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Transfobia
Após décadas de opressão, transexualidade deixa de ser considerada doença mental
Sagui

A nova edição da ICD (Classificação Internacional de Doenças) retira a transexualidade das doenças mentais, expressando uma valiosa conquista da luta histórica do movimento LGBT.

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Anteriormente tratada como doença, a identidade transgênero era expressa como transtorno de identidade sexual na seção de doenças patológicas. Assim, as pessoas trans, ao entrarem com processo para pedir seu direito ao nome social, teriam escrito no documento “trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. Este desejo se acompanha em geral de um sentimento de mal estar ou de inadaptação por referência o seu próprio sexo anatômico e do desejo de submeter-se a uma intervenção cirúrgica ou a um tratamento hormonal a fim de tornar seu corpo tão conforme quanto possível ao sexo desejado", como conta no processo de Viginia Guitzel. Fazendo parte de diversos discursos não científicos para argumentar contra o direito da auto-declaração de gênero de milhares de pessoas.

Com a nova edição da ICD, publicada pela Organização Mundial da Saúde, é retirada a transexualidade - chamado por eles de “Gender incongruence”- das doenças mentais. Agora, descrita como:

“A incongruência de gênero é caracterizada por uma incongruência acentuada e persistente entre o sexo experiente de um indivíduo e o sexo atribuído. Comportamento variante de gênero e preferências por si só não são uma base para atribuir os diagnósticos neste grupo.”

Sem dúvidas uma importante conquista do movimento LGBT, que hoje comemora uma vitória fundamental, pois nenhuma forma de expressão da sexualidade ou do gênero que se identifica deve ser tratada como doença.

No entanto, não podemos se esquecer como a classificação da identidade trans como doença mental esteve ao lado de décadas e décadas de internação forçada de pessoas trans, discursos de ódio, assassinatos, inclusive por parte de policiais. São muitas vezes também rechaçadas com discursos homofóbicos e contra a sexualidade "não-heteronormativa", de modo que o Brasil tornou-se o país que mais mata LGBTs no mundo.

Essa conquista histórica vem junto com a maior onda de luta das mulheres dos últimos tempos, que já é conhecida como primavera feminista. O Estado se vê obrigado a ceder à forte demonstração de auto-organização de mulheres na Argentina, um exemplo também para as LGBTs de quais métodos se combate as opressões e arranca direitos apesar da democracia burguesa. Sabemos que mesmo a igualdade na lei ainda não representa igualdade na vida e que não será pela via do parlamento, da justiça ou das instituições burguesas que deixaremos de ser assassinadas por crimes de ódio e alcançaremos o fim dessa opressão, tão funcional para a manutenção do sistema capitalista de exploração.

Uma conquista que nos da ânimo e forças para seguir na luta. Encarar todos os discursos de ódio que por anos trataram a transexualidade como transexualismo. A luta segue pedindo o fim da impunidade, do transfeminicídio e dos crimes de o ódio.

 
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