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IFCH-UNICAMP
Impressoras quebradas, cortes e super-salários em alta
Ítalo Gimenes
Mestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

No IFCH, os estudantes vêm se incomodando com o longo período sem impressoras funcionando na informática do instituto. Tal incomodo é justo se pensado que são diversas as matérias que exigem a leitura de um volume semanal massivo de textos, e que, portanto, coloca a necessidade de se ter impressoras em funcionamento para que os mesmos não tenham que gastar uma boa quantia de dinheiro em cópias xerocadas. Se o baixo valor de cotas de impressão já não dava conta de garantir que todos os textos pudessem ser impressos sem custo para o aluno, a ausência de uma impressora só tem dificultado os estudos principalmente dos estudantes mais pobres, especialmente nesse período de crise e aumento do custo de vida.

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O problema com a impressora está diretamente ligado com os cortes na educação, especialmente os ligados aos cortes orçamentários da CAPES, que você pode ver mais detalhadamente aqui. Devido à diminuição do repasse às estaduais, a reitoria da Unicamp deferiu cortes por toda a universidade na forma de seu plano de contingencia. No IFCH, mais diretamente, houve um corte de 20% dos recursos destinados à compra de matérias, fato esse que impediu com que um orçamento levantado para a troca da parte elétrica dos edifícios do instituto fosse aprovado pela reitoria, colocando grande risco para todo o acervo do IFCH sob a ameaça de possíveis incêndios por conta da rede elétrica desgastada. Esse corte, no entanto, não impediu que a informática comprasse uma impressora nova em função de uma suposta desconfiança no conserto de uma das impressoras que está quebrada; que, aliás, está longe de resolver o problema das impressoras do IFCH, pois há impressoras em condições de funcionamento, mas que estão encostadas devido à falta de toner para impressão. A direção do IFCH aprovou também a compra desse toner, porém a tramitação do pedido de compra depende de verba direta da pós-graduação, que sempre contribuiu com parte das despesas com materiais de impressão do instituto. No entanto, devido aos cortes da CAPES, a pós-graduação do IFCH teve 75% do seu orçamento anual enxugado pra este ano, verba essa que costuma ser entregue aproximadamente em agosto, mas que está sofrendo um atraso na entrega deste ano, fato que a levou a pedir um auxílio de verba de R$10.000,00 para a reitoria da Unicamp, enquanto os 25% restantes da verba da CAPES não chegam. Haverá uma reunião interna da secretária da graduação na quarta-feira (12) para discutir as questões financeiras do prédio, que pautará a possibilidade do envio de verbas pra compra dos toners.

Enquanto esses cortes passam e começam a fazer chegar ao IFCH os efeitos da crise, professores da Unicamp, com professores do próprio IFCH à frente, começam a se mobilizar em defesa dos seus super-salários, aprovando uma carta defesa desse privilégio na Congregação do Instituto, com a argumentação de terem trabalhado durante anos para receber as bonificações que fizeram com que seus salários ultrapassassem o teto salarial estadual dos servidores públicos (R$ 21,6 mil brutos), mas que na verdade ignoram o fato desses salários representarem um enorme privilégio que coloca a categoria dos professores numa realidade muito distante da dos funcionários e dos estudantes que dependem de auxílio social da universidade. Os super-salários expressam o que há de mais elitista na universidade, pois ao mesmo tempo em que esses professores recebem um salário exorbitante, não há tinta de impressão pros estudantes, muito menos há bolsa estudo e moradia suficientes para a demanda, da mesma forma em que há trabalho precário com a terceirização na universidade.

Na defesa dos super salários os professores alegam estar defendendo a universidade pública contra os privatistas, no entanto, defendem uma universidade restrita e de privilégios. A que nós defendemos é a que garanta estrutura adequada (salas, contratação de professores, equipamento de informática, impressoras etc) não apenas para essa elite que está nela hoje, mas para abrir a universidade , o conhecimento nela produzido, assim como toda a sua estrutura à juventude precária e aos trabalhadores que a sustentam, sem que haja qualquer tipo de privilégio.

 
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