um dos lutadores, afastado por ter participado de atividades políticas durante a greve. É evidente a perseguição política e a direção não conseguiu esconder, mesmo fazendo vídeos e comunicados com informações contraditórias. Apesar de o retorno ao cargo ainda não ter sido conseguido, os funcionários da STI arrancaram um calendário de negociação com a direção para batalhar pelo retorno. Além disso, conquistaram o compromisso da direção de não punição aos lutadores. Uma lição importante foi manter o estado de mobilização, conseguindo um saldo organizativo que coloca os trabalhadores da FFLCH em melhores condições para barrar os ataques da direção da FFLCH.

A enorme tradição de luta da FFLCH e da STI foi fundamental para manter a unidade no momento dos ataques. A defesa de um direito elementar e essencial como o direito de greve foi defendido com unhas e dentes. Não se tratava de defender os amigos, não se tratava de uma questão corporativista. A unidade ali construída se baseia na defesa incondicional dos trabalhadores contra os avanços sobre seus direitos.

A mensagem deixada pelos trabalhadores à direção da faculdade é clara: Mexeu com um, mexeu com todos!

 
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