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FRAUDE NA METRUS
Justiça aceita denúncia e determina quebra do sigilo bancário dos 8 acusados
Pedro Rebucci de Melo

TRF-SP aceita denuncia do Ministério Público; Sindicato dos Metroviários pede afastamento imediato dos executivos da Metrus envolvidos.

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A juíza Fabiana Alves Rodrigues, da 10° Vara Federal Criminal em São Paulo aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra oito pessoas entre diretores da Metrus, fundo de pensão do Metrô de SP, do Banco Banif e empresários associados. Segundo o MPF, os réus são responsáveis por fraudes financeiras que resultaram em prejuízo de 137 milhões ao fundo de pensão através da aquisição de dois títulos sem lastro em operação previamente estruturadas para lesar a instituição previdenciária.

Segundo a investigação feita pelo MPF, foram feitas duas operações fraudulentas entre 2005 e 2012 com o intuito deliberado de ocultar os prejuízos decorrentes de um investimento mal-sucedido feito em 1998 e contou com a participação da cúpula da filial brasileira do banco Banif e de empresários que intermediaram os "negócios". O esquema veio a tona após a quase falência do Banif em 2013, quando foi descoberto que o banco português dava guarita para uma série de operações financeiras fraudulentas.

A mesma juíza determinou também a quebra do sigilo bancário dos acusados, afirmando que “O pedido de quebra de sigilo deve ser deferido, pois há lastro probatório para recebimento da denúncia, evidenciando-se materialidade e indícios de autoria delitiva, e os documentos solicitados são imprescindíveis para se apurar o destino do numerário transferido pelo Metrus sem razão das transações estruturadas”, como mostra o comunicado no site da justiça federal.

O Sindicato dos Metroviários, diante da irresponsabilidade na gestão dos recursos de milhares de trabalhadores do metrô, solicitou à diretoria do Metrô o afastamento do diretor-presidente Fabio Mazzeo e do diretor financeiro Válter Renato Grigori, ambos acusados pelo MPF. Em ofício enviado na última quinta, 6, à Companhia do Metropolitano de SP o sindicato afirma que, além do afastamento, defende "que toda a Diretoria Executiva seja eleita pelos metroviários ao contrário do critério de nomeação obedecendo interesses políticos-partidários".

A diretoria da Metrus, por sua vez, parecem não se preocupar com a acusação assim como parecem que não se preocuparam com as economias dos metroviários. Em nota no seu site, afirmam que "o Metrus tem a convicção que a Justiça chegará à conclusão inevitável de que o Banco Banif, por ações questionáveis procurou induzir, com informações não verdadeiras, o Ministério Público a colocar dúvidas sobre operações lícitas que contaram com a assessoria dos maiores escritórios de advocacia especializados em estruturação financeira do País", em uma clara tentativa de fugir da responsabilidade e jogar para seu aparente parceiro de crimes, o banco Banif, o ônus das fraudes. Argumento difícil de sustentar uma vez que a Metrus nunca tomou as medidas cabíveis para tentar reaver esse dinheiro como é o próprio banco português que processa judicialmente o fundo de pensão contestando as decisões dos diretores da época. Nesse jogo de acusações, quem sai perdendo é o trabalhador metroviário que acompanha com grande apreensão o destino de suas economias.

 
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