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ATAQUES AOS IMIGRANTES NOS EUA
200 imigrantes denunciam maus-tratos extremos às crianças presas nas gaiolas de Trump
Diego Nunes

Anexados a um processo contra o governo Trump, em um tribunal na Califórnia, os relatos dos imigrantes denunciam condições desumanas de crianças mantidas afastadas de seus pais, em jaulas, chamadas pelos próprios imigrantes de "canil", passando fome, frio e sendo muitas vezes impedidas de dormir.

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Imagem: Ross D. Franklin-Pool/Getty Images

Desde abril, quando a promotoria resolveu abrir processo criminal contra qualquer adulto que entrasse ilegalmente nos Estados Unidos, os adultos que entravam com filhos passaram a ser separados deles. Os danos psicológicos dessa política de rupturas de famílias são imensuráveis, e gerou um escândalo internacional, o que fez Trump revogar a medida em 20 de junho. Por uma ordem cautelar emitida pela justiça federal norte americana em San Diego, Trump teria um mês para unir cerca de 2600 famílias, ou seja até final de julho.

No relato de um menino mexicano Ángel A. de 13 anos, fica evidente a prática xenofóbica e racista dos agentes de Trump, que disseram para ele e um grupo de crianças mexicanas que deveriam ficar na parte mais fria da sua cela por causa de sua nacionalidade. O centro de detenção de imigrantes em McAllen (Texas) é conhecido como canil, e Ángel A. relata sua estadia lá como um “pesadelo”: “Todos os dias, os guardas diziam às crianças em minha cela que seriam adotadas e que nunca mais veriam seus pais”.

Em outro relato, a hondurenha Deise M. diz: “Eles nos deram comida, mas estava congelada e não servia para comer. Cheirava tão mal que decidimos ficar com fome em vez de comer”. Ela relata também que os banheiros eram imundos e que dormiam em “gaiolas para cães”. Sua filha de 16 anos que foi separada dela durante 4 dias ficou com traumas, tem pesadelos constantes e está com depressão.
Ruth, hondurenha de 32 anos, viajou para os EUA com o filho de sete anos.

“Viemos para os EUA por causa da violência. Meu padrasto é um membro de uma gangue e seus comparsas tentaram me estuprar”. Depois de serem capturados pela polícia dos EUA, foram levados ao centro de detenção em Hidalgo (Texas) e separados. Sobre separar mãe e filho ela relata: “Disseram que não podia ficar comigo. Falei que [o menino] estava com febre e os policiais me disseram que isso não era doença”. Ruth ficou numa cela, onde havia entre 30 e 40 mulheres e crianças com menos de seis anos de idade. “As crianças não conseguiam dormir por causa do frio. Choravam o tempo todo” relata. Ainda segundo a imigrante, a água que lhes davam era de “má qualidade e tinha muito cloro”. Várias crianças tossiam, vomitavam e não recebiam remédios.

É preciso uma grande mobilização internacional para a abertura de todas as fronteiras americanas, pois a situação da América Latina submetida a economia dos EUA com o endividamento público fraudulento e a política de privatizações leva cada vez mais às epidemias de violência e precarização do trabalho e da vida. A crise capitalista aberta em 2008 ainda não encontrou seu termo. O mundo já tem mais refugiados do que na Segunda Guerra Mundial. E esses refugiados fogem de situações provocadas justamente pelas políticas imperialistas dos países que se julgam donos do mundo como os EUA para com países periféricos na geopolítica global.

 
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