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GREVE NA AMAZON
Do Estado Espanhol até a Alemanha, as greves operárias sacodem a gigante Amazon
Diego Lotito
Madri | @diegolotito

A greve de 72 horas no centro de distribuição da Amazon em San Fernando de Henares começou forte essa segunda-feira, com uma ampla adesão dos trabalhadores efetivos e em meio a ameaças de demissão aos trabalhadores temporários.

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Imagem: El Independiente/ Reprodução: TWITTER: @CCOO

Nessa terça-feira se somaram à greve os trabalhadores de sete centros da Amazon na Alemanha, o segundo maior mercado da Amazon depois dos EUA. Também na Polônia foram convocadas medidas de luta. Uma resposta de solidariedade internacional e uma extensão da luta contra a precarização que a Amazon quer impor em todo o mundo.

A greve de 72 horas em Madrid é a resposta a tentativa da empresa de impor um novo acordo coletivo rebaixado, depois de três meses de negociações infrutíferas com os sindicatos.

Com piquetes ativos desde a meia-noite da segunda-feira começou a greve no maior depósito que a Amazon tem no Estado Espanhol. A quatro meses da histórica greve de 48 horas que paralisou completamente o depósito de San Fernando, os trabalhadores e trabalhadoras dessa planta continuam sua luta. Dessa vez a greve se extende por 72 horas até quarta-feira e está com uma adesão de mais de 80% dos trabalhadores fixos do depósito.

O balanço depois do primeiro dia de greve apresentava um balanço exitoso, com mais de 80% de adesão dos trabalhadores efetivos, segundo Marc Blanes, delegado da CGT (principal central sindical do Estado Espanhol) no Comitê da empresa, apesar da política de amedrontamento e das ameaças de demissão aos trabalhadores ETT (temporários), muitos dos quais não aderiram a greve por medo de represálias.

Depois da primeira greve de 48 horas no final de março, a empresa demitiu mais de 100 trabalhadores temporários por terem participado das medidas de luta.

Foi denunciada no comitê da empresa essas ações da empresa Manpower diante da responsável do governo presente, assim como a contratação de centanas de trabalhadores eventuais para que atuem como “fura-greves” durante a greve, uma ação ilegal que atenta contra o direito de greve.

Ainda assim, os delegados informaram que praticamente não saíram caminhões do centro logístico, motivo pleo qual o depósito de San Fernando registrou uma atividade mínima. Para tentar diminuir o impacto da greve, a Amazon desviou grande parte da distribuição para Barcelona e outros centros do país e da França.

Centenas de trabalhadores participaram dos piquetes em frente as portas de acesso do depósito, que se encontrava protegido por um grande operativo policial.

A delegação do governo do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) em Madrid enviou a polícia para impedir os piquetes, assediando os trabalhadores para impedir seu direito a realizar piquetes informativos. Assim demonstraram novamente que estão a serviço dos grandes empresários.

Pela tarde de terça-feira, os funcionários da Amazon, em conjunto com os trabalhadores da Coca Cola e outros coletivos e sindicatos, convocaram umas manifestações de trabalhadores em luta contra as multinacionais que terminou no depósito da Amazon, enquanto se desenrola o segundo dia de greve.

Solidariedade Operária e greve europeia

Milhares de pessoas mostraram sua solidariedade nas redes sociais com a hashtag "HuelgaAmazon" que se transformou em tendência na Espanha.

Uma greve que, apesar do verão, com muitos trabalhadores em férias, está chegando a milhares de pessoas e tendo um forte impacto na classe operária, com uma mensagem de luta, dignidade e exemplo para milhões de trabalhadoras e trabalhadores precários.

Também são milhares de twitts chamando o boicote durante esses três dias de greve (#BoicotAmazon), para tentar conscientizar os consumidores em dias como o Prime Day, crucial para as vendas da companhia.

A luta contra a Amazon se internacionalizou também. Nesse Prime Day, as greves e medidas de luta foram coordenadas no Estado Espanhol, Alemanha e Polônia. No caso da Alemanha, onde a Amazon tem 25 mil trabalhadores, as greves se fizeram sentir em sete centros logísticos da Amazon: Os dois de Bad Hersfels, Graben, Leipzig, Rheinberg, Werne e Koblenz, enquanto na Polônia os trabalhadores farão uma operação padrão contra as condições de precarização e escravidão trabalhista que sofre a planta. Ao mesmo tempo, Amazon San Fernando entrará no seu segundo dia de greve e piquetes.

São milhares de trabalhadores e trabalhadoras que enfrentam nada menos que Jeff Bezos, fundador e diretor executivo da Amazon, o capitalista mais rico da história. Porém, como dizem os “cheminots” franceses (trabalhadores ferroviários): Eles tem os milhões mas nos somos milhões”.

Tradução: Pedro Rebucci de Melo

 
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