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DE VOLTA AO SÉCULO XIX
Preço do gás já é 40% da renda dos brasileiros mais pobres
Victor Mariutti, estudante de Ciências Sociais USP

Alta de 17% no preço do gás faz com que famílias se endividem e voltem a usar lenha como no século XIX.

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Imagem: Domingos Peixoto / Agência O Globo

O preço do botijão de gás (GLP) aumentou 17% no ultimo ano devido às políticas privatistas do governo golpista e seus aliados na direção da Petrobras. Assim como o diesel, a Petrobras vem reduzindo drasticamente o subsídio sobre o chamado gás liquefeito de petróleo, usado nos botijões de cozinha. Trata se de uma política privatista, e que tem produzido efeitos dramáticos para a parte mais pobre da população que já veem sofrendo com o desemprego, arrocho e os inúmeros ataques do governo golpista. Estima-se que o gás consome quase 40% da renda das famílias beneficiadas pelo Bolsa-família. Enquanto isso, para quem recebe dez salários mínimos o gás corresponde a cerca de 0,7% do orçamento doméstico, o que ilustra a forma pela qual o governo quer garantir os lucros da estatal sobre as costas da classe trabalhadora.

Enquanto a política de subsídios dos derivados de petróleo favorecia setores da burguesia, ela também comprometia os lucros da Petrobras, que diretamente assume esse custo. Com essa mudança na política de preços dos combustíveis, o governo evidencia uma certa ruptura com os interesses que dependem dos derivados subsidiados e uma guinada privatista que serve aos lucros do capital imperialista, que já controla uma fatia importante da Petrobras que deve aumentar ainda muito. O golpismo recorre a essa cruel política de preços para garantir os lucros dos acionistas da estatal e atender às demandas do imperialismo monopolista para o qual Temer quer entregar a Petrobras.

Enquanto isso, pesquisas mostram que famílias veem se endividando pra comprar gás, optando por restaurantes populares ao invés de cozinhar em casa, e até substituindo o gás por lenha, o que apresenta riscos sérios para a saúde devido à poluição do ar dentro das casas.

É uma aberração do capitalismo imperialista que um país com uma das maiores reservas de petróleo do mundo se encontre nessa situação. Para atender as necessidades mínimas da população, para que as condições mais básicas da população não estejam submetida ao capital especulativo, é preciso reverter esse processo de privatização da Petrobras através da luta pela estatização sob controle popular de todo o petróleo, refinamento e distribuição. Para isso é imprescindível superarmos as lideranças sindicais traidoras que impuseram derrota a recente greve de petroleiros, para erguer um plano de luta efetivo contra o golpismo.

 
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