A câmara de Vereadores de Porto Alegre reajustou os salários dos 36 vereadores em 2,76%, elevando os vencimentos dos parlamentares de R$ 12.984,16 para R$ 13.342,52. O Reajuste toma como base a inflação oficial dos últimos 12 meses, medida pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O presidente da Câmara, Valter Nagelstein (MDB), defendeu a medida, afirmando que os salários dos vereadores de Porto Alegre já são os menores entre os parlamentares de todas as capitais do país.

Além de dizer que era justo o aumento do salário dos parlamentares, o Presidente da Câmara dos vereadores disse que a mídia tinha que se preocupar com outros temas mais importantes, como a redução do “tamanho do estado”. Segundo suas palavras, “os vereadores de Porto Alegre têm os menores salários entre todas as capitais do Brasil. Eu acho que temos muita coisa para nos preocupar no Brasil, como diminuir o tamanho do estado, e uma reposição de 2,7% eu acredito que a imprensa de modo geral tem coisas bem mais importantes para fiscalizar”.

Nagelstein ainda argumenta mais defendendo esse absurdo aumento do salário dos vereadores dizendo que poderia aumentar o salário até o valor de 18.922,06, pelo fato da Constituição Federal permitir que os salários de vereadores fossem até 75% do salário dos deputados estaduais. Mesmo considerando ser alto o salário conforme disse em uma entrevista. O Presidente diz ser “necessário para que profissionais liberais se interessem pela atuação política”. Segundo ele, profissionais liberais não teriam interesse em cargos políticos se os salários não fossem “atrativos”.

É realmente odioso saber que os salários de parlamentares continuem aumentando cada vez mais, enquanto a classe trabalhadora sofre com corte de direitos, verbas para a saúde e a educação. Que os salários de Vereadores da Capital de um Estado que veem há anos parcelando o salário dos professores e servidores, aumente cada vez mais, com argumento ser necessário para atrair profissionais liberais para a política. Ficando bem explícito que o interesse não é está a serviço da população, e sim assumir um cargo onde pode enriquecer e ganhar muitos privilégios, ainda mais estarem a serviços das empresas com seus planos liberais.