Para a direção do setor de combustíveis, os preços aumentam a perda de receita com a queda de arrecadação com o diesel. Essa redução foi parte dos acordos estabelecidos para encerrar o caos estabelecido mês passado em relação à crise dos combustíveis, com paralisação que contou com a adesão massiva de caminhoneiros, pressionados ou diretamente obrigados e ameaçados a paralisar a mando das direções patronais, para garantir a redução do preço do diesel e os lucros da patronal, abrindo ainda mais espaço para a privatização das refinarias de petróleo aos imperialistas.
Estes estados são: Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo.
Este dado deixa bem claro o que nós do Esquerda Diário apontávamos desde o início do conflito dos caminhoneiros. O movimento, apesar de à primeira vista parecer uma paralisação legítima de setores precários por uma demanda popular, não nos podia enganar: era impulsionada por uma direção patronal, que obrigava seus funcionários a paralisar, diretamente obrigando e muitas vezes até ameaçando a que seus empregados paralisassem pela redução do diesel, e assim garantir que a paralisação tivesse mais apelo massivo para que os donos de transportadora gastassem menos com o diesel e pudesse então continuar garantindo seus lucros.
Esse aumento da gasolina para garantir a redução dos impostos sobre o diesel é uma prova de que a "mobilização" nada tinha a ver com uma demanda popular, não tendo em nenhum momento incorporado nenhuma pauta que favorecesse a população (como a redução/não aumento dos preços da gasolina ou redução/não aumento dos preços do gás de cozinha, por exemplo).
Se tratava de uma briga entre governos e patrões, onde setores autônomos tinham interesses que se ligavam aos interesses patronais e a população nada tinha a se beneficiar, pelo contrário: agora, colherá os frutos pagando mais caro com o aumento da gasolina com essa polícia que abre ainda mais espaço para a privatização das refinarias de petróleo.
É preciso suspeitar de qualquer "mobilização" cujos patrões estão interessados em fazer aumentar. O objetivo é sempre é mesmo: descarregar cada vez mais a crise sobre as costas dos trabalhadores para garantir que os capitalistas sigam lucrando.
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